O secretário de Estado da Economia defendeu ontem à Lusa, em Macau, que Portugal quer “ir além” das ligações culturais com a região chinesa e apostar em novas áreas de negócio como energias renováveis e economia azul. “Macau, visto por si, é um território que tem limitações geográficas, tem limitações até ao nível do seu potencial de mercado, e tem vindo a ser explorado até agora muito numa lógica daquilo que são as ligações culturais que existem com Portugal. Nós queremos ir além disso”, disse Pedro Cilínio, presente na abertura da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), organizada no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF).
As
ligações culturais “promovem a base daquilo que pode ser um potencial de
desenvolvimento de negócio futuro”, que passa “também por outras áreas de
negócio, além daqueles que são os sectores que hoje em dia são pontes de
ligação” e que são “potenciados pela presença portuguesa no território”,
acrescentou Cilínio.
O
secretário de Estado deu como exemplo os setores das energias renováveis ou da
economia azul, apontando para a representação de empresas nestes setores na
C-PLPEX. “O Fórum Oceano está aqui com uma representação muito forte, porque a
área da economia azul é um tema importante para o desenvolvimento da Grande
Baía, e Portugal, neste âmbito, tem um conjunto de ‘know-how’, de
especialidades que podem vir a potenciar esse tipo de ligações”, considerou.
Quanto
às queixas que têm sido vocalizadas por empresários portugueses sobre os
obstáculos à entrada no mercado chinês, Cilínio disse que Portugal tem trabalhado
“em contínuo” para que “sejam identificadas as dificuldades e encontradas as
soluções” e para que estas “possam ser acauteladas naquilo que são os
desenvolvimentos futuros para o território e para a Grande Baía”
A
Grande Baía, sublinhou, “é um projecto muito interessante”, com “muitos passos
a dar”. “Percebemos hoje que esse caminho e essa visão é muito clara e
acreditamos que esses passos, que passam por tudo o que tem a ver com a
facilitação dos negócios das empresas dos países de língua portuguesa nesta
região irá acontecer”, disse.
Ao
notar que China e Portugal estão a iniciar outro capítulo no palco da
cooperação económica, Pedro Cilínio lembrou que, numa primeira fase, o
investimento chinês “verificou-se por entradas em activos estratégicos e ativos
relevantes em Portugal”. “Mas, neste momento, estamos a falar já de intenções
de investimento concreto em áreas importantes para o desenvolvimento da nossa
economia e é nessa fase que estamos a apostar”, referiu, nomeando áreas “de
interesse para Portugal e para o espaço europeu”, como a mobilidade eléctrica e
a sustentabilidade.
No
primeiro semestre deste ano, o investimento chinês em Portugal “cresceu 10%
face ao semestre anterior”, alcançando “cerca de 3,5 mil milhões de euros de
investimento”, frisou. In “Ponto Final” – Macau com “Lusa”
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