Os líderes indígenas australianos pediram uma semana de silêncio e reflexão após a rejeição maciça em refendo da criação de um órgão consultivo para lhes dar voz no poder legislativo e executivo na Austrália. “Chegou o momento de refletir sobre as razões deste trágico resultado”, refere uma declaração dos líderes indígenas divulgada após os resultados do referendo de sábado, segundo a ABC australiana. “Agora é tempo de silêncio, de luto e de refletir sobre as consequências”, acrescenta.
O
referendo incidiu sobre uma proposta de emenda à Constituição de 1901 para
criar um órgão de membros eleitos da comunidade indígena, denominado Voz, que,
para ser bem-sucedido, tinha de obter a maioria dos votos e a vitória em quatro
dos seis estados. O “não” ganhou com 60,5% dos votos totais e prevaleceu nos
seis estados, enquanto o “sim” obteve 39,5% dos votos, de acordo com os
resultados da Comissão Eleitoral Australiana. Apesar do tom melancólico da
declaração, os líderes indígenas encorajaram as suas comunidades a
reerguerem-se e a usarem a sua “força e vontade” para “se juntarem e, quando
apropriado, decidirem cuidadosamente o caminho a seguir”. “Quando decidirmos
uma nova direcção em defesa dos nossos direitos, voltaremos a reunir-nos”,
acrescenta o texto, que também agradece ao primeiro-ministro, Anthony Albanese,
pela sua campanha a favor do referendo.
Os
indígenas representam 3,8% dos mais de 26 milhões de habitantes da Austrália, a
única nação industrializada com um passado colonial que não reconhece os
indígenas na sua Constituição. Os chamados aborígenes são o povo indígena mais
difundido na Austrália, enquanto os habitantes das Ilhas do Estreito de Torres
são de cultura melanésia e vêm das ilhas do nordeste do país. In “Ponto
Final” - Macau
Sem comentários:
Enviar um comentário