SÃO PAULO – Embora já exista
um Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ), de 2006, a Companhia Docas do
Estado de São Paulo (Codesp) decidiu contratar uma empresa para fazer um novo
PDZ com base no Plano Master ou Masterplan, que foi elaborado pela estatal em
parceria com a Secretaria de Portos (SEP).
Com o Masterplan, a ideia da
Codesp, dentro dos padrões estabelecidos pela nova Lei dos Portos (nº
12.815/13), que concentrou a gestão portuária nacional em Brasília, é
estabelecer novos critérios para o acompanhamento do desempenho dos terminais
arrendados no cais santista. Como se sabe, o antigo PDZ foi elaborado a uma
época em que o Conselho de Autoridade Portuária (CAP) tinha maior autonomia e
não significava como hoje apenas um órgão consultivo.
Entre os novos critérios,
estão índices mínimos de produtividade que as instalações precisam alcançar
para garantir a eficiência das operações. Outro ponto que precisa ficar
estabelecido é quanto a vocação do porto de Santos como hub port voltado à movimentação de contêineres com produtos
manufaturados ou à exportação de commodities.
O que se vê é que há investimentos em terminais para a movimentação de soja,
milho, açúcar e outros produtos do agronegócio, além do minério de ferro, mas
não se sabe até quando os portos de Santos e Paranaguá continuarão a escoar a
produção do Centro-Oeste.
Com a inauguração das obras de
ampliação do Canal do Panamá, no início de 2016, um novo cenário se afigura em
termos de logística: os portos do Norte passarão a ter mais competitividade do
que os do Sul e Sudeste, desde que mais bem aparelhados. Além disso, é de se
reconhecer que já está em fase adiantada a criação de um corredor alternativo
para o escoamento da produção agrícola de Goiás e Mato Grosso em direção ao
Norte, com a construção de terminais em portos como o de Santarém, no Pará, por
grandes exportadores de grãos e líquidos. Nos últimos tempos, mesmo com
deficiências na infraestrutura, o porto de Santarém, à beira do Rio Tapajós,
tem recebido cada vez mais navios que depois seguem pelo Rio Amazonas até o
Oceano Atlântico, com destino à Europa e à Ásia.
Hoje, esse corredor movimenta
mais de 2 milhões de toneladas por ano, mas, com a conclusão das obras, poderá
chegar a 12 milhões em menos de cinco anos. Se a BR-163 já estivesse
inteiramente asfaltada e duplicada, a viagem até Santarém economizaria cerca de
800 quilômetros em relação a Santos e mais de mil, se comparada com Paranaguá.
Portanto, a opção pelo corredor Norte é uma questão de tempo. E Santos
continuará como o grande porto exportador e importador da região Sudeste,
atendendo principalmente ao setor de transformação. Milton Lourenço – Brasil
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Milton Lourenço é presidente
da Fiorde Logística Internacional e diretor do Sindicato dos Comissários de
Despachos, Agentes de Cargas e Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e
da Associação Nacional dos Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e
Logística (ACTC). E-mail: fiorde@fiorde.com.br Site: www.fiorde.com.br
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