A Escola Portuguesa de Macau irá iniciar o próximo ano
lectivo a 7 de Setembro com menos três docentes do que o esperado, face às
restrições impostas nas fronteiras que impedem a entrada de estrangeiros. No
entanto, o presidente da direcção do estabelecimento de ensino, Manuel Machado,
garantiu ao Jornal Tribuna de Macau que a instituição dispõe dos “recursos
humanos necessários” para colmatar essas falhas
Três
docentes que deveriam integrar a equipa de docentes da Escola Portuguesa de
Macau (EPM) no arranque do próximo ano lectivo não conseguirão chegar ao
território antes do reinício das aulas, a 7 de Setembro, devido às medidas
restritivas nas fronteiras. No entanto, Manuel Machado, presidente da direcção
da EPM, garantiu ao Jornal Tribuna de Macau que, depois dos devidos ajustes, a
equipa “tem os recursos humanos necessários”.
“Nós
vamos conseguir abrir o ano lectivo com todos os professores necessários.
Acontece apenas que, no âmbito do ensino especial, temos prevista a vinda de
mais professores, mas esses não podem vir, uma vez que se trata de pessoas que
vêm pela primeira vez para Macau e não têm Bilhete de Identidade de Residente.
São apenas duas pessoas, que vêm para substituir uma, que pretende sair mas que
não o vai fazer até que as outras duas possam vir, de forma a assegurar o
apoio”, revelou o presidente da direcção do estabelecimento de ensino.
“Vamos
ver agora também como é que evoluem as necessidades dos alunos com necessidades
próprias no sentido de continuar a dar um apoio o mais eficaz possível”,
acrescentou.
A
direcção da escola esperava ainda receber mais um docente para leccionar
Geografia, que, no entanto, enfrenta os mesmos obstáculos. Contudo,
“conseguimos, dentro dos professores da Escola Portuguesa que essa falha seja
colmatada”, assegurou Manuel Machado.
O
líder da direcção da Escola Portuguesa explicou ainda o modo como está a ser
preparada a abertura do ano lectivo para os 657 alunos inscritos. Entre os 304
estudantes matriculados no primeiro ciclo, 94 são do primeiro ano de
escolaridade. Além disso, estão inscritos 115 alunos no segundo ciclo, 139 no terceiro
ciclo e 97 no ensino secundário. Durante o ano lectivo de 2020/2021, a EPM irá
funcionar com um total de 38 turmas.
“A
partir do dia 1 de Setembro vão realizar-se as reuniões preparatórias do ano
lectivo nomeadamente a reunião geral de professores, já na próxima terça-feira.
Seguem-se as reuniões do Conselho de Direcção de Turma do Ensino Básico e
Secundário, reunião dos Conselhos de Docentes do Primeiro ciclo. Nos dias
subsequentes, reuniões dos Conselhos de Coordenadores dos vários departamentos curriculares
e as reuniões dos professores pelos vários anos de escolaridade”, como é
habitual, referiu o mesmo responsável.
Condições de higiene com vigilância apertada
Por
outro lado, devido ao actual contexto sanitário, foram elaborados planos de contingência
quer para o regime presencial como para o ensino à distância, caso a situação
pandémica se agrave. Nesse contexto, a instituição de ensino implementará “uma
série de medidas, na sequência daquilo que foi feito, obviamente com as devidas
correcções e melhorias”, asseverou o presidente da direcção da EPM.
“Vamos
dar continuidade às medidas adoptadas após o reinício das aulas em Maio. Essas
medidas passam por uma vigilância muito mais próxima da higiene dos diferentes
espaços das escolas”, disse Manuel Machado, acrescentando que esse plano irá
incluir a “medição das temperaturas, com preenchimento da declaração de saúde”,
bem como “a distribuição do gel desinfectante em todos os espaços escolares, a
limpeza permanente e periódica de mesas, cadeiras, puxadores, de portas, dos
WC”.
Ao
nível dos horários também foram efectuados ajustamentos, de forma a evitar o
cruzamento entre alunos de diferentes níveis de escolaridade, para reduzir o
risco de propagação de eventuais casos de infecção.
“Os
intervalos vão ser reduzidos, à semelhança do que já acontecia aquando da
reabertura em Maio. Desta forma, os alunos terão cinco minutos de pausa entre
as aulas, sendo recomendado que permaneçam nas salas de aulas. Depois terão um
intervalo mais longo onde podem efectivamente conviver e comer alguma coisa,
sempre no interior das instalações da escola”, explicou Manuel Machado.
Estes
intervalos serão desfasados, assim como a hora de entrada na escola: às 08:30
da manhã para os alunos do primeiro ciclo e às 08:00 para os restantes níveis
de ensino.
No
que diz respeito a disciplinas como Artes Plásticas ou Educação Física, Manuel
Machado sublinhou que serão leccionadas “respeitando integralmente dos Serviços
de Educação e Juventude bem como de Saúde”. “O desenvolvimento das actividades
no âmbito, por exemplo, da educação física terão de ter conta o distanciamento
e a necessidade do uso da máscara. Por isso, de alguma maneira estas
actividades ficam limitadas por força das circunstâncias que atravessamos”,
apontou.
No
primeiro dia de aulas, os alunos serão recebidos pela direcção da escola numa
sessão agendada para as 10 horas no ginásio. No dia inaugural, as actividades
lectivas irão terminar às 13 horas para todos os níveis de ensino. Sofia
Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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