Facilitar
contactos entre investidores, empresas e entidades governamentais e explorar
oportunidades são alguns dos objetivos do recém-criado Conselho Empresarial
Português do Quénia, que conta com um envolvimento significativo da comunidade
goesa, disse à Lusa um dos membros fundadores.
João
Ramos, que integra também a comissão instaladora do futuro ‘European Business
Council’ que vai juntar câmaras de comércio e associações empresariais de 18
países europeus, incluindo Noruega e Suíça, adiantou que o Conselho Empresarial
–, que foi lançado em Nairobi no Dia de Portugal (10 de junho) – deve chegar ao
final do ano com 40 a 50 empresas aderentes.
Para
já, conta com empresas portuguesas como a Mota-Engil e Anguloraso (construção e
engenharia), a JAP (montagem de camiões), a RVE.Sol (energia solar), UVA
(importadores de vinho), Salvador Caetano (veículos), Neuce (tintas) e Páginas
Amarelas, bem como empresários goeses ligados aos setores de import/export, tecnologia,
segurança e turismo.
“Apercebemo-nos
de que havia necessidade de criar uma associação para falarmos a uma só voz”,
explicou, em declarações à Lusa a partir de Nairobi.
O
envolvimento da comunidade goesa ajudou a impulsionar a iniciativa, sobretudo
tendo em conta que são escassas as empresas portuguesas com presença no Quénia,
bem como o número de cidadãos registados (menos de cem), ao contrário do que
acontece com os luso-goeses.
“São
cerca de 5.000. É uma comunidade muito forte, muito unida e muito ativa na
economia deste país, que mostrou grande vontade de participar” nesta
“plataforma de contacto entre empresas, entidades institucionais e governos”.
Segundo
João Ramos, muito destes empresários não falam português nem conhecem Portugal,
mas “viram com bons olhos o envolvimento” no Conselho Empresarial que esperam
vir a proporcionar “outros canais de acesso” a interlocutores portugueses.
Fim da dupla tributação é um objetivo
Embora
o Conselho esteja ainda em fase inicial, tem já definidas algumas prioridades.
“Atualmente, a principal preocupação é acabar com a dupla tributação”, revelou.
O
acordo para eliminar a dupla tributação entre Portugal e o Quénia foi assinado
em julho do ano passado, mas ainda “não está ativo”, o que penaliza fortemente
a competitividade das empresas portuguesas face a outras congéneres
internacionais, revelou João Ramos.
Além
de contribuir para resolver os problemas dos empresários, o Conselho quer
fomentar o acesso às instituições de Portugal e Quénia, para explorar oportunidades
de investimento e comércio e promover contactos com outras organizações,
através do ‘European Business Council’, que está em fase de instalação.
“Se
nos focarmos nos países europeus isoladamente as trocas comerciais são muito
reduzidas, comparativamente à China ou à Índia, mas como bloco a União Europeia
é o segundo maior parceiro comercial do Quénia”, frisou o mesmo responsável,
adiantando que, com esta entidade europeia, que deve estar constituída
legalmente no decurso dos próximos três ou quatro meses, os empresário irão
contar com “um grupo de ‘lobby’ mais forte”.
João
Ramos, que se mudou para o Quénia há três anos depois de a empresa onde
trabalhava ter decidido reagir à crise em Moçambique com a abertura de um novo
escritório naquele país, fala de “um mercado extremamente atrativo em termos de
serviços e facilidade da criação de empresas”, também muito favorável às trocas
comerciais.
“O
Quénia tem o maior porto africano da costa leste”, “infraestruturas
assinaláveis” e um sistema de Internet “muito desenvolvido”, adiantou,
descrevendo a “Silicon Savannah” de Nairobi como um polo de inovação
tecnológica que concentra inúmeras empresas criativas.
Por
outro lado, está assente numa “economia muito diversificada” criando
oportunidades nos mais diversos setores para os produtos portugueses e empresas
que se queiram internacionalizar. In “Mundo Português” - Portugal com “Lusa”
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