“Essa
integração com outros países possibilita-me qualificar e depois contribuir com
o meu país, onde não teria oportunidade de estudar em um curso de Humanas, pois
lá a realidade econômica e social é diferente”. Beto
Infandé, estudante guineense
“Estou
realizando um grande sonho da minha vida, que é-me formar. Eu sou o primeiro da
minha família a ter ensino superior e espero que meus irmãos me tenham como
exemplo”. Walef Santos,
estudante brasileiro do município de Acarape-Ceará
Foi reunindo em sua vocação
institucional os desafios da internacionalização e da interiorização do ensino
superior que a Universidade da Integração Internacional da Lusofonia
Afro-Brasileira, a Unilab, foi
criada em 20 de julho de 2010, por meio da Lei Federal nº 12.289. Beto e Walef
são exemplos dos mais de 3500 estudantes que a Unilab já reuniu nesses cinco
anos de existência.
Juntar países africanos
(Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe) e
Timor-Leste com municípios do interior do Ceará e da Bahia nem de longe tem
sido uma tarefa fácil. A tão bonita e inspiradora integração presente na lei
vem se concretizando aos poucos, em um espaço de desafios, conquistas,
conflitos, incompletudes e superações. Se o ambiente acadêmico, por si só, já é
campo de múltiplos olhares e conflitos de ideias, a internacionalização na
perspectiva de cooperação Sul-Sul e a interiorização no Nordeste do Brasil
tornam ainda mais complexa e singular a experiência da Unilab.
Entre a lei de criação, em
2010, e o início das atividades letivas, em 25 de maio de 2011, foram muitos os
trabalhos de organização administrativa e acadêmica. A Aula Magna no Campus da
Liberdade, em Redenção/CE, acontecia no Dia da África, data alusiva à fundação
da Organização da Unidade Africana (OUA). Além disso, 2011 consagrou-se como o
Ano Internacional dos Afrodescendentes, pela Resolução da Assembleia Geral das
Nações Unidas. Não por acaso foi também em 20 de julho de 2010 que foi
instituído o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº 12.288). Unilab chega aos
cinco anos com 2625 estudantes na graduação e 873 na pós-graduação Entre
estudos e missões de prospecção aos países parceiros realizados pela comissão
de implantação, foram identificadas inicialmente para atuação prioritária as
áreas de agricultura, saúde coletiva, educação básica, gestão pública,
tecnologias e desenvolvimento sustentável. Essas áreas foram as bases que deram
origem aos primeiros cursos de graduação da Unilab.
Em cinco anos, já são 14
cursos: Administração Pública, Agronomia, Antropologia, Bacharelado em
Humanidades, Ciências Biológicas, Enfermagem, Engenharia de Energias, Física,
História, Letras-Língua Portuguesa, Matemática, Pedagogia, Química e
Sociologia. Em novembro de 2014, a Unilab realizou sua primeira colação de
grau, com o curso de Bacharelado em Humanidades. Atualmente, a graduação reúne
2625 estudantes em campus nos municípios de Redenção e Acarape, no Ceará, e em
São Francisco do Conde, na Bahia. Na pós-graduação, são 873 estudantes
distribuídos em quatro cursos de especialização, oferecidos na modalidade a
distância, e em dois programas de mestrado: Mestrado Acadêmico em Sociobiodiversidade
e Tecnologias Sustentáveis (Masts) e Mestrado em Humanidades, este último com
início previsto para o segundo semestre de 2015.
Através dos cursos a
distância, a Unilab está presente em 68 cidades, sendo 55 no Ceará e 13 na
Bahia. O desafio de construir conhecimento no contexto da integração A Unilab
conta hoje com 48 grupos de pesquisa cadastrados e certificados na base de
dados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação realiza a gestão de 3 bolsas de
pesquisa: o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic), o
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica e Tecnológica
(Bict/Funcap) e o Ciência sem Fronteiras. Cada uma dessas iniciativas tem por
objetivo comum fomentar o desenvolvimento do pensamento crítico e a produção
científica de docentes e discentes no contexto da integração, com vistas ao
fortalecimento do eixo pesquisa na instituição. Ações de extensão, arte e
cultura buscam diálogo entre a Unilab e seu entorno.
Na extensão, há dezenas de
projetos que envolvem o diálogo entre a academia e a comunidade externa. O
edital mais recente do Programa de Bolsas de Extensão, Arte e Cultura (Pibeac)
contemplou 49 projetos de caráter educativo, científico, tecnológico, cultural,
esportivo e artístico, contribuindo para a formação cidadã e apoiando a
articulação Universidade-Sociedade. Na arte e cultura, um dos grandes destaques
foi a aprovação do Plano de Cultura da Unilab no edital nacional “Mais Cultura
nas Universidades”. A Unilab ficou em 10º lugar no ranking nacional e em 2º
lugar entre as instituições contempladas da região Nordeste, sendo a única
selecionada do estado do Ceará. O recurso de R$ 1.118.490,38 contemplará 20
projetos que serão desenvolvidos nas regiões do Maciço do Baturité, no Ceará, e
do Recôncavo Baiano, na Bahia. UNILAB -
Brasil
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