Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Macau - Primeiro paciente infectado teve alta hospitalar e regressou ao interior da China

Uma turista de 52 anos, infectada pelo coronavírus, não apresentou sintomas após realização de testes patogénicos e recebeu alta hospitalar. A cidadã de Wuhan é o primeiro caso de recuperação da pneumonia viral em Macau e já regressou ao interior da China, pedindo isenção de pagamento pelo tratamento que custou 34 mil patacas ao erário público. Lei Chi Ion garantiu meios para cobrar a dívida caso não seja aceite o pedido de isenção

O primeiro caso confirmado de infecção pela nova estirpe de coronavírus em Macau teve ontem alta médica do Centro Hospitalar Conde de São Januário depois de uma recuperação de várias semanas e de os resultados dos testes patogénicos terem dado negativos.

“É uma boa notícia anunciar que a primeira paciente de coronavírus está a recuperar e teve alta do hospital. Podemos verificar que o procedimento do tratamento correu muito bem e creio que é uma boa notícia não só para a equipa médica, mas sim para toda a comunidade de Macau”, começou por dizer La Iek Long, médico consultor do Serviço de Pneumologia Centro Hospitalar Conde de São Januário, em conferência de imprensa.

O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus informou ontem que o primeiro paciente diagnosticado com novo tipo de coronavírus em Macau recuperou depois de meio mês em tratamentos. “A paciente está totalmente recuperada e também foi comprovado que ela já não apresenta risco de contágio do novo coronavírus”, frisou Lam Chong, chefe do Centro de Prevenção e Controlo de Doença dos Serviços de Saúde, acrescentando que a paciente saiu de Macau para Zhuhai a meio da tarde.

Depois de ter sido avaliada pela equipa médica e de garantir os padrões de alta hospitalar, a residente de Wuhan saiu do hospital sob escolta policial. De acordo com os Serviços de Saúde, a cidadã de 52 anos contraiu o coronavírus em Wuhan, uma vez que só quando chegou a Macau é que começou a apresentar os sintomas. “Quando vim para Macau passar o Ano Novo Lunar tinha pouca tosse, numa altura em que começaram a surgir casos no interior da China, era assustador. Quando o médico me disse que tinha sido infectada pelo novo coronavírus não tinha imaginado que a situação fosse tão grave, mas assumi que ia recuperar sem grandes preocupações”, disse a mulher num vídeo divulgado pelos Serviços de Saúde.

A 19 de Janeiro, apanhou um comboio de alta velocidade de Wuhan para Zhuhai, e entrou em Macau pelas Portas do Cerco. “Trataram-me como família, estou muito grata a todo o pessoal clínico de Macau. Apesar de ter sido infectada, fiquei em boas mãos. Ainda tenho algum medo. No fundo, não tenho a certeza se estou mesmo curada. Os médicos disseram-me que os resultados mostram que estou totalmente recuperada. Queria ficar mais algum tempo, mas não posso. Agora, com o surto epidémico, e o alto risco de transmissão, receio muito, nem consigo olhar para as notícias. Esta doença é curável, foi o pânico que na minha opinião agravou este surto epidémico. É curável a doença, e temos a solução”, frisou a residente de Wuhan.

Questionado sobre os custos do tratamento, Lei Chin Ion, Director dos Serviços de Saúde, assumiu que foram de cerca de 34 mil patacas, e que a paciente solicitou isenção de pagamento. “As pessoas do interior da China têm de pagar a sua despesa em Macau. Nós temos essa normativa, conforme a sua capacidade económica. Essa paciente pediu isenção das suas despesas, só que nós vamos analisar para autorizar. Já está em processo. Se não for aprovado iremos efectivar as suas despesas médicas”, afirmou o Director dos Serviços de Saúde, acrescentando que o Governo tem meios para cobrar a factura de 34 mil patacas caso não seja autorizada a isenção.

“A despesa é por volta das 34 mil patacas, vamos ter muitos meios caso não seja autorizado esse pedido de isenção. Diariamente temos estrangeiros e utentes do interior da China que vêm receber consultas e tratamentos no hospital, se não conseguirem pagar no momento da consulta têm de assinar um documento. Se não pagar, quando regressar a Macau continuamos com o registo dela e terá de pagar. Todos os países têm meios adequados para recuperar dívidas de estrangeiros ao Governo”, frisou. Eduardo Santiago – Macau in “Ponto Final”

eduardosantiago.pontofinal@gmail.com

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