O primeiro volume das “Crónicas dum insubmisso” da autoria de Hélder Martins vai ser lançado no dia 25 de outubro, às 18 horas, no auditório da UCCLA. Uma introspeção do autor sobre o percurso da sua vida e sobre o que foi escrevendo ao longo do tempo.
Com
a chancela da Alcance Editores, o livro será apresentado por Maria Paula
Meneses, Investigadora do Centro de Estudos Africanos da Universidade de
Coimbra.
O
lançamento do livro terá transmissão em direto na página do Facebook da UCCLA
através da ligação:
https://www.facebook.com/UniaodasCidadesCapitaisLinguaPortuguesa
Contracapa do livro:
“Com
a minha provecta idade, pareceu-me justificado resolver os meus arquivos, tanto
os mais antigos em papel impresso ou dactilografado, como os mais recentes em
formato digital, e fazer uma introspeção sobre o percurso da minha vida e sobre
aquilo que fui escrevendo ao longo do tempo.”
“Pude
recordar como sempre fui insubmisso. Esse espírito rebelde da juventude (e que
me persegue ainda hoje) levou-me a saber avaliar os ventos da história e a
saber posicionar-me do lado correto”.
“Em
vários momentos da minha vida, acharam-me corajoso e, de facto, analisando
retrospetivamente, tive que concluir que, podem me acusar de muita coisa, mas
não de falta de coragem. Fiquei orgulhoso de ter sabido dizer e escrever, nos
momentos certas verdades, por vezes difíceis de serem aceites.”
“Também
os circunstancialismos da minha vida, em momentos conturbados da história,
proporcionaram-me experiências inesquecíveis e inabituais e não serão muitos os
que possam dizer que viveram a vida tão bem como eu a vivi.”
“Acho
que posso afirmar que os jovens de hoje podem encontrar nestas “Crónicas dum
insubmisso” alguma fonte de inspiração para encontrarem as soluções dos
problemas da atualidade”.
“Cresci
e vivi em momentos conturbados da História, do Mundo e do nosso país e fiz o
possível por tentar dar a minha modesta contribuição à tentativa de solução dos
problemas encontrados. Penso que não fiz nada de especial, pois só cumpri um
dever de cidadania. Mas gostava que os jovens de hoje, a começar pelos meus
netos, fizessem o mesmo, isto é, dessem a sua contribuição empenhada na
tentativa de solução dos problemas da atualidade, que são muitos.”
“Este
livro é dedicado aos jovens”.
Extratos do Prefácio por Álvaro Carmo Vaz:
“Hélder
Martins nesta sua obra monumental reúne, organiza e trata o muito que ele
escreveu ao longo da sua vida, uma vida não só comprida, mas cheia, por tudo
aquilo por que passou durante sete décadas e de que foi activo participante por
vontade própria”.
“Hélder
Martins resolveu disponibilizar sob a forma de livros um grande número de
textos, entre artigos, discursos, cartas, entrevistas e extractos de livros
seus, acreditando que serão úteis sobretudo aos jovens, que não têm memória
directa do que foi o colonialismo e o fascismo, a Luta de Libertação Nacional e
os primeiros anos da Independência”.
“O
livro cobre o período que decorre desde que o autor era estudante de Medicina
em Portugal, na segunda metade dos anos cinquenta, até Setembro de 1974, quando
se abriram as portas para a nossa Independência com a assinatura dos Acordos de
Lusaka”.
“O
conjunto de textos que reuniu neste livro é um precioso contributo de um
combatente de primeira hora da Luta de Libertação Nacional para um melhor
conhecimento e aprofundamento das circunstâncias dessa luta.
“Hélder
Martins é uma pessoa com posições políticas bem definidas, com opiniões fortes
e intimorato a proclamá-los. O que ele escreve não agradará a todos. Mas, numa
época e num mundo em que proliferam “virgens ofendidas”, ler quem exprime
desassombradamente aquilo que pensa traz-nos uma lufada de ar fresco. Também
por isso, este livro é um grande contributo para o conhecimento da nossa
história recente”.
Biografia do autor:
Hélder Martins
nasceu em 1936, em Maputo, Moçambique. Em 1953, foi estudar Medicina em Lisboa,
onde se formou em 1961. Foi um ativista estudantil, na Comissão Pró-associação
da Faculdade de Medicina e na Casa dos Estudantes do Império, tendo tido um
papel importante, primeiro na luta para a cessação da 1.ª Comissão
Administrativa que foi imposta por esta associação e, depois, na sua gestão. Foi
um militante ativo contra o fascismo e o colonialismo. Incorporando no serviço
militar obrigatório na Marinha, desertou em novembro de 1961, tendo ido para
Tanganica, onde foi aceite na UDENA-MO. Foi fundador da Frelimo, participou
pela luta de libertação nacional do seu país, tendo sido diretor dos serviços
de Saúde da Frelimo. Conviveu, de perto, com Eduardo Mondlane, Samora Machel,
Marcelino dos Santos e Joaquim Chissano. Na pós-independência foi Ministro da
Saúde durante 5 anos. Foi, também, funcionário sénior da OMS, onde depois de
reformado, participou e dirigiu vários comités de especialistas. Foi docente em
Saúde Pública em vários países de África, da Europa e da América Latina. É
Doutor Honoris Causa em Ciências da Saúde e Educação. Tem várias condecorações
e diplomas de mérito. Tem inúmeras publicações e este é o seu 8.º livro.
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