A partir da meia-noite de amanhã, quem chegar a Macau
vindo de países do Espaço Schengen e também dos Estados Unidos, Canadá, Brasil,
Egipto e Austrália terá de ficar em quarentena durante duas semanas. O Governo
vai disponibilizar transporte para quem chega a Hong Kong vindo de países
europeus até domingo
Quem
chegar a Macau a partir da meia-noite de amanhã vindo de Portugal e
praticamente todos os restantes países europeus, do Canadá, Estados Unidos,
Brasil, Egipto, Austrália e Nova Zelândia terá de se sujeitar a uma quarentena
de 14 dias “devido à evolução epidémica” do COVID-19 nestes países, indicou a
coordenadora do Centro de Prevenção e Controlo da Doença dos Serviços de Saúde,
Leong Iek Hou, em conferência de imprensa.
A
lista de países inclui ainda a Áustria, Bélgica, República Checa, Dinamarca,
Estónia, Finlândia, Grécia, Hungria, Islândia, Letónia, Liechtenstein,
Lituânia, Luxemburgo, Malta, Holanda, Noruega, Polónia, Eslováquia, Eslovénia,
Suécia, Suíça, Reino Unido e Rússia. A decisão é justificada devido ao número
de casos de infecção do COVID-19 em território europeu.
Aos
residentes é permitido que façam quarentena em casa, porém, as restantes
pessoas terão de ficar em isolamento na Pousada Marina Infante e terão de pagar
pela estadia.
Desde
a última terça-feira já estava em vigor a quarentena obrigatória para quem
tenha estado na Alemanha, Espanha, França ou Japão nos 14 dias anteriores à
entrada em Macau. Esta medida vigora também, há algumas semanas, para as
pessoas provenientes da Coreia do Sul, de Itália e do Irão.
Na
sexta-feira também Hong Kong anunciou que os visitantes de quase todo o espaço
Schengen, estarão sujeitos a uma “quarentena domiciliária obrigatória” a partir
de amanhã. Ontem, a chefe do departamento de licenciamento e inspecção da
Direção dos Serviços de Turismo indicou que vão ser enviados carros para ir
buscar os residentes que chegam a Hong Kong vindos da Europa, entre amanhã e
domingo, 22 de Março.
“A
Direcção dos Serviços de Ensino Superior (DSES) e o Gabinete de Gestão de
Crises de Turismo (GGCT) apelam a que todos os que regressam da Europa
contactem connosco antes de voltar. Todos os residentes precisam de fazer este
registo para o Governo poder enviar os carros. Só vamos enviar carros para
residentes que cheguem a Hong Kong de avião e eles precisam declarar o
itinerário da sua viagem”, destacou ontem Inês Chan, da DST, acrescentando que
já foram enviadas 671 mensagens para telemóveis de residentes a funcionar na
Europa.
A
chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST notou que há “muitos”
residentes a dizer que não conseguem um bilhete de volta antes de dia 22,
porém, ressalvou que não é possível estender o prazo uma vez que a operação
“não é decidida só pelo Governo de Macau”.
Ainda
assim, garantiu Inês Chan, depois do dia 22 vão tentar coordenar com Hong Kong
para transferência directa da RAEHK para Macau em datas posteriores. Mesmo que
isso não aconteça, os residentes “poderão voltar a Macau, não têm dificuldades,
mas terão de ficar 14 dias de quarentena em Hong Kong”.
Mais de 100 chamadas
Até
ao 12:00 de ontem, foram recebidos mais de 100 telefonemas, disse Inês Chan,
porém, ressalvou que “pode haver chamadas que são de registo repetido”.
“Algumas pessoas fazem um registo e os seus familiares fazem o mesmo. Outras
foram chamadas de estudantes que deram o nome mas sem qualquer informação como
número do documento de identificação ou número de voo porque ainda estão a
fazer a marcação”.
Inês
Chan também ainda não conseguiu estimar quantas pessoas deverão vir entretanto
de Portugal ou de outros países do espaço Schengen, no entanto, até ontem
contabilizaram-se 136 pedidos de apoio, 86 são estudantes em Portugal.
Contabilizaram-se ainda chamadas de estudantes de Itália, Espanha e Alemanha,
que querem “saber mais sobre as nossas medidas”. “Outros manifestaram já a
vontade de regressar”. No entanto, é difícil saber o número exacto de pedidos
de residentes que serão transportados por estes veículos.
Na
conferência de imprensa, o chefe da Divisão das Relações Públicas do Corpo de
Polícia de Segurança Pública (CPSP) informou que ontem chegaram a Macau 2884
turistas vindos de zonas de alta incidência, entre os quais 159 recusaram
submeter-se um exame médico, preferindo voltar à China.
“Em
relação às entradas, ontem registaram-se 42 mil entradas, entre as quais 30 mil
residentes, 12 mil turistas e 116 trabalhadores não-residentes. Quanto às
saídas, foram 44 mil, 33 mil residentes, uma subida de 1,3%, 700 turistas e 134
TNR”, indicou Lei Tak Fai.
“Ontem
tivemos mais 80 pessoas que vieram para Macau de zonas de alta incidência como
60 estudantes de Portugal, uma pessoa do Canadá, outra dos estados Unidos e 16
do Japão. Temos 188 pessoas em isolamento: quatro da Coreia do Sul, quatro de
Itália, uma das Filipinas, uma do Japão e uma da Polónia, além de um turista do
Canadá, quatro do interior da China e 168 residentes de Macau”, apontou a
coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da Doença,
Leong Iek Hou.
Segundo avião para Hubei ainda é uma hipótese
Até
ontem, a Direcção dos Serviços de Turismo recebeu 124 pedidos de apoio de
residentes em Hubei, no entanto, o recurso a um segundo avião fretado ainda é
apenas uma hipótese. “Em relação ao segundo avião fretado, temo-nos esforçado
muito para avaliar a situação e um plano. Claro que o avião fretado é uma
escolha, mas precisamos de ponderar muitos aspectos sobre como podemos garantir
a segurança durante o trânsito”, apontou a chefe do Departamento de
Licenciamento e Inspecção da Direção dos Serviços de Turismo. Inês Chan
recordou ainda que “os residentes que regressaram no primeiro voo ainda estão
em isolamento, ainda há muitos aspectos a considerar, por isso, não há uma data
para o segundo voo”. Inês Almeida – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau” com “Lusa”
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