Caros
compatriotas,
Nesta
fase da epidemia a prioridade máxima deve ser diminuir a probabilidade de
contágios escusados. Já basta a contaminação provável de muitos profissionais
de saúde a receberem doentes ou portadores do vírus em quantidade cada vez
maior. Ficar em casa não é só uma recomendação ou instrução que vem de cima é
um imperativo que deve impor-se à nossa consciência.
A
Dra. Berta Nunes, a Senhora Secretária de Estado das Comunidades Portuguesas,
que, diga-se de passagem, é licenciada em Medicina, fez aqui há uns dias um
apelo para que os Portugueses e Lusodescendentes residentes fora de Portugal
adiassem as viagens para Portugal, que, de qualquer maneira estão limitadas a
casos muito específicos e graves, como a morte dum familiar ou outra situação
excecional que o pudesse justificar.
Ora,
no relato diário que os Chefes dos Postos Consulares em França me fazem,
continuam a registar-se pedidos de informação sobre viajar para Portugal que,
francamente, não me parecem justificar o risco em que se pode colocar a
eficácia destas medidas de confinamento que todos devemos observar, pondo
igualmente em perigo familiares e amigos (para mais, é de recordar que,
atualmente, a quarentena à chegada a Portugal é obrigatória).
Se
ajudar a que me acreditem, não me importo de referir que, tendo sido Médico
antes de ser diplomata, fui Assistente de Microbiologia na Faculdade de
Medicina de Lisboa, e que sei do que falo quando digo que não é agora o tempo
para “facilitar” e para baixar a guarda na luta contra a disseminação do
Coronavírus.
Por
favor, deixe-se ficar em casa. Não viaje para Portugal.
Jorge
Torres Pereira
Embaixador
de Portugal em França
In “LusoJornal”
- França
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