Um grupo de técnicos da
Bolívia viajará para Brasília em agosto para afinar detalhes do acesso que o
país terá ao porto atlântico de Paranaguá, combinado pelos governos há 25 anos,
informaram fontes parlamentares.
O acesso ao porto de
Paranaguá estava previsto em um tratado assinado por Brasil e Bolívia em agosto
de 1990, mas por razões que “ninguém pode explicar” o governo brasileiro
demorou 15 anos para enviá-lo à Câmara dos Deputados, disse o senador Roberto
Requião (PMDB-PR).
O acordo permaneceu
engavetado durante uma década e foi finalmente aprovado em junho, quando passou
ao Senado, que “só precisou de 15 dias” para ratificá-lo, explicou Requião.
Como foi estipulado há 25
anos, a Bolívia poderá ter acesso a um “depósito franco” no porto de Paranaguá,
no Paraná, considerado um dos maiores terminais de grãos da América Latina.
Através desse depósito, a
Bolívia poderá realizar operações de importação e exportação e obterá uma saída
direta ao oceano Atlântico que permitirá diversificar seu comércio.
Missão
técnica
Segundo Requião, os detalhes
logísticos serão discutidos pela missão técnica boliviana que viajará para
Brasília em agosto para discutir o assunto com autoridades da Secretaria de
Portos e do Ministério de Transporte.
A Bolívia reivindica do
Chile uma saída ao Pacífico, perdida em uma guerra no século XIX e entrou com
uma ação na Corte Internacional de Haia em 2013.
Os prazos para que o país
andino possa aproveitar a saída ao Atlântico oferecida pelo Brasil “agora
dependerá da Bolívia”, disse Requião, que sustentou que o governo brasileiro
tem plena disposição para agilizar os trâmites burocráticos necessários.
Um dos aspectos que serão
negociados em agosto trata das dimensões do espaço que será cedido ao “depósito
franco” para a Bolívia, e sobre os custos dessas instalações. In “Gazeta
do Povo” - Brasil
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