Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Grécia – Um lamento. Onde está a verdade?

Ficámos a saber ser a Grécia um país extraordinariamente rico em recursos naturais no seu subsolo – petróleo, gás natural, urânio, ouro, ósmio e 24 dos 35 minerais raros internacionalmente reconhecidos. Facilmente se compreende o valor intrínseco que esses minerais possam gerar e a importância estratégica desta Nação.

Também ficámos a saber que todas as iniciativas no sentido de lançar concursos para a criação de infraestruturas para a sua extração foram em vão. Eram sistematicamente pressionados para parar o processo e avisados de que “nada se iria materializar”, independentemente das diligências realizadas.

Segundo as estimativas tem 40 mil milhões de barris de petróleo. Existe a convicção de que se este recurso fosse comercialmente explorado seriam das nações mais ricas do mundo. Estudos exaustivos realizados há cerca de trinta anos revelam que Tessália e Grevena são regiões ricas com jazigos importantes de petróleo e gás natural. Localizados “on shore” seriam de fácil exploração. Segundo os senhores Lialokos, Papavasiliou e Nikolaou, entre outros, a localização dos jazigos de petróleo foi mapeada nos estudos realizados. Um mapa global de energia revela que apenas a Grécia não tem explorado os seus recursos naturais nas regiões relevantes.

Por regra, os governos passados desculpam-se com as atitudes provocatórias dos Turcos (apoiados pelos Americanos) no mar Egeu que os levou a suspenderem todas as iniciativas. Os Turcos atacaram as ilhas gregas Imia em 1996. Os gregos não reagiram, perante a ameaça de intervenção da força aérea norte-americana estacionada nas bases turcas. A ausência de reação por parte do governo Grego levou a que a região fosse considerada “zona internacional” e a prospeção turca pode começar. Acresce que existe também muito petróleo na zona ocidental da Grécia, que se estende de Corfu a Creta e ao mar líbio, longe das fronteiras turcas.

Só os jazigos de ouro de Halkidiki fariam da Grécia um grande produtor de ouro. Acresce ainda os jazigos em Skouries. Dada a sua dimensão, a Grécia seria o principal produtor de ouro da Europa.

O IGME (Instituto de Geologia & Exploração Mineira) e a Comissão Grega de Energia Nuclear participaram em estudos para mapear as áreas com jazigos de urânio, nomeadamente no norte da Grécia que se estendem até à Bulgária. Sete relatórios de investigação independentes, elaborados por professores universitários, nunca foram divulgados. Revelam que o Governo está informado sobre a localização de jazigos importantes de urânio desde 1950. Um desses relatórios, assinado por onze cientistas, revela que só na região da Macedónia existem dez mil toneladas de urânio. Desconhecem as razões que levam a que os sucessivos governos Gregos nunca tenham querido concretizar a sua exploração, quando a maioria dos países que recorrem à energia nuclear não tem urânio no seu subsolo.
 
Ficámos a saber que os Gregos estão cansados da corrupção registada nos últimos trinta anos em que foram governados por apenas três famílias, com uma referência explícita à influência do governo Americano na subida ao poder de George Papandreou (ou Jeffrey Mineiko que foi nascido e educado na América).

Ficámos a saber o envolvimento dos EHM (*)(caso de John Perkins) que asseguram o financiamento do Banco Mundial, da USAID e de outras organizações internacionais para investimentos em infraestruturas em países menos desenvolvidos. A dívida contraída revela-se impagável, com o seu reescalonamento associado a cláusulas que no limite estabelecem a necessidade de venda dos recursos a empresas norte-americanas como forma de saldar o crédito.

Ficámos a saber, no entender de um alto responsável pela política externa norte americana, que os gregos têm um espírito anarquista e que são difíceis de controlar, o que por si só justifica a necessidade de serem atacados nas suas raízes culturais – língua, religião, valores históricos e culturais, com o objetivo de neutralizar a sua habilidade para desenvolver, reconhecer a sua identidade e a crença de que podem vencer. Ou seja, de os forçar a um compromisso. Marto Gallo – Portugal




Nota: este texto teve como suporte documental dois vídeos falados em grego, com tradução parcial em inglês, que podem ser acedidos: aqui e aqui.





(*) “Economic Hit Man”

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