Há disponibilidade de princípio do
governo de Cuba para o ensino do português nas escolas públicas a nível do
secundário, avança José Luís Carneiro
O
secretário de Estado das Comunidades Portuguesas revela que há “uma
disponibilidade de princípio” por parte das autoridades de Havana em introduzir
o ensino da língua portuguesa nas escolas públicas de Cuba.
“Um
dos pontos que ficou como um ponto de trabalho muito relevante para a relação
entre os dois países foi a disponibilidade de princípio do vice-ministro das
Relações Exteriores para a possibilidade de integrarmos o ensino da língua
portuguesa nas escolas públicas do ensino secundário em Cuba”, disse José Luís
Carneiro à Lusa, no âmbito da visita de dois dias que realizou àquele país
acompanhado por Luís Faro Ramos, presidente do Camões – Instituto da Cooperação
e da Língua (Camões, I.P.).
A
questão ficou agora de ser colocada ao ministro da Educação “para que este
assunto possa ser acompanhado”, acrescentou o secretário de Estado,
acrescentando que “para Portugal não há dúvidas sobre o interesse estratégico
dessa decisão”. Segundo José Luís Carneiro, que se deslocou a Cuba a 18 e 19
deste mês, as autoridades cubanas “ficaram de avaliar e de comunicarem” o
resultado desta avaliação ao Governo português.
De
acordo com o secretário de Estado português, o processo para que o ensino de
língua portuguesa se junte às línguas francesa e inglesa no currículo escolar
cubano será agora acompanhado pelo embaixador de Portugal em Cuba e pelo Camões
– Instituto da Cooperação e da Língua.
Sobre
a visita que fez ao país, o governante referiu que esta se inseriu no reforço
das relações bilaterais entre os dois países, recordando que no último ano
foram realizadas nove visitas bilaterais por autoridades políticas e
institucionais portuguesas ao país.
O
secretário de Estado fez um balanço positivo das relações, destacando o aumento
de 16% no turismo português em Cuba em 2018, assim como um crescimento superior
a 190% nas exportações cubanas para solo português e uma subida “na ordem dos
40%” nas trocas comerciais entre os dois países. José Luís Carneiro assinalou
que há ainda “uma oportunidade que se abriu no ponto de vista do investimento
estrangeiro em setores que são importantes para Cuba”.
O
secretário de Estado das Comunidades Portuguesas referiu que as suas reuniões
com representantes governamentais cubanos permitiram abordar algumas dessas
áreas em que “Portugal tem uma competência e uma capacidade afirmada internacionalmente”.
Entre estas áreas estão a modernização e inovação administrativa, as novas
tecnologias de informação e ‘start-ups’, as energias renováveis e as políticas
da eficiência energética, e “questões relacionadas com a aquicultura”.
Programa destacou Eça de Queiroz
Durante
a visita de dois dias a Havana, José Luís Carneiro assinalou “as marcas
culturais e humanistas” deixadas por Eça de Queiroz naquela cidade. Entre 1872
e 1874, e quando tinha 27 anos, o escritor e diplomata exerceu as funções de
Cônsul de Portugal na capital cubana. O governante assistiu à estreia do filme
‘O Nosso Cônsul em Havana’, produzido em parceria com o Instituto Camões e a
Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, visitou o La Columnata
Egipciana, o café frequentado por Eça de Queiroz em Havana e assistiu à
apresentação da peça teatral ‘Mise en Abîme’, pelo Teatro Raquel Revuelta,
inspirada presença do escritor em Cuba.
O
governante português conclui a visita àquele país com um encontro com membros
da comunidade portuguesa local. Antes disso, teve reuniões com o vice-ministro
das Relações Exteriores da República de Cuba, Rogelio Serra Díaz, com a
vice-presidente da Assembleia Nacional de Cuba, Ana María Mari Machado, e com o
vice-ministro do Comércio Exterior e Investimento Estrangeiro, António
Carricarte. In “Mundo Português” - Portugal
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