A
cátedra José de Almada Negreiros, na Universidade de Göttingen, na Alemanha, é
“inédita” e tem como objetivos intensificar e melhorar as condições para
estudar português no país e dar a conhecer o seu patrono.
O
professor catedrático de Estudos Românicos na Universidade de Göttingen, Tobias
Brandenberger, diretor desta cátedra, disse à Lusa que Almada Negreiros ainda é
“uma figura pouco conhecida na Alemanha, se comparada com outros autores
portugueses, como Saramago, Lobo Antunes ou Pessoa.”
“Com
esta cátedra faço votos para uma difusão mais vasta e mais aprofundada. Almada
Negreiros está sem traduzir para alemão, o que espero que possamos mudar no
futuro, mas reconheço que é um desafio muito grande”, acrescenta o docente, em
declarações à agência Lusa.
A
cátedra celebrou, no final do mês de junho, a sua inauguração com um colóquio
internacional que contou com especialistas de vários países que se debruçaram
sobre diversos aspetos da figura e da obra de Almada Negreiros.
“Ver,
desde diferentes pontos de vista, a figura de José de Almada Negreiros, tanto
as facetas literárias, como também a obra artística, plástica, as relações com
outras culturas, nomeadamente com a idade de Prata espanhola, ver também o seu
empenhamento político e como se trabalham os textos de Almada”, foram alguns
dos objetivos definidos por Tobias Brandenberger.
“Artista
plurifacetado, José de Almada Negreiros é uma figura central para a literatura
e as artes de princípios do século XX em Portugal”, pode ler-se na página
oficial do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, que o define como
“ativista infatigável” no empenho, “a favor da inovação cultural e estética”.
A
Cátedra José de Almada Negreiros, na Universidade de Göttingen visa levar a
cabo diversos eventos, colóquios, ‘workshops’
e também publicações, esclarece o seu diretor.
“A
partir de agora vamos organizar regularmente atividades públicas e também
internas, para os alunos (…) A ideia é fazer pelo menos duas grandes atividades
por ano: no semestre de verão um colóquio internacional, no semestre de inverno
pensamos num ‘workshop’ integrado com
alunos e docentes em várias vertentes, tanto literatura, como cultura, como
linguística, que este ano vai ser dedicado às minorias no mundo lusófono”,
avança.
Almada
Negreiros ainda não está traduzido para a língua alemã, um trabalho que é
“sumamente difícil”, destaca Tobias Brandenberger.
“Almada
usa diferentes registos linguísticos, estilísticos. Muitas vezes faz referência
a circunstâncias políticas e culturais muito concretas do seu momento que hoje
nos constituem desafios e que é preciso explicar com notas de rodapé, e também
recriar algumas piadas que ele faz nos seus textos de uma forma criativa, para
um público que as possa compreender”, refere.
“Intensificar
os estudos portugueses na Alemanha” é uma das principais metas desta cátedra.
“Há
muito poucos departamentos de universidades alemãs que têm português, muitas
vezes dentro dos estudos românicos, mas não com muita força, e esta cátedra visa
intensificar e melhorar as condições para estudar português. Pretende também
difundir a cultura, literatura e a língua portuguesa e dos países de expressão
portuguesa, sobretudo no contexto académico”, explica o professor Catedrático
de Estudos Românicos na Universidade Göttingen e diretor da cátedra José de
Almada Negreiros. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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