O navio, adquirido por meio
de um Acordo de Cooperação firmado entre o Ministério da Defesa (MD), o
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), a Petróleo Brasileiro S.A.
(PETROBRAS) e a VALE S.A., foi incorporado à Marinha do Brasil (MB) em março
deste ano, em cerimônia ocorrida em Singapura, e chegou ao Brasil no passado
dia 15 de Julho de 2015.
Lançado ao mar em setembro
do ano passado, o NPqHo “Vital de Oliveira” será empregado no monitoramento e
caracterização física, química, biológica, geológica e ambiental de áreas
oceânicas estratégicas para a exploração de recursos naturais, com ênfase nos
recursos minerais, óleo e gás, ampliando a presença brasileira no Atlântico Sul
e Equatorial.
Para tanto, o navio é dotado
de 28 equipamentos científicos que proporcionam a capacidade de um melhor
conhecimento das riquezas da “Amazônia Azul”.
A gestão do “Vital de
Oliveira” será coordenada por um Comitê com representantes dos MD (por meio da
MB), MCTI, PETROBRAS e VALE, e tem por finalidade coordenar as atividades e
maximizar a eficiência do seu emprego em prol do desenvolvimento de pesquisas
científicas no meio ambiente marinho, bem como organizar os projetos a serem
conduzidos a bordo do navio. O investimento realizado para a aquisição do navio
foi de R$ 162 milhões (sendo, R$ 70 milhões da PETROBRAS, R$ 38 milhões da
VALE, R$ 27 milhões do MCTI e R$ 27 milhões da MB).
Características
Principais:
- Comprimento - 78 metros;
- Boca - 20 metros;
- Deslocamento Máximo - 4.200 toneladas;
- Calado Máximo - 6,3 metros;
- Autonomia - 30 dias;
- Raio de Ação - 7.200 Milhas Náuticas;
- Velocidade de Cruzeiro - 10 nós;
- Velocidade Máxima - 12 nós;
- Tripulação - 90 militares; e
- Passageiros - 40 cientistas.
Equipamentos
Científicos:
- Ecobatímetros Multifeixe (águas rasas e
profundas);
- Ecobatímetro Monofeixe;
- Perfilador de Subfundo;
- Sonares de Varredura Lateral;
- Perfiladores de Corrente (ADCP);
- CTD/Rossette, U-CTD, XBT, Perfilador
contínuo de propagação da Velocidade do Som na água;
- Veículo Operado Remotamente (ROV) até
4.000m;
- Amostradores e testemunhador geológico;
- Estação Meteorológica Automática;
- Medidores de Ondas e Correntes;
- Gravímetro e Magnetômetro;
- PCO2, Plâncton e Salinômetro; e
- Lanchas Hidrográficas com ecobatímetro
multifeixe.
- Veículo de Operação Remota (ROV –- sigla em
inglês) tem capacidade para chegar a 4 mil metros de profundidade.
A
Visão Estratégica
Por ser equipado com o que
há de mais moderno em termos de tecnologia, o navio representa importantes
avanços para o país. Isso porque os recursos disponíveis podem auxiliar o
pleito do Brasil junto a Comissão de Limites da Organização das Nações Unidas
(ONU) no sentido de ampliar o limite exterior da área marítima, na qual o
Brasil detém os direitos de soberania para a exploração de recursos naturais.
A embarcação também
apresenta habilidade especial para realizar pesquisas de busca de nódulos
metálicos no fundo do mar, além da localização de petróleo e gás em superfícies
bem inferiores, como é o caso da camada pré-sal e da exploração de recursos
minerais em águas profundas como a Zona Econômica Exclusiva (ZEE).
Durante a cerimônia, Jaques
Wagner disse que apostar na tecnologia, pesquisa e inovação oceanográfica
aumenta o poder e a soberania do país. "É a aplicação da tecnologia e do
conhecimento do mar na defesa nacional", destacou o ministro que reconhece
o ganho inestimável para a pasta.
“O navio impulsiona nosso
poder de dissuasão porque trabalha com oceanografia física que mede a
temperatura da superfície do mar, qualidade e suas propriedades, facilitando,
por exemplo, missões com submarinos””, acrescentou Wagner.
Acompanhado do ministro da
Ciência e Tecnologia, Aldo Rebelo, Jaques Wagner percorreu os cinco
laboratórios do navio e conheceu o robô (ROV) que pode descer até 4 mil metros
de profundidade.
Uso
dual
Todas as diversas funções e
capacidades do navio têm uso dual, ou seja, tanto servirão para assegurar a
proteção das riquezas das jurisdições marítimas pertencentes ao Brasil, como
poderão ser utilizadas em diversos setores, como no caso da pesca,
meteorologia, exploração de recursos minerais, preservação do meio ambiente,
entre outras.
Os dados inseridos nas
cartas náuticas além de auxiliarem na navegação, provocam impactos na economia
do país, refletindo no custo Brasil. Os registros coletados por navios de
pesquisas podem atingir, por exemplo, as empresas seguradoras que fazem transportes
de mercadorias para o país, pois dependendo, o frete das mercadorias, pode
aumentar ou diminuir, refletindo diretamente no preço final para o consumidor.
O comandante do navio,
capitão-de-fragata Aluízio Maciel de Oliveira Júnior, disse que a ampliação da
pesquisa no mar vai resultar em mais riquezas e uma mudança total nos rumos do
estudo oceanográfico brasileiro.“
Ao conhecer o grupo de
pesquisadores já embarcados no navio, o ministro da Defesa foi informado sobre
as amostras recolhidas e que as geladeiras já possuem material para dar início
às novas pesquisas.
"É orgulho saber que
estamos na primeira linha da pesquisa oceanográfica, e mesmo com o pré-sal
ainda temos muito a pesquisar para abrir novas vertentes", afirmou o
ministro da Defesa, que na ocasião, cumprimentou o chefe dos pesquisadores,
professor Moacir Araújo, e pediu que os estudos fossem aplicados no cotidiano e
na economia.
O almirante Leal Ferreira
reforçou a importância do navio para a Marinha e comunidade científica. “”O
Vital de Oliveira irá atuar em áreas oceânicas estratégicas ampliando a
presença brasileira no Atlântico Sul e Equatorial””, ressaltou. Com 28
equipamentos científicos, o Navio possui maior capacidade de pesquisas e
exploração das riquezas da “Amazônia Azul”.
Por
que “Vital de Oliveira”?
O Navio de Pesquisa
Hidroceanográfico “Vital de Oliveira” - H 39, é o terceiro navio a ostentar
esse nome na Marinha do Brasil, em homenagem ao Capitão-de-Fragata
(post-mortem) Manuel Antônio Vital de Oliveira, morto na Guerra do Paraguai, em
2 de fevereiro de 1867, no bombardeio a Curupaiti, a bordo do Monitor
Encouraçado Silvado, do qual era Comandante.
Manoel Antonio Vital de
Oliveira nasceu em Recife, no dia 28 de Setembro de 1829. Na paz, foi o homem
de estudos, um marinheiro a serviço da ciência; na guerra foi o homem de ação
pronta.
Seus trabalhos hidrográficos
correram o mundo. A França o condecorou com a Legião de Honra; Portugal, com a
Ordem de Cristo, e a Itália, com a Ordem de São Maurício e São Lázaro.
Do Brasil, além das suas
promoções por merecimento, recebeu as insígnias de Oficial da Imperial Ordem da
Rosa, de Cavalheiro de Cristo e de São Bento de Aviz; os títulos de sócio
efetivo do Instituto Histórico e Geográfico do Brasil, do Instituto Politécnico
Brasileiro, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional; foi considerado
sócio auxiliador do Instituto Episcopal; sócio honorário da Associação
Comercial Beneficente de Pernambuco e sócio correspondente do Instituto
Arqueológico e Geográfico de Pernambuco.
Vital de Oliveira deu tudo
quanto pode um homem dar ao seu país: inteligência, cultura, dedicação, seu
sangue e a sua própria vida. In “Defesanet” – Brasil
Poderá aceder a mais
informações, aqui.
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