O Governo anunciou que todos os visitantes que tenham
passado por Alemanha, França, Espanha ou Japão nos últimos 14 dias vão ser
submetidos a um exame médico obrigatório antes de entrarem em Macau, não
descartando a inclusão dos Estados Unidos na lista de países com alta
incidência epidémica. Os 57 residentes de Macau que saíram de Wuhan num voo
fretado estão a ser acompanhados no Centro Clínico do Alto de Coloane e todos
os testes de ácido nucleico deram negativo
Os
Serviços de Saúde anunciaram que todos os indivíduos que tenham visitado
Alemanha, França, Espanha ou Japão nos últimos 14 dias vão ser submetidos a um
exame médico obrigatório antes de entrarem em Macau, e que, a partir de amanhã,
todos os passageiros que tenham visitado esses países, ou que neles tenham
feito escala, serão sujeitos a observação clínica durante 14 dias. “Não
afastamos a hipótese de que haja um surto bem grave na Europa”, explicou Lei
Chin Ion, director dos Serviços de Saúde. As autoridades revelaram ainda que os
testes de ácido nucleico efectuados aos 57 passageiros que chegaram de Wuhan,
no sábado, deram negativo. Em marcha está um plano para a retirada dos
restantes 119 residentes de Macau da província de Hubei.
A
evolução da situação epidemiológica do novo coronavírus levou as autoridades de
saúde de Macau a colocar Alemanha, Espanha, França e Japão na lista de países
classificados como zonas de alta incidência, juntamente com Irão, Itália e
Coreia do Sul. “Estamos agora a prestar muita atenção à situação da Europa. Não
afastamos a hipótese que haja um surto bem grave na Europa”, disse Lei Chin
Ion, acrescentando que “todos os residentes ou turistas que tenham vindo desses
países, mesmo que tenham vindo em trânsito, também têm de se sujeitar a
observação médica [ao longo de 14 dias]”.
De
acordo com Leong Iek Hou, os residentes de Macau terão a oportunidade de fazer
quarentena em casa, ao passo que os restantes visitantes serão obrigados a
assumir as despesas num hotel designado pelos Serviços de Saúde. “Os residentes
podem sujeitar-se à observação médica na sua casa, enquanto que os
não-residentes têm que se sujeitar a observação médica num hotel designado
pelos Serviços de Saúde, e as despesas são a cargo dos próprios”, afirmou a
coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância da
Doença em conferência de imprensa.
Em
relação aos Estados Unidos da América, Lei Chin Ion assumiu que nos próximos
dias poderá haver actualização da lista de países considerados de alta
incidência, e que as políticas implementadas também têm a ver com questões
diplomáticas. “Quanto aos Estados Unidos da América também temos de seguir os
mesmos critérios pois há uma subida de casos confirmados e estamos a prestar muita
atenção. Na verdade, estas políticas têm a ver com a diplomacia, e, por isso,
quando se metem questões de negócios estrangeiros, temos de comunicar em
primeiro lugar com o comissariado dos Negócios Estrangeiros em Macau, e só
depois é que podemos considerar os territórios na nossa lista e aplicar as
medidas devidas. Dito isto, talvez daqui a dois dias teremos mais dois ou três
países, mas vamos dando a informação de acordo com o ajustamento que fizermos
em consonância com a situação epidemiológica”, frisou Lei Chin Ion.
Testes de ácido nucleico aos 57 residentes que estiveram
em Wuhan deram negativos
Os
57 residentes de Macau que chegaram sábado de Wuhan num voo fretado pelo
Governo fizeram testes de ácido nucleico para identificar possíveis casos de
infecção, mas os resultados foram, por enquanto, todos negativos, garantiu Lei
Chin Ion. “Todos os testes dos 57 residentes que voltaram de Wuhan deram
negativo, é uma boa notícia, mas isto não significa que já podemos ficar
descansados porque ainda vão estar sujeitos a mais dois testes de ácido nucleico
a cada 48 horas”, disse o director dos Serviços de Saúde.
Já
U Sio On, coordenador do Centro Clínico de Saúde Pública, explicou que, para
além dos testes de ácido nucleico, as crianças com idade inferior a 13 anos que
estiveram em Wuhan também foram avaliadas por pediatras. “Os pediatras
realizaram um ‘check-up’ às crianças com idade inferior a 13 anos, fizeram uma
avaliação do foro otorrinolaringologista, assim como um teste ao peito, pulmões
e barriga. As crianças não apresentaram dores nos ouvidos”, disse U Sio On,
acrescentando que “uma criança teve assadura por causa das fraldas e outra um
abcesso dentário” e, por isso, estão a ser acompanhadas por pediatras do Centro
Clínico do Alto de Coloane.
Governo analisa plano para retirar mais residentes retidos
em Hubei
Depois
de concluída a operação de sábado, o Governo já está a estudar uma forma para
retirar os restantes 119 residentes de Macau dispersos pela província de Hubei,
garantiu Inês Chan, Chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da
Direcção dos Serviços de Turismo. “Ainda precisamos de fazer um balanço à
operação de sábado para ganhar experiência, e ainda precisamos de verificar a
situação de saúde dos residentes que regressaram ontem [sábado]”, começou por
explicar Inês Chan.
“A
primeira ronda de retirada foi principalmente para os residentes que estavam em
Wuhan, onde reservámos algum espaço para os idosos e as crianças, mas a próxima
operação é para os residentes que estão nos lugares mais remotos. Precisamos de
verificar a evolução da epidemia em Hubei, por isso não podemos publicar uma
data exacta para a segunda operação”, acrescentou Inês Chan, garantindo que o
Governo está a “estudar um plano para a retirada destes residentes”. Eduardo
Santiago – Macau in “Ponto Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
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