Díli
- Portugal pode ter um papel importante na edificação do sistema da futura
Autoridade Marítima, com eventual apoio, incluindo formação dos primeiros
membros da instituição, disse à Lusa o chefe de Estado-Maior General das Forças
Armadas portuguesas.
"O
nosso país tem capacidade de ter um papel importante (...), desde logo porque o
sistema que Timor está a desenvolver tem algumas semelhanças com o sistema
português", disse à Lusa o almirante António Silva Ribeiro, na conclusão
da sua visita a Timor-Leste.
"Essas
questões vão ser certamente tratadas este mês quando vier a Timor-Leste o
ministro da Defesa", explicou.
Silva
Ribeiro disse que no decurso desta visita o tema dominante das conversas com
responsáveis militares e políticas foi a Autoridade Marítima, especialmente
dada a eminente aprovação do quadro legal para a criação da nova instituição.
Para
já, disse, houve uma troca de opiniões sobre os passos seguintes, com as
autoridades timorenses interessadas em perceber "à luz do que é o sistema
português, quais são as melhores decisões para Timor-Leste", procurando
soluções "eficazes e eficientes" para evitar "edificar
capacidades que depois levem a um consumo de recurso desnecessárias".
O
CEMGFA recordou a sua própria experiência na área, tendo sido diretor-geral da
Autoridade Marítima, comandante da Polícia Marítima e depois chefe de Estado
Maior da Armada.
Agora,
afirmou, o assunto tem que passar para o nível político, com eventuais
solicitações a Portugal a terem de ser "enquadradas no programa quadro de
cooperação".
Depois
da lei que cria a autoridade, disse, é preciso constituir os órgãos, mas deve
já começar a pensar-se na formação, com Portugal a poder colocar a sua Escola
da Autoridade Marítima à disposição de Timor-Leste.
A
formação, disse, pelo menos para já, "deve decorrer em Portugal dada a
alta especialidade e as capacidades científicas e pedagógicas dos
professores" e para que as pessoas possam depois ter formação prática, nas
capitanias e Polícia Marítima.
Noutro
âmbito, Portugal pode também ter um papel de apoio na eventual formação em
Timor-Leste de um Colégio Militar, à semelhança do que já existe em Portugal,
onde estão atualmente 12 timorenses a estudar.
"Quererem
importar o Colégio Militar significa que querem alargar a possibilidade dessa
formação de qualidade e nos valores essenciais da pessoa humana à sociedade
portuguesa", afirmou.
Em
termos gerais, Silva Ribeiro sublinhou que na área de defesa e segurança,
Timor-Leste "continua a olhar para Portugal como parceiro privilegiado".
A
sua própria proximidade pessoal ao país e aos responsáveis militares tem
permitido falar com todos como "irmãos" e "acompanhar
profundamente a evolução das Forças de Defesa de Timor-Leste" desde a sua
criação.
"O
que tenho sentido em todo o processo é que Portugal é para os timorenses um
parceiro indispensável, mas um parceiro em que se confia. Há uma reciprocidade
nesta confiança", frisou.
O
responsável militar português disse que a cada visita, quase anual, nota que as
preocupações e solicitações das lideranças políticas e militares de Timor-Leste
às Forças Armadas portuguesas e ao Ministério da Defesa se prendem com "a
construção das Forças Armadas num país democrático que está também ele em
construção". In “Sapo Timor-Leste” com “Lusa”
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