Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

terça-feira, 28 de julho de 2015

Portugal - A portuguesa Tekever vai participar na próxima missão espacial chinesa

A portuguesa Tekever vai participar na próxima missão espacial chinesa. Três microssatélites vão estar equipados com tecnologia “made in Portugal”. Depois da Europa, China e Brasil, seguem-se os Estados Unidos.

Foto: Miguel Baltazar
Portugal já marcou lugar na próxima missão espacial chinesa. A descolagem vai ter lugar em Setembro e a bordo seguem três microssatélites com tecnologia nacional.

Esta é a primeira missão espacial da China que conta com a participação de uma companhia portuguesa. A “Tekever” foi a responsável por desenvolver a tecnologia que vai permitir a estes microssatélites enviarem a informação recolhida em tempo real para a Terra, lá em baixo, a 500 quilómetros de distância.

A placa com menos de 10 centímetros de largura e 85 gramas de peso “permite substituir vários sistemas de comunicação que vão normalmente a bordo de um satélite, o que permite poupar espaço, peso e energia”, explica ao “Negócios” Ricardo Mendes, administrador da empresa.

Com este equipamento, denominado Gamalink, a Tekever quis “criar no espaço um conceito semelhante à intemet, ou seja, faz a ligação entre os satélites e as estações terrestres por forma que a informação flua para quem de direito. Isto sem estarmos preocupados como é que aquilo vai chegar ao seu destino, tal como na intemet”.

Estes microssatélites, com cerca de três quilos, vão ser lançados com vários objectivos, entre as quais ambientais, como monitorizar as calotas polares, as massas de gelo. “Vamos estar a medir a variação da dimensão e das características das calotas polares face às últimas medidas conhecidas”, diz.

A missão também vai servir para fazer uma série de testes técnicos. Depois de inúmeros testes feitos na Terra, esta vai ser a primeira vez que o Gamalink vai ser utilizado no espaço. Com o teste aprovado, a empresa leva a certificação de “space qualified”, o que significa que haverá muitos negócios à sua espera. “Isso vai-nos abrir a última porta de entrada no mercado, pois passa a ter confiança para adquirir o equipamento e integrá-lo nos seus satélites.”

A “Tekever Space” foi lançada em 2009,e desde então já investiu 10 milhões de euros na sua odisseia espacial. E espera agora ultrapassar o valor do investimento "nos próximos três a cinco anos, até mais rapidamente", aponta.

A entrada na China teve início em 2006, mas somente mais tarde é que a Tekever vislumbrou uma oportunidade na área dos microssatélites. Aproximou-se do Centro de Engenharia de Micro-Satélites de Xangai para se tornar no seu “principal parceiro internacional” e para no futuro explorarem esta tecnologia em conjunto em todo o mundo. A “última fronteira” da Tekever Space deverá ser agora o mercado norte-americano, uma nova odisseia que “muito provavelmente” passará pela NASA.

O futuro parece estar assim escrito nas estrelas para a empresa portuguesa, acredita Ricardo Mendes. "Teremos um objectivo bastante ambicioso que é de ser um dos principais fornecedores, senão o principal, de sistemas de comunicação espaciais a nível mundial”.

É difícil comunicar nas regiões polares

Um dos objectivos da odisseia espacial da Tekever é também recolher informação de navios e aviões nas regiões polares. Estes, em particular os aviões, têm bastantes dificuldades em comunicar quando sobrevoam estas regiões e a Tekever quer resolver esta situação. “Na zona polar, é extremamente difícil obter comunicações com os aviões”, conta Ricardo Mendes. Um dos objectivos dos microssatélites vai ser precisamente procurar mitigar esta questão. Os problemas de comunicação acontecem “por causa do grau da curvatura da Terra e pela distância face à Terra”. Desta forma, a Tekever vai testar “uma série de equipamentos para comunicar com aviões e navios para perceber se a utilização de satélites de pequena dimensão pode ser interessante para o negócio das comunicações nas zonas polares”. Esta é assim uma nova oportunidade de negócio para a empresa portuguesa. “Este é um problema que pode ser resolvido com o uso de satélites, e pode vir a ser resolvido com o uso de pequenos satélites, de baixo custo”, destaca.

A missão na China é apenas um dos vários projectos em que a Tekever Space está envolvida. Também desenvolve actividade em Portugal e noutros países europeus. Seguem-se agora os EUA.

2017 - NOVOS PROJECTOS - Vários projectos da Tekever vão chegar ao espaço em 2017, como o da Agência Espacial Europeia e os satélites brasileiro e português:

OLHAR O SOL DE PERTO - A missão PROBA-3 da Agência Espacial Europeia (ESA) vai contar com a tecnologia nacional. O objectivo da missão, prevista para 2017, é estudar o Sol de perto e a empresa vai ser a responsável por assegurar as comunicações entre os dois satélites de pesquisa, que têm uma dimensão mais reduzida do que o habitual. O trabalho da empresa portuguesa mereceu os elogios da Agência Espacial Europeia.

VASCO DA GAMA NO AR - Entre os seus projectos encontra-se também um satélite português: o Gamasat, com lançamento previsto para 2017. Tal como nos outros produtos, também aqui surge referência ao navegador português. Fora do espaço, a empresa vai estrear-se no sector da manutenção da aviação civil como parceira tecnológica num projecto de seis milhões de euros liderado pela TAP.

BRASIL EM ÓRBITA - A empresa está actualmente a trabalhar com a rede de institutos federais no Brasil para construir um dos primeiros satélites feitos principalmente com know-how brasileiro, mas também português: 0 14 B1-Sat. O próximo passo é entrar no mercado dos Estados Unidos. No futuro, a portuguesa Tekever pode vir a trabalhar com a NASA. André Mendes – Portugal in “Jornal de Negócios”




Localização:

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phone: +351 213 304 300 - fax: +351 213 304 301
Email: info@tekever.com - //www.tekever.com/

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