A partir de hoje todas as pessoas que venham de Hong
Kong, além de cumprir a quarentena no hotel designado, têm de apresentar um
teste do ácido nucleico com uma validade de 72 horas. As autoridades de Macau
incluíram ainda Xinjiang e Liaoning na lista de regiões de alta incidência e
limitaram a um circuito fechado todos os tripulantes de embarcações que entrem
no território
As
autoridades de Macau anunciaram medidas mais apertadas para quem venha de Hong
Kong. A partir de hoje, a validade dos testes negativos à COVID-19 para pessoas
provenientes da RAEHK é encurtada para 72 horas, ao invés dos habituais sete
dias.
A
medida foi anunciada ontem durante a conferência sobre a pandemia, num dia em
que a região vizinha registou 80 novos casos e mais três mortes. Desde o início
da pandemia, Hong Kong totaliza 3670 casos e 41 mortes. Hoje registava 1488
casos activos, incluindo 43 em estado crítico.
Recentemente,
o Governo de Hong Kong apontou o alívio nas fronteiras entre as RAE como
solução para a crise económica. O Secretário das Finanças de Hong Kong disse
que uma forma de impulsionar a economia seria permitir a circulação de pessoas
entre as duas regiões, mediante a apresentação de um teste do ácido nucleico,
porém, as autoridades de Macau afastaram para já essa possibilidade.
“Temos
de ter por base um pressuposto: não vamos aumentar o risco na comunidade local
antes de anunciar mais medidas de alívio nas fronteiras”, apontou o médico
adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São Januário, Alvis Lo Iek
Long, ao destacar a nova regra.
Também
todos tripulantes das embarcações de carga que pretendam entrar em Macau terão
de circular um circuito fechado. “Vamos tomar uma medida de gestão de circuito
fechado. Todos os tripulantes que pretendem desembarcar em Macau vão ser
transportados em veículo especial para um local indicado para descansar. Quando
precisarem de trabalhar e ir a Hong Kong também vamos ter um transporte
específico para transportar os tripulantes para o navio, assegurando que não
vão deslocar-se na comunidade e reduzir assim o risco de contaminação”, disse
Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infecciosas e Vigilância
da Doença
“Uma
vez que dependemos dos produtos que eles transportam, as despesas [sobre este
circuito] ficam ao encargo do Governo”, acrescentou.
As
autoridades disseram que também, a partir de hoje, as regiões de Xinjiang e
Liaoning são consideradas zonas de alta incidência. Com esta categorização,
todas as pessoas que provenham dessas regiões terão de ser sujeitas a
observação médica nos hotéis designados. Três pessoas de Macau estiveram em
Xinjiang nos últimos dias e 38 em Liaoning.
Voos para Europa no final do mês
Com
a aproximação do reinício das aulas, Lau Fong Chi, dos Serviços de Turismo,
anunciou que começarão a ser estabelecidas ligações aéreas para os EUA e a
Europa, com escalas com Seul e Taipé. “Tendo em conta que alguns estudantes
precisam de regressar ao estrangeiro para prosseguir os estudos, as companhias
áreas vão fazer os devidos arranjos de acordo com as necessidades”, destacou.
A
responsável revelou que, no final do mês, a EVA Air irá reforçar a rota entre
Macau e Taiwan. Lau Fong Chi afirmou ainda que, nos últimos dias, o Gabinete de
Gestão de Crises de Turismo recebeu 30 pedidos de ajuda por parte de
estudantes.
Em
declarações à agência Lusa, o Cônsul-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong
disse ontem que pelo menos duas dezenas de alunos em Macau aguardam para saber
como poderão deixar o território a fim de frequentar estudos superiores em
Portugal, tendo alguns contactado o Consulado com pedidos de informação. Os
casos foram comunicados pela Escola Portuguesa de Macau, especificou Paulo
Cunha Alves, ressalvando ser “difícil estimar” o total de alunos afectados
pelas restrições às viagens.
Na
mesma conferência de imprensa, foi anunciado ainda o fim do comprovativo do
teste do ácido nucleico em formato de papel. A medida surge depois de idêntica
decisão das autoridades de Zhuhai.
“Depois
de um estudo, podemos assegurar que dentro de 24 horas o resultado pode ser
incluído no código de saúde. Por isso já não é necessário emitir o resultado em
papel”, justificou Alvis Lo.
No
entanto a medida tem excepções. Segundo o médico, caso se trate de um
passageiro de um voo cujo destino exija a apresentação do documento em papel
“basta mostrar o bilhete e preencher o formulário”. Alvis Lo garantiu que o
documento, requerido no Fórum Macau ou no hospital público, demora um máximo de
dois dias a ser emitido.
Ontem,
Macau registou o 38º dia sem casos de COVID-19 e o 127º sem infecções locais.
Segundo os dados divulgados, continuavam a cumprir quarentena nos hotéis
designados 1076 pessoas, entre elas 525 residentes e 494 turistas. Sofia
Rebelo – Macau in “Jornal Tribuna de Macau”
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