Segundo
o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), o
Presidente da Guiné Equatorial lhe assegurou que o projeto de revisão do Código
Penal, com abolição da pena de morte, está pronto para ir ao parlamento.
“Falamos
sobre direitos humanos, nomeadamente sobre a questão da abolição da pena de
morte e ele disse-me que aquilo que tinha a fazer já fez, que foi assinar a
moratória sobre a pena de morte, em vigor já há anos no país, não havendo [por
isso] execuções há vários anos”, afirmou Francisco Ribeiro Telles sobre a
visita de quatro dias, concluída no sábado, e durante a qual teve uma reunião
de 40 minutos com o chefe de Estado equato-guineense, Teodoro Obiang Nguema
Mbasogo, precisamente no último dia.
Além
disso, o Presidente da Guiné Equatorial informou que o que “existe agora é um
projeto do Governo que vai ser submetido ao parlamento e que é uma reforma
profunda do Código Penal”, e que “inclui a abolição da pena de morte” no país,
adiantou ainda o secretário-executivo da CPLP.
“Se
isso vai a tempo de poder ser apresentado, onde ele poderá anunciar, na cimeira
de Luanda [da CPLP, marcada para setembro] eu não sei”, comentou Ribeiro
Telles, aludindo à possibilidade de Teodoro Obiang anunciar esta medida na conferência
de chefes de Estado e de Governo do bloco lusófono deste ano.
A
abolição da pena de morte era uma das medidas previstas no roteiro de adesão do
país como membro efetivo da CPLP, em 2014, mas ainda não aconteceu.
Segundo
o embaixador, no encontro de sábado, que ocorreu na cidade administrativa, no
continente da Guiné Equatorial, e não em Malabo, capital, o Presidente Obiang
sublinhou que “esse projeto [de reforma do Código Penal] já está pronto para
ser enviado ao parlamento”.
Do
seu lado, o secretário-executivo da CPLP diz ter manifestado a necessidade de
que “fossem dados passos substantivos para a plena integração” do país como
estado-membro desta organização desde 2014.
O
secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),
Ribeiro Telles, realizou uma visita oficial à Guiné Equatorial entre 4 e 7 de
março.
Antes
de partir para Malabo, Francisco Ribeiro Telles admitiu que pretendia debater
“tudo”, incluindo questões de direitos humanos e pena de morte com as
autoridades da Guiné Equatorial.
Sublinhando
que esta deslocação se inclui num conjunto de visitas que tem vindo a fazer aos
Estados-membros da CPLP, o diplomata adiantou que neste país tinha também por
objetivo “discutir” com as autoridades equato-guineenses “o novo programa de
apoio à integração da Guiné Equatorial” ao bloco lusófono.
Um
programa que ficou decidido por todos os Estados-membros na reunião do Conselho
de Ministros realizado em julho do ano passado na cidade cabo-verdiana do
Mindelo, e que deverá ser discutido e aprovado pelos chefes da diplomacia ou
mesmo na cimeira de Luanda.
Durante
a visita, Ribeiro Telles reuniu-se com outros responsáveis, nomeadamente o
ministro dos Assuntos Exteriores e Cooperação e com o terceiro
vice-primeiro-ministro do Governo, responsável pelos direitos humanos.
O
secretário-executivo também participou na cerimônia de encerramento do
“Seminário de Formação aos Funcionários sobre Pontos Focais”, “proferido pelos
colaboradores do secretariado-executivo da CPLP a funcionários
equato-guineenses”, e que presidida pelo primeiro-ministro da Guiné Equatorial,
responsável pela coordenação administrativa.
Além
disso, visitou a Universidade Afroamericana de Djibloho e as cidades de Mongomo
e de Ebibeyin.
Integram
ainda a organização Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique,
Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário