Bissau
- O novo ministro da Educação, Dautarim da Costa, disse que conta com Portugal
para a "refundação ou reabilitação" do sistema educativo do país, que
considerou estar num processo acelerado de degeneração.
Formado
em Sociologia no ISCTE, em Lisboa, Dautarim da Costa, 38 anos, antevê uma
relação estreita com Portugal, tendo em conta as semelhanças entre os sistemas
do ensino dos dois países e também o interesse comum que os dois estados têm no
desenvolvimento da língua portuguesa.
"Tem
a questão da língua portuguesa, o nosso sistema é muito parecido ao sistema
português, nós conseguimos comunicar, naquilo que são as dinâmicas do sistema
educativo, de uma forma muito facilitada com o sistema português",
observou o ministro guineense.
Dautarim
da Costa, até aqui quadro sénior das Aldeias SOS na Guiné-Bissau, disse à Lusa
constatar a existência de "uma predisposição natural" entre a
Guiné-Bissau e Portugal, devido aos interesses dos dois países em almejar o
desenvolvimento dos seus povos.
"Creio
que Portugal vai ser um parceiro importante. Agora nós é que temos que ter a
capacidade, a nível do ministério, de conceber as oportunidades, conceber
ideias que possam gerar as oportunidades que nós precisamos", sublinhou
Dautarim da Costa.
Entre
as áreas que poderão merecer destaque na cooperação imediata com Portugal, o
governante guineense apontou a gestão e administração do sistema educativo,
melhorias na prática pedagógica, monitorização e avaliação do sistema, tudo na
perspetiva de refundação ou de reabilitação do próprio sistema, defendeu.
Dautarim
da Costa considera que, tal como Portugal, vários parceiros estão dispostos a
apoiar a Guiné-Bissau, a questão, frisa, é que o próprio país é que não tem
sabido conceber políticas e estratégias de atração e absorção de apoios
disponíveis.
"Às
vezes, falta é a capacidade de coordenarmos e articularmos as oportunidades que
vão surgindo", declarou o ministro, salientando ser crucial que os
parceiros tenham a noção de que os guineenses "sabem exatamente o que
querem".
Em
relação ao funcionamento imediato do sistema educativo, Dautarim da Costa elege
como prioridade "a salvação do ano letivo", na sequência de várias
greves dos professores, situação que tem dificultado o cumprimento integral dos
conteúdos programados para os alunos.
Devido
às greves, dos 180 dias letivos previstos, os alunos das escolas públicas
apenas tiveram, efetivamente, cerca de 70 dias de aulas.
O
plano de salvação do ano consiste em identificação dos conteúdos essenciais de
cada disciplina, garantir a sua implementação, aferir como foram administrados
e desta forma proceder à avaliação final dos alunos, declarou Dautarim da
Costa.
Tudo
isso terá que ser feito sem pôr em causa o próximo ano letivo, que o ministro
pretende que comece antes do mês de outubro.
A
outra missão imediata, disse o ministro, é estabelecimento de "outra forma
de relacionamento" com os sindicatos dos professores. In “Agência
de Notícias da Guiné” – Guiné Bissau com “Lusa”
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