A Organização Nacional de Salvamento e Segurança Marítima dos Espaços Aquáticos da Venezuela (ONSA) recordou o navegador português Fernão de Magalhães e os 500 anos da 1.ª viagem de circum-navegação do mundo num evento em Caracas
O
evento, que reuniu dezenas de pessoas, teve lugar na sede da Corporação Andina
de Fomento, foi apoiado pela Embaixada de Espanha em Caracas e contou com a
participação do navegador espanhol Álvaro de Marichalar que realiza a primeira
viagem marítima à volta do mundo com uma moto de água.
“A
expedição (há 500 anos) da volta ao mundo foi efetuada conjuntamente por
portugueses e espanhóis, e patrocinada por Carlos V (rei da Espanha), que se
deixou convencer pelo grande navegador português Fernão de Magalhães, que já
tinha tentado antes, com os reis de Portugal, mas que não conseguiu
convencê-los da necessidade de dar a volta ao mundo”, explicou o embaixador de
Espanha à agência Lusa.
Ramón
Santos recordou que em 1518 cinco navios partiram de Sevilha e três anos mais
tarde, em 1521, um desses navios, chamado Victoria, regressou com apenas 18
tripulantes, já sob o comando do capitão espanhol, Juan Sebastián Elcano,
porque Fernando de Magalhães morreu em confrontos com indígenas nas Filipinas.
“Chegaram
a Espanha, completando assim essa primeira viagem à volta do mundo e provando
que o mundo era de facto redondo (…) Esta foi a primeira grande epopeia da
história e em termos políticos e históricos significa a primeira globalização
do mundo, feita a partir da Península Ibérica”, referiu o diplomata.
Segundo
Ramón Santos, “Espanha e Portugal têm vindo a comemorar estes 500 anos” e em
paralelo tem ocorrido “iniciativas privadas” como a do navegante solitário
Álvaro de Marichalar, “com a sua volta ao mundo, neste caso numa ‘motonáutica’,
em comemoração desse grande feito”.
“Houve,
como já disse, muitas celebrações, muitas comemorações, muitas exposições,
mostras, conferências, etc., e continua a haver, porque é um feito, é uma
epopeia que continua a suscitar a admiração do mundo quando a colocamos no seu
tempo e no seu lugar”, frisou.
Por
seu lado, Álvaro de Marichalar explicou que está a dar a volta ao mundo “na
embarcação mais pequena da história da navegação, celebrando o 5.º centenário
da primeira viagem à volta do mundo”.
“Foi
a primeira vez que a forma esférica do planeta foi demonstrada empiricamente
(…) E isso une para sempre Espanha e Portugal”, frisou, recordando que Fernão
de Magalhães nasceu português e mais tarde tornou-se espanhol.
Álvaro
de Marichalar disse ainda que nas suas conferências por todo o mundo, junta
sempre as bandeiras de Espanha e de Portugal, homenageando a contribuição que
deram a todos.
Por
outro lado, alertou ainda que atualmente todos os resíduos humanos continuam a
ser despejados no mar e nos oceanos.
“Há
500 anos, os resíduos eram biodegradáveis, atualmente não o são. Por outras
palavras, a humanidade retrocedeu como um caranguejo e, em vez de progredir e
de se tornar mais limpa, estamos a tornar-nos cada vez mais sujos, a atentar
contra os sistemas marinhos e isso é algo que temos de deter”, disse.
Sobre
a sua viagem, explicou que continua “a navegar com cartas, usando a bússola”,
apesar de existir o GPS.
Explicou
que iniciou a sua viagem à volta do mundo em 10 de agosto de 2019, em Sevilha,
que teve que interromper ao chegar a Miami, devido à pandemia da covid-19,
prevendo que em 2 ou 3 anos esteja concluída. In “Bom dia
Europa” - Luxemburgo
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