É na
Rua Castilho, junto do Parque Eduardo VII, que fica a nova galeria de arte de
Lisboa. Chama-se Remarkable Treasures e tem um nome apropriado: reúne peças
(quase todas) únicas que tanto podem ter cinco mil anos como podem ter sido
feitas no presente. O espaço foi inaugurado na primeira semana de maio.
A
maior parte das obras são pinturas, esculturas e mobília retro e vintage dos
anos 50, 60 e 70. Tanto há bustos de Buda do Afeganistão, Indonésia e Camboja
como peças de iluminação do século XX ou esculturas de arte africana.
A
obra mais cara é uma mesa com cristais com 60 quilos de prata feita pelo
soldador britânico Hal Messel — custa cerca de 600 mil euros. As peças mais
baratas na Remarkable Treasures têm um valor de 500€, apesar de algumas não
terem um preço fixo.
É
o caso de um objeto quase de valor incalculável — uma pedra que os homens da
pré-História usavam para misturar as tintas antes de fazerem as pinturas
rupestres nas cavernas. Há ainda uma escultura de Ian Rank-Broadley, o artista
que ficou responsável por criar uma estátua da princesa Diana para a família
real britânica (que deverá estar pronta este ano para ser colocada no palácio
de Kensington).
Uma
das artistas portuguesas contemporâneas que é representada pela galeria é
Teresa Lacerda, especialista em pintura.
“A
ideia foi criar uma galeria única em Lisboa, com um espólio com peças de todas
as épocas”, explica à NiT Mafalda Jacinto, uma das responsáveis pela
comunicação do espaço. “É bastante amplo, envidraçado, com muita luz natural.”
A
Remarkable Treasures fica num local de 350 metros quadrados que já foi um
antiquário e, mais recentemente, uma loja de roupa em segunda mão. O projeto
está a ser pensado há cerca de dois anos por Sir Claude Hankes, KCVO, britânico
distinguido pela rainha Isabel II e que é um colecionador há muitos anos, além
de ser professor em Oxford. Ele e um sócio português são os donos da galeria.
Sir
Claude, como prefere ser chamado, tem uma coleção privada da Grécia Antiga
espalhada por museus como o Louvre, em Paris, França; ou o Museu Britânico, em
Londres, no Reino Unido. “Visitava Lisboa muitas vezes e cada vez as visitas
foram ficando maiores”, explica à NiT.
“Tinha
muitas casas em vários sítios do mundo mas deixei tudo para me fixar em Lisboa.
É uma grande cidade, com um tempo ótimo e uma história enorme, gosto muito dela
e está cada vez mais internacional. Felizmente encontrámos este espaço
fantástico.”
O
local foi completamente remodelado e daí que tenha demorado algum tempo até
abrir a galeria. “A ideia é reunir grandes peças, únicas, de várias épocas e
locais. Fazer quase uma viagem pela história da arte.” Mas também é investir em
novos artistas. “Estamos a trabalhar, por exemplo, com uma rapariga de 19 anos
que vive em Barcelona [em Espanha] que pode ser a próxima Frida Kahlo.”
A
Remarkable Treasures está aberta de segunda-feira a sábado entre as 14 e as 18
horas. Encerra aos domingos. Ricardo Farinha
– Portugal in “New in Town”
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