As
escolas secundárias reabilitadas pela empresa pública Parque Escolar poderiam
reduzir entre 20 e 36% do consumo de energia térmica útil (14.1 – 24,7 kWh /
m2) e melhorar significativamente a Qualidade Ambiental Interior (QAI) se, no
início de cada ano letivo, os sistemas ativos de gestão centralizada (ar
condicionado, iluminação, ventilação, etc.) fossem ajustados em função da
ocupação das salas de aula e dos horários letivos.
Esta
é uma das conclusões de um estudo realizado pela investigadora Luísa Dias
Pereira, no Departamento de Engenharia Mecânica da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC), no âmbito da sua tese de
doutoramento, orientada pelo professor Manuel Carlos Gameiro da Silva e
integrada no projeto “3Es” (Escolas Energeticamente Eficientes).
Para
chegar a estes resultados, ao longo de dois anos letivos foram realizadas
campanhas de monitorização de QAI em oito escolas secundárias do país
requalificadas pela Parque Escolar, onde foram avaliados vários parâmetros relativos
às condições ambientais do interior dos edifícios escolares, tais como o nível
de conforto térmico, concentrações de CO2, temperatura e humidade relativa,
entre outros.
Com
base nos parâmetros observados, foi desenvolvida uma metodologia que permite
estabelecer planos de eficiência energética personalizados, ou seja, consoante
as características de cada estabelecimento de ensino. De seguida, esta
metodologia foi aplicada em casos de estudo em duas das oito escolas avaliadas
com características diferentes.
E
o que se verificou foi que, ajustando o funcionamento dos sistemas ativos dos
edifícios em função do número de alunos nas salas de aula e dos horários
letivos, «é possível otimizar a eficiência energética sem comprometer o
conforto e a saúde dos seus ocupantes, conseguindo-se obter uma redução entre
20 e 36% do consumo de energia térmica útil nas escolas», nota Luísa Dias
Pereira.
«O
número de alunos e os horários variam de ano para ano. Por isso, é importante
que, no início de cada ano letivo, as direções das escolas olhem para a
ocupação que vão ter, sobretudo nas salas de aula, e ajustem os sistemas que
são necessários nesses espaços de acordo com o número de ocupantes (alunos,
professores, pessoal técnico, etc.)», recomenda a investigadora, cujo trabalho
foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia [FCT,
(SFRH/BD/77105/2011)].
«No
fundo, o que propomos é uma abordagem metodológica abrangente sobre o consumo
de energia que permite tirar partido das novas funcionalidades introduzidas nas
escolas pela intervenção da Parque Escolar», conclui.
No
âmbito deste estudo, publicado na revista científica Energy Efficiency,
foi ainda elaborado um manual de boas práticas que estabelece os principais
princípios de atuação para a definição de planos de eficiência energética nas
escolas. Universidade de Coimbra “Faculdade
de Ciências e Tecnologia” - Portugal
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