Executivo de António Costa garantiu uma encomenda de 500
ventiladores junto de um fornecedor chinês através do Banco Nacional
Ultramarino de Macau. O negócio de 10 milhões de dólares americanos esteve em
risco de se perder para o Canadá, mas o Governo português conseguiu contornar o
problema e concretizar o pagamento no fuso horário da China
Uma
exigência de última hora de um fornecedor de ventiladores na China obrigou o
Governo de Portugal a recorrer ao Banco Nacional Ultramarino de Macau para
assegurar a compra de 500 aparelhos, por 10 milhões de dólares americanos, até
às 02h00 da madrugada de segunda-feira passada em Lisboa, revelou o jornal
Público na sua edição de sábado. Uma informação confirmada ao Ponto Final por
uma fonte do BNU.
“O
BNU fez aquilo que tinha de fazer em articulação com a Caixa Geral de Depósitos
para conseguir, no fundo, concretizar um pagamento que o Estado português tinha
de fazer na segunda-feira [passada] às 02h00 da manhã de Lisboa, 10 da manhã
daqui de Macau”, revelou a mesma fonte a este jornal.
De
acordo com a informação veiculada pelo jornal Público, o Governo português já
tinha um contrato para comprar 500 ventiladores a um vendedor da China e já
tinha dado uma garantia, quando, no domingo, recebeu a informação do
fornecedor, de que se não pagasse o total da encomenda (10 milhões de dólares
americanos) até segunda-feira de manhã (dia 23 de Março) os aparelhos seriam
entregues ao Canadá.
Antes
de avançar para o depósito no BNU, a primeira acção do Executivo liderado por
António Costa foi abrir o Instituto de Gestão e Crédito Público para que o
dinheiro fosse disponibilizado imediatamente. Segundo escreve o referido
diário, o Governo português ainda equacionou recorrer ao BCP-Millenium, uma vez
que o banco português tem uma agência em Macau, e à Sonae, empresa que detém
uma central de compras na China, mas com um prazo tão apertado, a escolha
acabou por recair no BNU de Macau.
“O
responsável máximo da Caixa Geral de Depósitos ligou à uma da manhã (de
Lisboa), e verificámos que era possível fazer as transferências para o
fornecedor e, às 08h30 da manhã de Macau, portanto 01h30 da manhã de Lisboa,
estávamos a fazer as diligências necessárias até às 02h00 da manhã de Lisboa,
10h00 da manhã de Macau. E foi possível entregar os comprovativos das
transferências a quem de direito, que os fizeram chegar aos fornecedores para
confirmar que os pagamentos tinham sido efectuados”, explicou ao Ponto Final a
mesma fonte do BNU, acrescentando que, todo o processo foi feito em articulação
com o Instituto de Gestão e Crédito Público.
Com
a concretização do depósito de 10 milhões de dólares americanos no BNU dentro
do prazo, seguiu-se a obrigatoriedade de apresentação do comprovativo da
transferência ao comprador, sendo esta a única forma de assegurar que os 500
ventiladores eram vendidos a Portugal. Segundo a informação avançada pelo
jornal Público, o comprovativo do depósito chegou ao Governo de António Costa
às 02h30 da madrugada de Lisboa, e foi enviado de seguida ao embaixador
português na China, José Augusto Duarte, que tratou de o ir apresentar
pessoalmente ao fornecedor chinês de forma a assegurar a encomenda de 500
ventiladores para Portugal.
Na
sexta-feira, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, garantiu
que os ventiladores deverão começar a chegar “de forma faseada” a Portugal a
partir de Abril. Para além destes 500 ventiladores, há ainda 78 ventiladores na
Embaixada de Portugal na China para rumar a Portugal em voos específicos. Eduardo
Santiago – Macau in “Ponto Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
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