Milhares de europeus que se encontram de férias fora dos
seus países estão a antecipar o regresso para casa devido ao aumento de casos
de covid-19 na Europa e às consequentes restrições que alguns países estão a
impor
Num
balanço feito pela EFE, países como França, Reino Unido, Alemanha e Espanha estão
entre os mais afetados por aquilo que se admite poder ser uma segunda onda da
pandemia na Europa, com o movimento de férias de muitos europeus a contribuir
para o crescimento de infetados e a alimentar uma ‘guerra de fronteiras’, ainda
que estejam oficialmente abertas.
A
quarentena obrigatória nos regressos é uma das medidas que está a provocar
regressos antecipados de turistas que as tentam evitar, numa altura em que
alguns países europeus voltaram a registar totais de casos diários acima dos
mil infectados.
O
Reino Unido, que voltou a registar mais de mil novos casos em 24 horas, decidiu
impor uma quarentena obrigatória a todos os cidadãos com origem em França, o
que levou milhares de turistas britânicos a antecipar o regresso de férias para
contornar a medida que entrou em vigor neste sábado, aplicável também a quem
chegue dos Países Baixos, Mônaco, Malta, as ilhas britânicas Turcas e Caicos e
Aruba, nas Caraíbas.
França
não gostou da decisão e prometeu responder ‘na mesma moeda’, estando ainda a
decidir uma resposta “com critérios de reciprocidade”, de acordo com o
Ministério dos Negócios Estrangeiros francês.
No
curto prazo, as medidas britânicas prejudicam em primeiro lugar o turismo em
França, privado no que resta do verão de boa parte dos visitantes do Reino
Unido, com 160 mil turistas britânicos em território gaulês quando foi
anunciada a quarentena obrigatória.
Também
a Bélgica está a impor restrições a quem chega de França, obrigando a
quarentena e teste à covid-19.
Os
receios relativos à segunda onda e as medidas de contenção e restrições que
estão a ser impostas podem ter como efeito perverso o impacto no setor do
turismo, justamente na época alta na Europa, podendo acrescentar mais prejuízos
aos que já estavam estimados e previstos.
Nem
só o turismo é afetado. A Grécia está a reter milhares de albaneses nas suas
fronteiras, que ali permanecem em condições precárias, à espera de autorização
de entrada no país, a maioria dos quais emigrantes que trabalham na Grécia e
tinham voltado à Albânia de férias.
O
grande afluxo que se regista é uma forma de tentar evitar as restrições que
entram em vigor a partir da próxima semana, quando a Grécia vai começar a
restringir as entradas no país por via terrestre para evitar a propagação de
contágios.
A
Albânia está a enfrentar uma nova onda de infeções por coronavírus, com
tendência crescente devido à falta e cuidado relativamente às medidas de
prevenção, especialmente entre os mais jovens, mas também devido a casamentos e
funerais com uma grande quantidade de pessoas, como é tradição no país.
A
Alemanha, também a braços com um aumento crescente de novos casos diários de
covid-19, com quase 1.500 novos casos registados na sexta-feira, decidiu impor
restrições a quem viaja para Espanha, impondo quarentena obrigatória a quem
regressa se não tiver teste negativo para a doença, e desaconselhando viagens
para território espanhol, com exceção das ilhas Canárias, mas não o proibindo.
Espanha,
que na sexta-feira registou quase três mil novos casos diários, impôs novas
medidas de contenção da pandemia, como o encerramento de locais de diversão
noturna, restrições nos horários dos restaurantes e a proibição de fumar ao ar
livre em locais como esplanadas e sempre que não esteja garantida uma distância
de segurança de dois metros.
Já
Itália continua em tendência crescente nos novos casos diários, com mais de 600
novas infeções registadas hoje, com as autoridades a manifestarem preocupação
com o peso de casos importados. Há ainda uma preocupação com o impacto das
atividades de lazer noturnas.
Desde
dia 13 que as autoridades de saúde estão controlando as chegadas de quem viaja
de Espanha, Malta, Grécia e Croácia, considerados países de risco.
Em
Portugal, o presidente considerou que a atividade turística no Algarve está
melhor, com a ocupação de alguns hotéis a 70%, e questionou o que estará a
impedir o Reino Unido de abrir um corredor aéreo com Portugal. In “Mundo Lusíada”
– Brasil com “Lusa”
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