Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quinta-feira, 25 de julho de 2019

Macau – Expansão do aeroporto é “urgente”

A última versão do plano de desenvolvimento do aeroporto de Macau, apresentado em Março ao Governo Central, mantém a expansão em duas fases: a primeira definida para 11 milhões de passageiros – em linha com o volume de tráfego previsto para 2025 – e a segunda para 15 milhões que deverá reflectir os níveis de procura entre 2031 e 2037. No documento reconhece-se a urgência de ampliar a infraestrutura e criar uma área exclusiva para a aviação geral. Nos próximos cinco anos, o aeroporto deve implementar uma série de medidas que o tornem mais “amigo” do ambiente



A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) publicou a última versão revista do plano geral de desenvolvimento do aeroporto entregue em Março ao Governo Central, depois de outras alterações ao documento aprovado, em 2016, por Macau. Neste plano datado de Fevereiro conclui-se que “algumas instalações do aeroporto estão saturadas, enquanto outras apresentam baixos níveis de saturação”.

Por conseguinte, o “recente crescimento observado nos mercados de carreiras ‘low-cost’ e de aviação executiva exigem instalações melhor adaptadas às necessidades específicas”, destaca o plano delineado pela consultora francesa “Aéroports de Paris Ingénierie”. Torna-se assim “clara” e “crucial” a necessidade de elaborar um plano geral do aeroporto de Macau a “longo prazo”.

De um modo geral, dá-se por garantido que o aeroporto irá “beneficiar do crescimento económico” da Grande Baía e da “entrada em operação da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau”.

Além disso, continuará a tirar partido do “crescimento da economia e do turismo de Macau”, do “aumento do número de novas rotas para a China Continental e a região Ásia-Pacífico” e ainda do “lançamento de voos de médio e longo curso”. Aliás, a cooperação mais estreita entre as cidades da Grande Baía e a deslocação dos residentes e transporte de carga na zona “provocarão uma procura mais elevada”.

“Os aeroportos da Grande Baía devem aproveitar as suas vantagens próprias para desenvolver as suas indústrias e colaborar uns com os outros em harmonia”, refere o documento, indicando que a “expectativa é que o volume de passageiros em cada aeroporto mantenha um crescimento contínuo”.

Prevê-se ainda um impacto positivo através da “atracção de mais transportadoras de baixo custo, o aumento da procura de transporte aéreo nos mercados recentemente desenvolvidos no Sudeste Asiático, o aumento do rendimento que estimula o desejo de viajar dos residentes de Macau, a conveniência trazida pela ligação de transportes multimodais, entre outros”.

Todos estes factores “vantajosos” levam à previsão de duas fases de desenvolvimento: uma primeira, estimada para uma procura de 11 milhões de passageiros entre 2024 e 2026 e de 15 milhões entre 2031 e 2037. Por ano, prevê-se um crescimento entre 6,1% e 7,3% até 2022 que descerá ligeiramente para 3,4% e 4,8% entre 2022 e 2027. A longo prazo (2027-2032) conjectura-se uma taxa média de crescimento anual de 2,8% e 4,2%, que diminuirá para 2,2% e 3,6% entre 2032 e 2037.

Ademais, o tráfego de carga crescerá para cerca de sete toneladas daqui a 18 anos, a par dos 5.200 movimentos anuais esperados na aviação executiva e geral, com uma subida anual de 1,7%. “As operações do Aeroporto Internacional de Macau atingiram já a sua capacidade máxima. É, por isso, urgente que o aeroporto de Macau seja expandido”, lê-se.

Em termos de planeamento, prevê-se que na última fase a área do aeroporto aumente para 323 hectares, sejam disponibilizados 49 estacionamento de aeronaves comerciais (18 com ponte de embarque de passageiros), se expanda o novo terminal de passageiros e da plataforma de estacionamento, bem como da plataforma de estacionamento da aviação geral.

Configuração “viável”

Tendo tido em consideração o impacto ambiental, o plano geral estabelece uma “configuração alternativa” que é “viável e apresenta um bom equilíbrio” para o crescimento do aeroporto. Foram formuladas “directrizes de desenvolvimento das instalações aeroportuárias para os próximos 20 anos tendo em conta as variações de mercado da indústria da aviação inseridas no contexto socioeconómico geral da região, bem como os requisitos operacionais de todos os principais utilizadores do aeroporto”.

Apresenta-se uma série de novas instalações, nomeadamente uma zona de posição de isolamento das aeronaves, canil, um centro médico, uma zona de “run-up” onde os pilotos possam executar uma série de testes antes de levantar voo, e uma zona de manutenção.

Em contrapartida, mantém-se a intenção de criar uma “melhor ligação entre o Terminal Marítimo de Passageiros do Pac-On”. “A proximidade criará uma dinâmica com o novo terminal de passageiros para responder à procura dos 15 milhões. Uma estação de autocarros irá ser edificada entre o actual e o futuro terminal de passageiros, bem como uma ligação com a paragem do Metro Ligeiro”. “Juntos, os terminais do aeroporto, o terminal marítimo, os autocarros e o sistema do Metro Ligeiro vão criar um centro de transporte multimodal, à semelhança dos maiores aeroportos internacionais do mundo”, vinca.

Por sua vez, reconhece-se que há uma “falta de possibilidades de expansão” devido ao desenvolvimento urbano actual e futuro no redor do aeroporto. Por isso, “a zona de água destaca-se como um grande potencial para o futuro desenvolvimento”, lê-se no documento. “Qualquer desenvolvimento aeroportuário deve ter esta área em consideração através do rearranjo do sistema de pista da circulação”.

Prevê-se ainda a construção “o mais cedo possível” de um novo espaço geral de aviação que esteja separada da executiva. “Uma área será desenvolvida a sul para acomodar a aviação geral”, explica. “As instalações da aviação geral serão implementadas com uma nova via de acesso, e irão beneficiar de um acesso terrestre exclusivo, separado da rede de aviação comercial”.

“O desenvolvimento de instalações é altamente significativo para atender às necessidades dos indivíduos com elevado património líquido”, realça. Assim, “novas instalações de aviação geral serão planeadas no lado Oeste e Sul da área de rampa. O lado Sul ficará livre após a demolição da pista C1”. Com os aterros será permitido construir duas novas pistas perpendiculares à pista principal, refere a consultora.

No foro ambiental, pretende-se que o aeroporto seja concebido com uma estratégia verde. Durante o processo de desenvolvimento deve-se ter em consideração o consumo energético, de água e resíduos. Ao abrigo do plano foram estabelecidas “áreas suficientes” para permitir a construção de instalações de tratamento de águas residuais e adicionar geradores, entre outras.

Nestes moldes delinearam-se vários objectivos para criar no aeroporto práticas mais verdes e ecológicas dentro dos próximos cinco anos: reduzir o uso de energia por metro quadrado até 20%, fornecer 3% a 5% de energia eléctrica a partir de fontes de energia renováveis, adoptar políticas para que 75% dos veículos sejam movidos a combustíveis alternativos, entre outras.

Voos para Pyongyang a partir de 2 de Agosto

A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) autorizou o pedido de ligação aérea submetido pela “Air Koryo” – companhia aérea estatal da Coreia do Norte – para operar a primeira rota da história da RAEM com ligação a Pyongyang. De acordo a AACM, o pedido foi apresentado a 17 de Julho e já foi aprovado dado que os voos começam a funcionar a partir de 2 de Agosto, com uma frequência de duas ligações por semana. Ao Jornal Tribuna de Macau, a AMCM explicou que não foram definidas medidas especiais de segurança – nomeadamente sobre o transporte de determinados produtos que podem estar proibidos de entrar na Coreia do Norte – no quadro desta nova rota. Catarina Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”

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