Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Malaca – Bairro português pode desaparecer



O presidente da AMI Portugal, Fernando Nobre, alertou no passado sábado que o Bairro português em Malaca, cidade costeira da Malásia onde ainda vive uma forte comunidade que se assume portuguesa, “pode já não existir” em 25 ou 30 anos.

“Eles mantiveram-se unidos enquanto permaneceram fechados isso durou cerca de três séculos e meio, mas atualmente com a revolução cultural, o mundo está a voltar a uma sociedade nómada e as “novas gerações vão procurar novos destinos onde eles se poderão melhor desenvolver”, afirmou Fernando Nobre, em Malaca.

Em entrevista à Lusa à margem da 2.ª Conferência das Comunidades Portuguesas na Ásia, que juntou no Bairro Português de Malaca representantes das comunidades asiáticas descendentes de portugueses, numa iniciativa de partilha das raízes culturais, com cerca de 300 luso-asiáticos, de várias comunidades do continente, Fernando Nobre disse que não é só a comunidade luso-malaia que “pode já não existir” em 25 ou 30 anos.

Todas as comunidades de descendentes de portugueses um pouco por toda a Ásia “estão em perigo de implosão, de dissolução”, frisou.

Defende que cabe ao Governo perceber a importância destas comunidades para a afirmação de Portugal como nação. Acrescenta instituições “como a AMI e outras” que possam vir e dar carinho e apoio financeiro para que sejam desenvolvidos projetos, é o caminho apontando por Fernando Nobre para que os luso-asiáticos continuem a praticar a sua cultura, língua e rituais, que herdaram dos portugueses durante a época dos descobrimentos.

“Eles sobreviveram 350 anos sozinhos, no espaço de duas gerações podem desaparecer. Desintegração total”, disse.

A 2.ª Conferência das Comunidades Portuguesas na Ásia decorreu hoje em Malaca, com vários alertas dos participantes sobre o risco de extinção que enfrentam comunidades herdeiras do período colonial português no século XVI, mas também com mostras musicais e de dança de algumas destas comunidades. In “Bom dia Europa” – Luxemburgo com “Lusa”

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