Foi assinado um acordo de cooperação
em termos de mobilidade entre a Universidade Cidade de Macau e a Universidade
de Cabo Verde. O primeiro resultado será um mestrado em Relações
Internacionais, que deverá estar pronto para ser lançado no ano lectivo
2020/2021. O pró-reitor da Universidade de Cabo Verde defendeu, em entrevista
ao jornal Tribuna de Macau, que “hoje em dia a internacionalização é uma das
peças fundamentais” e que o memorando é apenas uma “peça do puzzle” para uma
conexão mais alargada com outras universidades a nível mundial
A
Universidade Cidade de Macau (UCM) assinou ontem no território, um memorando de
entendimento no âmbito da mobilidade internacional com a Universidade de Cabo
Verde. Em resultado deste memorando encontra-se já em processo de
desenvolvimento um doutoramento em Relações Internacionais.
“Quer
dizer que haverá possibilidade de estudantes que fazem o doutoramento na
Universidade de Cabo Verde se deslocarem a Macau para passar alguns meses e
vice-versa”, explicou o pró-reitor para Pós-Graduação e Investigação da
Universidade de Cabo Verde, Aristides Silva, em entrevista ao Jornal Tribuna de
Macau.
Não
será no próximo ano lectivo, mas Aristides Silva prevê que este projecto possa
arrancar no próximo: “Já não vamos a tempo porque é um processo muito
burocrático em termos de implementação dos cursos. Acreditamos que para
2020/2021 vai haver essas condições”. “Esperamos que atinja um bom porto”,
acrescentou.
O
acordo foi assinado por Aristides Silva e pelo pró-reitor, da UCM Ip Kuai Peng,
tendo o encontro contado com a presença do professor Francisco Leandro.
A
preocupação de Aristides Silva prende-se maioritariamente com o financiamento
da mobilidade. “A minha preocupação não é a negociação do doutoramento em si,
mas sim encontrar fundos para apoiar a mobilidade dos estudantes, isso é que é
fundamental”, afirmou, ainda acredita que há uma “luz ao fundo do túnel”.
“Muito
recentemente abriu o Instituto Confúcio na Universidade de Cabo Verde, temos
boas relações com a embaixada, ou seja, temos já uma rede de conexões e
parcerias que poderão facilitar” nesse apoio, clarificou.
Aristides
Silva considera que a universidade é “muito aberta” a iniciativas como é o caso
da mobilidade a nível internacional, dando como exemplo dessa abertura o facto
de recentemente ter recrutado um reforço que está focalizado apenas na área das
relações internacionais. Porém, os programas de mobilidade “estão um bocadinho
limitados, são poucos”, acrescentou. Neste momento há protocolos com o Brasil,
Portugal, República Checa e Bruxelas. O protocolo com a UCM abre agora portas
para a região da Ásia. “Acredito que devemos continuar com a diversificação das
áreas de protocolo e dos países com os quais estamos a fazer os acordos (…)
Agora o que estamos a fazer agora é tentar abranger esta zona toda, o que faz
todo o sentido”, prosseguiu Aristides Silva, acrescentando que acredita que
este memorando “é mais uma peça do puzzle que estamos a montar” e cujo
objectivo é ter as “conexões ramificadas”.
Aristides
Silva é cada vez mais um defenso acérrimo da mobilidade internacional. O seu
percurso académico estendeu-se a três continentes – passou por Portugal,
Estados Unidos e China, além de Cabo Verde – e a experiência deixou marcas.
“É
uma vantagem ter estado em situações fora da minha zona de conforto. Tanto a
cultura geral que desenvolvemos, como as metodologias de ensino de cada país,
tudo isso é muito interessante”, observou.
Se
defende que a mobilidade é “benéfica a nível administrativo”, também o é para
docentes e “particularmente para estudantes” porque “ainda estão na fase
embrionária em que não definiram quem são”. Experienciar a cultura e ensino de
outros países é assim uma forma de “ganhar outros horizontes”, acrescentou Aristides
Silva.
Além
disso, o pró-reitor defende também que estudar num idioma diferente daquele que
é o nosso próprio abre um leque de possibilidades. “No meu caso, se tivesse
ficado só com a língua portuguesa, teria muitas limitações. Em termos do acervo
bibliográfico internacional que existe e que é vasto, por exemplo”, contou.
“Devemos conhecer outros idiomas que nos permitam consultar também conteúdos
académicos fundamentais, por isso a mobilidade tem de continuar a ser cada vez
mais forte”, reiterou.
Questionado
sobre se os estudantes mostram interesse por este tipo de iniciativa, Aristides
Silva foi peremptório: “Os alunos cabo-verdianos são muito interessados neste
tipo de experiência. Às vezes a preocupação é como conseguir uma bolsa de
mobilidade”.
Mestrado no Porto deve avançar este
ano
Portugal
é um dos países com que a Universidade de Cabo Verde tem vários projectos –
“por afinidade as coisas começaram mais rapidamente e agora estamos a tentar
aproximar-nos de outros países”, observou Aristides Silva.
Este
ano lectivo deverá avançar um mestrado em língua inglesa no Porto. “Já estamos
em fase muito avançada e deverá ir para acreditado no ministério brevemente”,
avançou Aristides Silva. Neste momento, “estamos a identificar alguns
professores da Universidade do Porto que irão deslocar-se para colaborar neste
aspecto. Estamos a tentar que se inicie agora no ano lectivo de 2019/2020”,
concluiu. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau”
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