Entre
26 e 31 de julho de 2015, no Rio de Janeiro, acontecerá o 60º Congresso Mundial
de Estatística do International
Statistical Institute (ISI).
Reunindo os especialistas mais respeitados dessa área científica, o evento irá
discutir como os diversos aspectos da nossa realidade econômica, social e
ambiental serão medidos ao longo do século XXI.
Com
130 anos de existência, o ISI é a mais antiga e mais importante associação de
estatísticos do mundo. Em 2015, pela primeira vez, um brasileiro ocupará a sua
presidência. O IBGE é o anfitrião do evento que, depois de 60 anos, volta a se
realizar em nosso país.
1600 inscritos, 1300
artigos, 250 seções convidadas ou especiais. Por trás desses números, o estado
da arte em estudos estatísticos produzidos por 130 países.
Modelagem, amostras, séries
temporais, big data e computação
estão entre os vários temas a serem discutidos. Aplicações estatísticas no
mercado financeiro, nos esportes e em estudos sobre desemprego, demografia e
desigualdade de gênero continuam em foco, bem como as interdisciplinaridades
com a astronomia, a biologia, a física e a medicina. No entanto, há cada vez
mais estudos estatísticos voltados para o meio ambiente e a “economia verde”.
O congresso do ISI discutirá
também abordagens quantitativas inéditas, para temas como a corrupção, direitos
humanos e turismo. Além disso, o ISI tradicionalmente avalia os diversos
aspectos da cooperação internacional entre os órgãos oficiais de estatística.
As seções do ISI acontecerão no Riocentro, zona oeste do Rio de Janeiro.
130
anos de estatísticas e cidadania
Fundado em 1885, o International
Statistical Institute é a mais antiga e mais importante associação de
estatísticos do mundo. Sua missão é promover a compreensão, o desenvolvimento e
as boas práticas nas diversas áreas da estatística. Tem cerca de quatro mil
membros originários de 130 países, dos quais mais de dois mil são eleitos em
função de suas contribuições científicas.
Vários de seus integrantes
participaram da elaboração dos Princípios Fundamentais das Estatísticas
Oficiais, adotados por diversos institutos nacionais de estatísticas
(inclusive o IBGE) e recentemente endossados pela Assembleia Geral da ONU. Os
congressos bienais do ISI vêm se realizando desde 1887 (Roma), com duas breves
interrupções durante as duas guerras mundiais. O Brasil estava entre os 11
países representados no primeiro congresso do ISI.
Pela
primeira vez o ISI será presidido por um brasileiro
Em 2015, o professor Pedro
Luís do Nascimento Silva, pesquisador-titular da Escola Nacional de Ciências
Estatísticas (ENCE/IBGE), foi eleito presidente do ISI. É a primeira vez que um
brasileiro recebe essa responsabilidade, o que traduz o reconhecimento
internacional da estatística produzida em nosso país e, também, do IBGE,
anfitrião dessa edição do congresso mundial.
Doutor em Estatística pela
University of Southampton (1996), o professor Pedro é considerado o mais
importante especialista do Brasil na área das pesquisas amostrais. No IBGE, há
mais de 30 anos desempenha importante papel no desenvolvimento de métodos
estatísticos. No exterior, foi professor da Universidade de Southampton e
consultor do Office for National Statistics, no Reino Unido. Também presidiu a
International Association of Survey Statisticians e o Instituto Interamericano
de Estatística. Em 2014, foi eleito fellow da American Statistical Association,
titulação concedida anualmente e limitada a menos de 1% dos membros dessa
associação.
Há
60 anos, os grandes nomes da Estatística visitavam Petrópolis
Essa não é a primeira vez
que o congresso do ISI acontece no Brasil. Em 1955, o país foi sede do 29º
Congresso Mundial de Estatística, que reuniu os ‘grandes’ desse campo
científico, cujos nomes estão, hoje, associados a métodos, equações ou teoremas
fundamentais. Há exatos 60 anos, a cidade de Petrópolis recebeu mais de cem
cientistas, oriundos de 40 países, entre os quais estavam o inglês Ronald
Fisher (fundador da estatística moderna, que também deu enorme contribuição à
genética), o indiano Calyampudi Radhakrishna Rao (teórico da inferência
estatística, ainda ativo), os estadunidenses Walter Willcox (estatística
não-paramétrica e o teste que leva seu nome) e Gertrude Cox (planejamento de
experimentos estatísticos), o francês Émile Borel (introdutor do teorema do
macaco infinito e do lema de Borel–Cantelli) e o italiano Corrado Gini (criador
do famoso índice que mede a desigualdade de renda).
O então ministro das
Relações Exteriores, Raul Fernandes, abriu o evento. A delegação brasileira foi
chefiada por Teixeira de Freitas (idealizador do IBGE, que organizou a
estatística brasileira através da integração das três esferas de governo) e
também contou com o italiano Giorgio Mortara (pai da demografia brasileira, que
coordenou os dois primeiros censos populacionais do IBGE). Durante o congresso,
o Hotel Quitandinha (um dos mais luxuosos do país, na época) abrigou uma
exposição aberta ao público, com diversos painéis sobre a realidade social e
econômica do Brasil, além de uma coleção de publicações produzidas pelos
institutos oficiais de estatística de diversos países. In “Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística” - Brasil
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