São
Tomé – O Governo são-tomense pretende captar investimento para o país, através
de parcerias com empresários da China e dos restantes países de língua
portuguesa, no encontro empresarial que começa hoje e vai reunir pelo menos 150
potenciais investidores.
Em
declarações à agência Lusa, o director da Agência de Promoção, Comércio e
Investimento (APCI), Rafael Branco, referiu que este encontro, que termina amanhã,
09 de Julho, é “uma oportunidade” para “atrair investimentos privados
estrangeiros”, mas reconheceu que “o ambiente de negócios e a cultura
predominante na administração publica não facilitam a realização de
investimento” no país.
O
responsável considerou que é importante “sensibilizar os principais atores da
administração para a importância do investimento estrangeiro nas condições
particulares do país neste momento”.
“Não
basta ser um país belo, não basta ter um código de investimento atrativo, é
sobretudo a maneira como lidamos, tratamos, apoiamos, acarinhamos, seguimos e
protegemos o investidor que faz a atração do investimento”, acrescentou,
admitindo que é preciso minimizar também “os riscos políticos de natureza
jurídica, que pesam bastante na tomada de decisão” de investimento.
Além
dos cerca de 150 representantes estrangeiros, deverão participar no 14.º
Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e
os Países de Língua Portuguesa pelo menos 170 empresários são-tomenses, segundo
a mesma fonte.
De
acordo com Rafael Branco, a grande maioria dos participantes estrangeiros é
oriunda da China, mas também haverá empresários portugueses, angolanos,
moçambicanos e timorenses.
O
responsável lamentou a ausência do Brasil que “por razões de natureza interna”
não estará presente neste evento.
Rafael
Branco considerou que a organização conseguiu “uma boa representação dos
países, de associações de empresários e de empresários individuais” para este
encontro de dois dias, cujo lema é ‘Promovendo o Crescimento Económico e a
Prosperidade Partilhada’.
A
abertura do evento será feita pelo primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom
Jesus, após a intervenção do secretário-geral adjunto do Secretariado
Permanente do Fórum Macau, Ting Tian, e do vice-presidente do Instituto de
Promoção do Comércio e do Investimento de Macau.
Os
empresários deverão apresentar no encontro cerca de 60 projetos, dos quais
cerca de metade ligados ao setor do turismo, sendo os restantes das áreas da
agricultura, infraestruturas e transformação de produtos, comércio e serviços.
Rafael
Branco reconheceu que o seu país tem “poucos empresários nacionais preparados
para fazer parcerias com estrangeiros”, mas manifestou a esperança de que o
encontro possa levar a “entendimentos a execução de alguns projectos”.
“Esta
é uma ocasião especialmente oportuna para nós fazermos promoção junto aos
nossos parceiros exteriores, particularmente na China, que é um país distante e
que estará representada no fórum por associações de diversas províncias”,
explicou o director da APCI.
A
14.ª edição do encontro é organizada pela Agência de Promoção do Comércio e
Investimento de São Tomé e Príncipe, pelo Conselho para a Promoção do Comércio
Internacional da China e pelo Instituto de Promoção do Comércio e do
Investimento de Macau.
Durante
o encontro, será abordada a posição geoestratégica do mercado são-tomense para
África, pela economista Maria das Neves, antiga primeira-ministra são-tomense,
enquanto o ex-ministro Carlos Tiny vai falar sobre o investimento da China em
África.
Em
entrevista à agência Lusa no final de Junho, a secretária-geral do Fórum de
Macau, Xu Yingzhen, considerou que este encontro empresarial é “uma
oportunidade para aumentar a eficácia do Fórum” e assim “servir melhor” as
relações comerciais entre a China e os países lusófonos.
“Acho
que podemos, através destes encontros, nomeadamente este primeiro encontro que
se vai realizar em São Tomé, promover um maior conhecimento entre as empresas
da China e os países de língua portuguesa”, disse. In “Inforpress” – Cabo Verde com “Lusa”
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