São Paulo – Os países árabes
são presença cada vez mais certa quando a feira no Brasil é voltada para o
setor de calçados. Eles também não faltam no discurso e nos planos dos
produtores brasileiros de sapatos que querem crescer no mercado internacional. Na
Francal, feira de calçados e acessórios que ocorre na capital paulista até hoje
quinta-feira, 09 de julho de 2015, há importadores árabes e há indústrias
prontas para vender mais a eles.
Bhavesh Shah, gerente para
as marcas da Landmark Group, dos Emirados Árabes Unidos, estava nesta
terça-feira (07) no estande do grupo Paquetá na Francal para fazer suas
encomendas. A Landmark tem franquias da marca brasileira Dumond, da Paquetá, no
Oriente Médio, e Shah é responsável por elas. Ele adquire entre 35 mil e 40 mil
calçados Dumond a cada seis meses. Além da Dumond, o grupo Paquetá é também
dono das marcas Capodarte e Lilly’s Closet.
O grupo Landmark tem uma
grande operação no setor de calçados no Golfo Arabico, com duas mil lojas na
região, além da Índia e Egito. Elas são franquias de marcas de diferentes
partes do mundo e lojas próprias da Shoe Mart. Na Francal, Shah elogiou os
calçados brasileiros, falou que têm boa qualidade, design, conforto e uma boa estrutura.
Além do grupo Landmark, a
Francal convidou outros importadores dos Emirados, além de compradores da
Arábia Saudita, Egito, Kuwait, Líbano e Sudão. Eles foram chamados pela
organização da mostra como parte de um grupo de mais de 200 importadores, com
hospedagem gratuita.
Entre as marcas expositoras
na feira, grande parte tem expectativa positiva sobre exportações e deposita
parte da estimativa de crescimento no mercado árabe. No estande da empresa
Jorge Bischoff, a responsável pela exportação de private label, Glaci Harnwell,
contou que a indústria prevê passar a exportação de 20% da produção para 30%
este ano.
Ela afirmou que a
valorização do dólar tornou os preços da marca muito competitivos em relação
aos concorrentes. Os produtos da Jorge Bischoff são vendidos em regiões como
África, América Latina e Europa. No mundo árabe, a empresa exporta para Líbano
e Arábia Saudita e tem contatos para vender ao Catar, Bahrein, Emirados, Egito,
Tunísia e Kuwait. A Jorge Bischoff
atende boutiques e Harnwell afirma que os produtos combinam muito com o gosto
árabe, já que são de qualidade, usam pedraria, brilho, cores e mistura de
materiais.
A empresa Raphaella Booz,
outra expositora da Francal, espera aumentar suas exportações em 15% em 2015.
Marcos Vinicius Booz da Silva, do Departamento de Exportação, afirma que o
cenário econômico atual é propício para a exportação e que a Raphaella Booz
pretende investir principalmente em países que usam muito o dólar nas
transações comerciais, como é caso do Oriente Médio. Silva explica que em
alguns países a moeda local, assim como o real brasileiro, também se
desvalorizou bastante em relação ao dólar e por isso os preços não ficam
vantajosos.
A empresa exporta
principalmente para América Latina, para países como Bolívia, Paraguai, Equador
e Colômbia, além de Estados Unidos e Sul da Europa. No mundo árabe, a marca
vende para Emirados e Líbano, mas tem contatos para começar a exportar mais
para a região. Silva afirma que se o dólar se mantiver no atual patamar ou se
valorizar um pouco mais, será possível aumentar bastante as exportações.
Em material divulgado, a
Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) abordou as
vendas para os Emirados Árabes Unidos como destaque positivo. Segundo dados da
entidade, o Brasil exportou 946,8 mil pares de calçados para o país árabe de janeiro
a maio, com crescimento de 33% sobre o mesmo período de 2014.
O presidente da Abicalçados,
Heitor Klein, afirmou à ANBA que a indústria está sendo surpreendida pelo
interesse dos mercados árabes no calçado brasileiro. Os paises da região não
foram incluídos como mercados alvo no projeto de promoção internacional que a
Abicalçados leva adiante em conjunto com a Agência Brasileira de Promoção de
Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) para o período atual, 2015 e 2016,
mas ele acredita que na próxima etapa eles serão. “As empresas estão
solicitando ações na região”, diz. Isaura
Daniel – Brasil in “Agência Notícias Brasil-Árabe”
Sem comentários:
Enviar um comentário