O
presidente da AMI Portugal, Fernando Nobre, alertou no passado sábado que o
Bairro português em Malaca, cidade costeira da Malásia onde ainda vive uma
forte comunidade que se assume portuguesa, “pode já não existir” em 25 ou 30
anos.
“Eles
mantiveram-se unidos enquanto permaneceram fechados isso durou cerca de três
séculos e meio, mas atualmente com a revolução cultural, o mundo está a voltar
a uma sociedade nómada e as “novas gerações vão procurar novos destinos onde
eles se poderão melhor desenvolver”, afirmou Fernando Nobre, em Malaca.
Em
entrevista à Lusa à margem da 2.ª Conferência das Comunidades Portuguesas na
Ásia, que juntou no Bairro Português de Malaca representantes das comunidades
asiáticas descendentes de portugueses, numa iniciativa de partilha das raízes
culturais, com cerca de 300 luso-asiáticos, de várias comunidades do
continente, Fernando Nobre disse que não é só a comunidade luso-malaia que
“pode já não existir” em 25 ou 30 anos.
Todas
as comunidades de descendentes de portugueses um pouco por toda a Ásia “estão
em perigo de implosão, de dissolução”, frisou.
Defende
que cabe ao Governo perceber a importância destas comunidades para a afirmação
de Portugal como nação. Acrescenta instituições “como a AMI e outras” que
possam vir e dar carinho e apoio financeiro para que sejam desenvolvidos
projetos, é o caminho apontando por Fernando Nobre para que os luso-asiáticos
continuem a praticar a sua cultura, língua e rituais, que herdaram dos
portugueses durante a época dos descobrimentos.
“Eles
sobreviveram 350 anos sozinhos, no espaço de duas gerações podem desaparecer.
Desintegração total”, disse.
A
2.ª Conferência das Comunidades Portuguesas na Ásia decorreu hoje em Malaca,
com vários alertas dos participantes sobre o risco de extinção que enfrentam
comunidades herdeiras do período colonial português no século XVI, mas também
com mostras musicais e de dança de algumas destas comunidades. In “Bom dia
Europa” – Luxemburgo com “Lusa”
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