Praia
- Os deputados dos países de língua portuguesa vão criar grupos parlamentares
de luta contra a tuberculose, que terá uma "voz única" e irá
trabalhar em conjunto para influenciar os governos a aumentar os orçamentos na
área da saúde.
A
informação foi avançada à imprensa pela deputada cabo-verdiana Lúcia Passos,
indicando que a criação do grupo será uma das recomendações da declaração de
Praia da 3.ª Cimeira Parlamentar Africana sobre a Tuberculose.
Segundo
Lúcia Passos, primeiro serão criados grupos de deputados nacionais de luta
contra a tuberculose, seguindo-se depois o grupo dos Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa (PALOP) e também um grupo de toda a Comunidade de Países de
Língua Portuguesa (CPLP), como forma de incluir Portugal, Brasil e Timor-Leste.
"Em
vez de termos apenas um grupo africano, vamos ter um grupo africano e outro da
CPLP, para podermos trabalhar em conjunto, influenciar os governos em termos de
aumento de orçamentos, para que, pelo menos ao nível da saúde, atinjam 15% do
PIB, conforme recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), disse a
deputada do Movimento para a Democracia (MpD), partido no poder em Cabo Verde.
A
ideia, prosseguiu a parlamentar, é os deputados terem uma "voz única"
e trabalhar um plano de sensibilização junto dos respetivos países, para que
possam cumprir o objetivo da erradicação da tuberculose até 2035.
"Será
uma luta gradual, com indicadores bem definidos, 2025, 2030, 2035. A meta
global é em 2035 erradicarmos a tuberculose dos respetivos países",
salientou Lúcia Passos, que espera a entrada no grupo de todos os deputados que
têm alguma sensibilidade pelas questões da saúde.
"O
grupo é aberto, livre, as pessoas podem manifestar-se porque vamos fazer um
trabalho de sensibilização junto das comunidades, da sociedade civil e do
próprio Governo. Por isso é importante que os deputados que entrem nesse grupo
se sintam à-vontade e que tenham sensibilidade para a questão e que abracem a
causa", continuou.
Falando
após um painel da cimeira em que deputadas lusófonas apontaram a importância da
criação do grupo parlamentar, Lúcia Passos explicou: "A diplomacia
parlamentar dos nossos deputados e a sensibilidade será o ponto forte para que
as pessoas que querem entrar no grupo estejam preparadas para isso".
Os
Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) são Angola, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial, enquanto a
CPLP inclui todos esses países mais o Brasil, Portugal e Timor-Leste. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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