O Festival Internacional de Música de
Macau conta, este ano, com uma actuação do grupo português “Os Quatro e Meia”,
oriundo de Coimbra, que promete uma combinação “engenhosa” de rock e fado. O
Festival que abre com “A Flauta Mágica” terá 22 espectáculos, um deles da
Orquestra Sinfónica de Viena, que regressa ao território
O
33º Festival Internacional de Música de Macau (FIMM), que decorre entre 4 e 30
de Outubro conta com uma actuação do grupo “Os Quatro e Meia”, intitulada
“Pontos nos Is”, agendada para dia 12 de Outubro no Pequeno Auditório do Centro
Cultural.
“Ao
som de guitarra, contrabaixo, violino, acordeão, bandolim e percussão, o grupo
tem procurado agregar o mais variado manancial de música portuguesa de
qualidade, do pop-rock ao fado, numa tentativa de conferir novas sonoridades e
perspectivas a algumas das mais belas canções escritas em Portugal”, lê-se num
resumo apresentado pelo Instituto Cultural (IC).
O álbum
de estreia da banda de Coimbra data de 2017 e após a sua estreia no Coliseu do
Porto, em Novembro do ano passado, já actuou na Casa da Música, na mesma
cidade, no Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra e, também em Outubro, irá
actuar no Coliseu dos recreios, na capital portuguesa. O concerto em Macau terá
a duração de uma hora e quinze minutos, sem intervalo.
Questionada
sobre a presença de apenas um grupo lusófono num ano particularmente importante
para as relações Portugal-China, com os 40 anos das relações diplomáticas entre
os dois países e os 20 anos da RAEM, a presidente do IC contrapôs com o facto
de haver outros eventos que já enfatizam a cultura lusófona.
“Temos
uma nova missão no IC: estabelecer um centro de intercâmbio cultural entre a China
e Portugal, por isso, temos o Encontro sino-lusófono. No ano passado foi a
primeira edição e este ano houve já a segunda. Nesta edição [do FIMM] parece
que não temos muita participação de artistas portugueses, mas no início de
Julho tivemos este evento”, apontou Mok Ian Ian.
No
total, a edição deste ano do FIMM terá 17 programas num total de 22
espectáculos. A abertura fica a cargo da Orquestra Sinfónica de Hong Kong que
apresenta “A Flauta Mágica”, uma ópera em dois actos de Wolfgang Amadeus
Mozart. A produção que chega a Macau consiste numa mistura de animação
cinematográfica e canto ao vivo.
Já
no encerramento do festival, a Orquestra de Macau junta-se à Orquestra e ao
Coro do NCPA da China para “A Cantata do Rio Amarelo”, da autoria de Xian Xinghai.
Outro
dos grandes destaques desta edição do FIMM é Billy Childs, vencedor de vários
“Grammy” que promete “uma inebriante noite de música jazz”.
O
“Dorian Wind Quintet”. dos Estados Unidos, “famoso pelas suas actuações
requintadas e apaixonadas, apresentará um repertório magnífico com a sua
musicalidade consumada num concerto com o mesmo nome”. O grupo vai ainda
colaborar com o pianista Billy Childs para apresentar a estreia mundial da sua
nova composição, “Ecosystems”.
A
presidente do IC indicou que esta estreia não foi encomendada. “Não fez a
música por causa do festival”, asseverou Mok Ian Ian.
Vindo
da Noruega, o “Trio Medieval” dará dois concertos: “Aquilonis” e “Canções
Folclóricas”, procurando dar a conhecer a música nórdica.
O
programa do festival conta ainda com Sona Jobarteh, intérprete de “kora”, um
instrumento de 12 cordas, que apresentará vários temas tradicionais africanos
no concerto “Griot Mandiga”.
De
regresso a Macau está a Orquestra Filarmónica de Viena para apresentar a
Sinfonia do Novo Mundo de A. Dvorak e o Concerto para Piano e Orquestra nº 3 de
S. Rachmaninoff, a par da pianista chinesa Yuja Wang.
Diálogos musicais
Este
ano, o FIMM inclui alguns espectáculo que se pautam por um “encontro” entre
artistas ocidentais e orientais. O violinista búlgaro Svetlin Roussev vai
colaborar com a pianista coreana Yeol Eum Son, num “Romance Musical”, no Teatro
D. Pedro V. Além disso, os dois músicos apresentarão também o Duplo Concerto em
Ré menor de F. Mendelssohn, com os Solistas de Sejong no concerto “Encontro
Quatro Estações”.
Sophia
Su, violinista local, juntar-se-á aos Solistas de Sejong para interpretar o
Concerto para Violino e Orquestra nº1 de J. Haydn no concerto “Serenata de
Cordas”.
Por
sua vez, a Orquestra Chinesa de Macau convidou uma série de músicos para
apresentar um conjunto de clássicos chineses e ocidentais no concerto “Encontro
Musical entre o Oriente e o Ocidente”, incluindo a ária Nessun Dorma, da ópera
italiana Turandot.
No
concerto “Bravo Macau!”, Choi Hoi Lam (guzheng e erhu) e Fang Teng (erhu) vão
subir ao palco para mostrar o seu talento.
A
edição deste ano do FIMM conta com um orçamento de 31 milhões de patacas, mais
3% que na edição anterior não só por haver mais um espectáculo como devido a um
maior investimento na publicidade, justificou Mok Ian Ian. Os bilhetes vão ser
vendidos a partir das 10:00 de domingo.
Além
dos espectáculos principais, o FIMM conta com um programa extra que inclui uma
“Masterclass” pelo violinista Svetlin Roussev a par da pianista Sun Yingdi, com
vista a potenciar a técnica de interpretação dos participantes. Há também uma
oficina de instrumentos musicais para as famílias e Halen Woo, especialista em
música popular africana e cubana será convidado a apresentar e a fazer
demonstrações de diferentes tipos de instrumentos africanos a fim de partilhar
o timbre da música da África Ocidental. O programa integra também sessões
escolares da “Flauta Mágica”, palestras, conversas pré-espectáculo e
actividades comunitárias. Inês Almeida –
Macau in “Jornal Tribuna de Macau
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