Ho Iat Seng, enquanto candidato a
Chefe do Executivo, teve ontem o primeiro encontro com as comunidades
portuguesa e macaense. Se quando ainda não estava formalmente na corrida não
apresentava medidas concretas, agora não as pode divulgar porque ainda não está
eleito. Portanto, nesta reunião houve algumas ideias, mas zero políticas
concretas
Ho
Iat Seng disse ontem na Associação Industrial de Macau que “não é mau que haja
mais portugueses a viver em Macau”. A declaração aconteceu à margem do encontro
do candidato com as comunidades portuguesa e macaense, no qual estiveram
presentes vários membros do Colégio Eleitoral que a 25 de Agosto vai eleger o
terceiro Chefe do Executivo.
A
condição da RAEM como plataforma para o intercâmbio entre as culturas chinesa e
portuguesa faz com que Ho abra a porta a que mais cidadãos nacionais possam
chegar ao território. E até foi mais longe, ao apontar quais as áreas em que
estes profissionais lusos podiam encaixar na economia de Macau. Ho elenca
quatro: cultura, tradução, negócios e comércio.
Mas
se a pergunta for como é que o futuro Chefe do Executivo pretende atrair os
portugueses para virem para a RAEM, aí Ho já não vai. Porquê? “Sou um
candidato, ainda não sou Chefe do Executivo, não falo de medidas concretas”,
responde. Antes de a candidatura ter sido aceite formalmente pela Comissão de
Assuntos Eleitorais do Chefe do Executivo (CAECE), a justificação para não
abordar propostas concretas era a de não ser ainda candidato. O homem que vem
do sector industrial dizia que isso só poderia acontecer quando apresentasse o
programa eleitoral. O documento foi, entretanto, apresentado, no último sábado,
numa sessão que decorreu durante cinco horas.
Uma pedra no sapato? Não
Um
dos temas que marcou a relação de Ho Iat Seng com os portugueses durante a
passagem pela presidência da Assembleia Legislativa foi a saída de dois
juristas daquela instituição, Paulo Cardinal e Paulo Taipa. Ho Iat Seng não
acha que esse episódio possa levar a uma relação mais tensa com a comunidade.
“O que aconteceu é que os contratos deles expiraram. Só executei a lei. Não foi
nada de especial”, referiu.
Ho
diz, inclusive, que não há razões para que haja mau-estar já que, pelo meio,
foram contratados mais juristas lusos. Questionado ainda se desejava visitar o
território português nos próximos cinco anos como líder da RAEM, Ho não se quis
comprometer, afirmando apenas que já tinha ido Portugal várias vezes enquanto
membro da AL.
Eficiência contra a despesa
Durante
mais de uma hora de conversa com os elementos das comunidades portuguesa e
macaense, Ho voltou a colocar a tónica na reforma da Administração Pública, que
é o porta-estandarte do seu programa político. O candidato diz que essa é uma
política importante porque gastar mais dinheiro no orçamento é algo que não
seria muito positivo. “A despesa já não é pequena e aumentá-la pode ser um
problema. Temos de melhorar a gestão do dinheiro”, disse no discurso
introdutório, em que falou dos grupos vulneráveis do território que precisam de
uma perspectiva para o futuro.
Num
encontro marcado por muitas sorrisos e gargalhadas de parte a parte, e com
muitos dos membros das duas comunidades a dizerem estar “muito felizes” por ver
Ho na posição em que se encontra, foram debatidos vários temas como a
necessidade de aprofundar o ensino do português, a reabilitação da cidade e o
apoio aos idosos. João Malta – Macau in “Ponto
Final”
joaomalta.pontofinal@gmail.com
Sem comentários:
Enviar um comentário