Mindelo
- Os chefes da diplomacia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP)
reconheceram hoje o "empenho" da Guiné Equatorial no processo de
integração na organização, enquanto aguardam a abolição da pena de morte no
país.
De
acordo com o comunicado final da XXIV reunião ordinária do conselho de
ministros da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), que se realizou na
cidade do Mindelo, ilha cabo-verdiana de São Vicente, foi aprovada uma
resolução sobre o "Apoio à Integração da Guiné Equatorial na CPLP".
No
comunicado, os ministros dos Negócios Estrangeiros/Relações Exteriores
lusófonos referem que "saudaram" a realização da Missão de
Acompanhamento do Programa de Adesão da Guiné Equatorial à CPLP, entre os dias
05 e 07 de junho de 2019, chefiada pelo embaixador cabo-verdiano, José Luís
Monteiro.
"Recordando
o mandato conferido ao Secretariado Executivo pela XII Conferência de Chefes de
Estado e de Governo (Santa Maria, 17 e 18 de julho de 2018), felicitaram as
conclusões resultantes desta missão, encorajaram o Comité de Concertação
Permanente a formular iniciativas concretas para a melhor integração da Guiné
Equatorial na Comunidade, e tomaram nota, com satisfação, do empenho deste
Estado-membro no seu processo de integração", lê-se no comunicado final.
Em
concreto, explicou no final da reunião o chefe da diplomacia de Cabo Verde,
Luís Filipe Tavares, está a necessidade do ensino da língua portuguesa e, como
principal recomendação, a abolição da pena de morte na Guiné Equatorial - dois
compromissos assumidos pelas autoridades de Malabo aquando da adesão à CPLP
como membro de pleno direito, na cimeira de Díli em julho de 2014.
"A
proposta de abolição, em termos legais, já foi entregue ao parlamento da Guiné
Equatorial. Acreditamos que até ao final do ano haverá uma decisão definitiva
em relação a esta questão. Ou seja, a abolição da pena de morte na Guiné
Equatorial", enfatizou o ministro dos Negócios Estrangeiros e Comunidades
de Cabo Verde.
O
governante anunciou ainda que o Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca,
foi convidado hoje a realizar uma visita oficial à Guiné Equatorial, a ter
lugar em breve.
O
Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema, afirmou em 12 de julho,
em entrevista à agência Lusa, em Malabo, que a abolição da pena de morte será
discutida em setembro pelo parlamento e prometeu "influenciar" os
deputados para a aprovação da lei antes do final do ano.
"Posso
garantir que vamos influenciar o parlamento para que aceite a abolição da pena
de morte. O Governo fez o seu trabalho e acaba de enviar [a proposta de diploma
legal] ao parlamento", disse o Presidente equato-guineense.
A
entrada da Guiné Equatorial, uma ex-colónia de Espanha, na CPLP, de que já era
observador associado, foi um processo polémico porque o Governo de Malabo é
acusado de sistemáticas violações de direitos humanos e de desrespeito dos
direitos da oposição.
Está
em vigor uma moratória que impede o cumprimento das condenações à pena capital,
que já foram decretadas pelos tribunais do país, mas sem consequências. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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