Devido à situação epidémica na Europa, os Serviços de
Saúde não excluem a possibilidade de colocar Portugal na lista de países
considerados zonas de alta incidência. Com o agravamento da situação nas
regiões vizinhas, Lei Chin Ion assume que podem surgir casos importados em
Macau e que as autoridades estão a acompanhar a situação de vários países.
Sobre os 123 residentes de Macau ainda retidos em Hubei, a Direcção dos
Serviços de Turismo diz não ter data para o segundo voo fretado
A
coordenadora do Núcleo de Prevenção de Doenças Infecciosas e Vigilância de
Doença, Leong Iek Hou, admitiu ontem que as autoridades estão a acompanhar, com
muita atenção, a evolução epidémica do Covid-19 em vários países europeus, e
não descartou a possibilidade de incluir Portugal na lista de países
considerados zonas de alta incidência. “O número de casos confirmados em
Portugal ainda não é elevado, pois têm dezenas. Temos uma ligação com Portugal
e, portanto, também estamos atentos à evolução epidémica de Portugal. Caso haja
um aumento de casos confirmados, não excluímos a possibilidade de incluir
Portugal na nossa lista de países considerados zonas de alta incidência”, disse
Leong Iek Hou, em conferência de imprensa, um dia depois da Organização Mundial
de Saúde ter classificado o Covid-19 como pandemia.
Macau
não tem novos casos registados de infecção há 37 dias, depois de uma série de
medidas de prevenção e controlo nas fronteiras. Para além disso, os visitantes
que tenham passado por Irão, Itália, Coreia do Sul, Japão, Alemanha, França e
Espanha nos últimos 14 dias são obrigados a uma avaliação médica e à realização
de quarentena. Já os visitantes da Noruega estão sujeitos a exame médico desde
ontem. Segundo Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, a Dinamarca poderá
ser considerada brevemente uma zona de alta incidência, tendo já mais de 600
casos registados.
“Não
conseguimos prever quais são os países que serão incluídos na nossa lista de
zonas de alta incidência, mas estamos atentos às situações dos países como a
Dinamarca. Estamos a seguir com atenção a evolução epidémica da Dinamarca, que
poderá ser considerada uma zona de alta incidência”, afirmou Lei Chin Ion,
explicando depois os critérios para a inclusão dos países afectados pelo
Covid-19 nesta lista e que os “factores económicos ou de política externa” não
fazem parte dos critérios de avaliação. “Temos que ver o número de casos de
infectados, o ritmo de infecção e as medidas que são tomadas para prevenção e
controlo no local”, referiu Lei Chin Ion, acrescentando que um país pode ser
incluído nesta lista caso as medidas de prevenção sejam precárias e haja poucos
casos.
Apesar
das medidas de prevenção para travar casos importados da Europa, as autoridades
de Macau estão a acompanhar o agravamento da situação nos países vizinhos,
nomeadamente Singapura, Malásia e Hong Kong. “O Governo da RAEM está a fazer
trabalhos de contenção principalmente em relação aos países vizinhos e
arredores como Singapura, Malásia ou Hong Kong, que têm registado um
agravamento da situação”, revelou Lei Chin Ion, admitindo, que há sempre a
possibilidade de surgimento de casos importados em Macau. “Por isso não
afastamos a possibilidade de haver casos importados a surgirem em Macau. Há
sempre casos importados noutros países. No interior da China e Hong Kong houve
casos importados, de pessoas que estão a voltar de países europeus, e por isso
não podemos baixar a guarda”, acrescentou.
Segundo voo fretado sem data marcada
Em
relação aos 123 residentes de Macau ainda retidos na província de Hubei, Inês
Chan, chefe do Departamento de Licenciamento e Inspecção da DST, assumiu que
não há novidades sobre o agendamento do segundo voo fretado pelas autoridades.
“Temos avaliado a primeira operação de voo fretado e também estamos a avaliar a
situação de Macau e Hubei. Quanto aos residentes retirados de Hubei, estão com
boa condição de saúde, mas ainda não ultrapassaram os 14 dias de observação
médica”, afirmou Inês Chan, explicando que ainda há muitos factores a ponderar.
“Durante este período iremos realizar mais testes e observar melhor a situação
dos residentes retirados. Para além disso, temos de avaliar o suporte às
condições que temos, e se serão suficientes para recolher todos os residentes
de Macau que estão espalhados pela província de Hubei. Também vamos estudar a
data mais adequada para recolher estes residentes que estão em Hubei. Por isso
não temos uma data concreta”, frisou.
Sexta ronda de venda de máscaras arranca hoje
Na
conferência de imprensa, Lei Chin Ion falou também da sexta ronda de
distribuição de máscaras, que começa hoje. De acordo com o director dos
Serviços de Saúde, a evolução epidémica mundial está a dificultar o acesso a
máscaras, mas frisou que o Governo vai garantir o material a todos os cidadãos.
“A situação está a agravar-se em muitos lugares e está a ser cada vez mais
difícil a aquisição em vários lugares do mundo por causa da situação epidémica,
mas estamos preparados para a sexta ronda de distribuição de máscaras. Nas
primeiras cinco rondas comprámos 28 milhões de máscaras. Quanto ao montante despendido,
ainda não sabemos o número exacto, mas esse número ainda temos tempo para
calcular quando esta epidemia tiver terminado”, assinalou. Eduardo Santiago –
Macau in “Ponto Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
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