A última versão do plano de
desenvolvimento do aeroporto de Macau, apresentado em Março ao Governo Central,
mantém a expansão em duas fases: a primeira definida para 11 milhões de
passageiros – em linha com o volume de tráfego previsto para 2025 – e a segunda
para 15 milhões que deverá reflectir os níveis de procura entre 2031 e 2037. No
documento reconhece-se a urgência de ampliar a infraestrutura e criar uma área
exclusiva para a aviação geral. Nos próximos cinco anos, o aeroporto deve
implementar uma série de medidas que o tornem mais “amigo” do ambiente
A
Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) publicou a última versão revista do
plano geral de desenvolvimento do aeroporto entregue em Março ao Governo
Central, depois de outras alterações ao documento aprovado, em 2016, por Macau.
Neste plano datado de Fevereiro conclui-se que “algumas instalações do
aeroporto estão saturadas, enquanto outras apresentam baixos níveis de
saturação”.
Por
conseguinte, o “recente crescimento observado nos mercados de carreiras
‘low-cost’ e de aviação executiva exigem instalações melhor adaptadas às
necessidades específicas”, destaca o plano delineado pela consultora francesa
“Aéroports de Paris Ingénierie”. Torna-se assim “clara” e “crucial” a
necessidade de elaborar um plano geral do aeroporto de Macau a “longo prazo”.
De
um modo geral, dá-se por garantido que o aeroporto irá “beneficiar do
crescimento económico” da Grande Baía e da “entrada em operação da Ponte Hong
Kong-Zhuhai-Macau”.
Além
disso, continuará a tirar partido do “crescimento da economia e do turismo de
Macau”, do “aumento do número de novas rotas para a China Continental e a
região Ásia-Pacífico” e ainda do “lançamento de voos de médio e longo curso”.
Aliás, a cooperação mais estreita entre as cidades da Grande Baía e a
deslocação dos residentes e transporte de carga na zona “provocarão uma procura
mais elevada”.
“Os
aeroportos da Grande Baía devem aproveitar as suas vantagens próprias para
desenvolver as suas indústrias e colaborar uns com os outros em harmonia”,
refere o documento, indicando que a “expectativa é que o volume de passageiros
em cada aeroporto mantenha um crescimento contínuo”.
Prevê-se
ainda um impacto positivo através da “atracção de mais transportadoras de baixo
custo, o aumento da procura de transporte aéreo nos mercados recentemente desenvolvidos
no Sudeste Asiático, o aumento do rendimento que estimula o desejo de viajar
dos residentes de Macau, a conveniência trazida pela ligação de transportes
multimodais, entre outros”.
Todos
estes factores “vantajosos” levam à previsão de duas fases de desenvolvimento:
uma primeira, estimada para uma procura de 11 milhões de passageiros entre 2024
e 2026 e de 15 milhões entre 2031 e 2037. Por ano, prevê-se um crescimento
entre 6,1% e 7,3% até 2022 que descerá ligeiramente para 3,4% e 4,8% entre 2022
e 2027. A longo prazo (2027-2032) conjectura-se uma taxa média de crescimento
anual de 2,8% e 4,2%, que diminuirá para 2,2% e 3,6% entre 2032 e 2037.
Ademais,
o tráfego de carga crescerá para cerca de sete toneladas daqui a 18 anos, a par
dos 5.200 movimentos anuais esperados na aviação executiva e geral, com uma
subida anual de 1,7%. “As operações do Aeroporto Internacional de Macau
atingiram já a sua capacidade máxima. É, por isso, urgente que o aeroporto de
Macau seja expandido”, lê-se.
Em
termos de planeamento, prevê-se que na última fase a área do aeroporto aumente
para 323 hectares, sejam disponibilizados 49 estacionamento de aeronaves
comerciais (18 com ponte de embarque de passageiros), se expanda o novo
terminal de passageiros e da plataforma de estacionamento, bem como da
plataforma de estacionamento da aviação geral.
Configuração “viável”
Tendo
tido em consideração o impacto ambiental, o plano geral estabelece uma
“configuração alternativa” que é “viável e apresenta um bom equilíbrio” para o
crescimento do aeroporto. Foram formuladas “directrizes de desenvolvimento das
instalações aeroportuárias para os próximos 20 anos tendo em conta as variações
de mercado da indústria da aviação inseridas no contexto socioeconómico geral
da região, bem como os requisitos operacionais de todos os principais
utilizadores do aeroporto”.
Apresenta-se
uma série de novas instalações, nomeadamente uma zona de posição de isolamento
das aeronaves, canil, um centro médico, uma zona de “run-up” onde os pilotos
possam executar uma série de testes antes de levantar voo, e uma zona de
manutenção.
Em
contrapartida, mantém-se a intenção de criar uma “melhor ligação entre o
Terminal Marítimo de Passageiros do Pac-On”. “A proximidade criará uma dinâmica
com o novo terminal de passageiros para responder à procura dos 15 milhões. Uma
estação de autocarros irá ser edificada entre o actual e o futuro terminal de
passageiros, bem como uma ligação com a paragem do Metro Ligeiro”. “Juntos, os
terminais do aeroporto, o terminal marítimo, os autocarros e o sistema do Metro
Ligeiro vão criar um centro de transporte multimodal, à semelhança dos maiores
aeroportos internacionais do mundo”, vinca.
Por
sua vez, reconhece-se que há uma “falta de possibilidades de expansão” devido
ao desenvolvimento urbano actual e futuro no redor do aeroporto. Por isso, “a
zona de água destaca-se como um grande potencial para o futuro
desenvolvimento”, lê-se no documento. “Qualquer desenvolvimento aeroportuário
deve ter esta área em consideração através do rearranjo do sistema de pista da
circulação”.
Prevê-se
ainda a construção “o mais cedo possível” de um novo espaço geral de aviação
que esteja separada da executiva. “Uma área será desenvolvida a sul para
acomodar a aviação geral”, explica. “As instalações da aviação geral serão
implementadas com uma nova via de acesso, e irão beneficiar de um acesso terrestre
exclusivo, separado da rede de aviação comercial”.
“O
desenvolvimento de instalações é altamente significativo para atender às
necessidades dos indivíduos com elevado património líquido”, realça. Assim,
“novas instalações de aviação geral serão planeadas no lado Oeste e Sul da área
de rampa. O lado Sul ficará livre após a demolição da pista C1”. Com os aterros
será permitido construir duas novas pistas perpendiculares à pista principal,
refere a consultora.
No
foro ambiental, pretende-se que o aeroporto seja concebido com uma estratégia
verde. Durante o processo de desenvolvimento deve-se ter em consideração o
consumo energético, de água e resíduos. Ao abrigo do plano foram estabelecidas
“áreas suficientes” para permitir a construção de instalações de tratamento de
águas residuais e adicionar geradores, entre outras.
Nestes
moldes delinearam-se vários objectivos para criar no aeroporto práticas mais
verdes e ecológicas dentro dos próximos cinco anos: reduzir o uso de energia
por metro quadrado até 20%, fornecer 3% a 5% de energia eléctrica a partir de
fontes de energia renováveis, adoptar políticas para que 75% dos veículos sejam
movidos a combustíveis alternativos, entre outras.
Voos para Pyongyang a partir de 2 de
Agosto
A
Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) autorizou o pedido de ligação aérea
submetido pela “Air Koryo” – companhia aérea estatal da Coreia do Norte – para
operar a primeira rota da história da RAEM com ligação a Pyongyang. De acordo a
AACM, o pedido foi apresentado a 17 de Julho e já foi aprovado dado que os voos
começam a funcionar a partir de 2 de Agosto, com uma frequência de duas
ligações por semana. Ao Jornal Tribuna de Macau, a AMCM explicou que não foram
definidas medidas especiais de segurança – nomeadamente sobre o transporte de
determinados produtos que podem estar proibidos de entrar na Coreia do Norte –
no quadro desta nova rota. Catarina
Almeida – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
Sem comentários:
Enviar um comentário