Lisboa
– A presidente do conselho científico do Instituto Internacional da Língua
Portuguesa (IILP), Margarida Correia, defendeu hoje que é preciso “garantir a
continuidade” desta instituição do universo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP).
“Tem
de se garantir a continuidade do IILP, ou seja, o pagamento das quotas, tem de
haver vontade de desenvolver projectos comuns e sobretudo participação
efectiva. Mas também o envolvimento da sociedade civil”, defendeu Margarida
Correia, a oradora numa conferência ‘online’ sobre o tema “O IILP ao serviço da
Língua Portuguesa”.
“O
IILP não vai fazer grande coisa se as universidades, as instituições não
estiverem também muito interessadas em participar, nas suas acções”,
acrescentou.
Sublinhando
que a instituição “será aquilo que os Estados [membros da CPLP] quiserem que
ela seja”, a também professora auxiliar da Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa, defendeu que entre as prioridades para a acção futura do IILP está
também “a actualização dos seus estatutos”, porque os actuais são de 2005.
Margarida
Correia lembrou a este propósito que “há uns novos estatutos que foram
aprovados em 2010, mas que não foram homologados pelos Estados”, prometendo
empenhar-se neste projecto.
“Até
porque a escolha da direcção executiva do IILP, segundo esses novos estatutos,
passa a ser feita por concurso internacional e deixa de ser rotativa. E isso eu
acho bem”, considerou.
Depois,
é preciso que haja uma “valorização do IILP”, um reconhecimento quer pela CPLP,
e sobretudo pelos seus Estados-membros, sublinhou a professora universitária.
“Precisamos
que as comissões nacionais sejam boas e sejam activas, participativas, que
sejam mandatadas para terem uma acção eficaz”, referiu Margarida Correia,
admitindo que da parte da CPLP tem havido mais conhecimento e valorização do
papel do instituto do que há uns anos.
Quanto
à acção futura do IILP disse que esta terá de ir muito para a produção de
recursos e apoio ao desenvolvimento do português, não apenas no espaço da CPLP,
mas também no espaço internacional, e à presença do português nas organizações
internacionais.
“Nas
possibilidades o céu é o limite, nas limitações o inferno é o limite. Eu sou
uma optimista por natureza e a vida tem-me ensinado que nós podemos fazer muito
mais do que aquilo que à partida achamos que somos capazes de fazer”, concluiu.
Falando
sobre o IILP, a presidente do conselho científico da instituição fez questão de
encerrar a sua intervenção com o poema ‘Pedra Filosofal’, de António Gedeão:
“Eles não sabem que o sonho comanda a vida…”.
O
IILP é uma instituição da CPLP com sede na Praia, capital de Cabo Verde.
Os
seus objectivos, de acordo com os actuais estatutos são “a promoção, a defesa,
o enriquecimento e a difusão da língua portuguesa como veículo de cultura,
educação, informação e acesso ao conhecimento científico, tecnológico e de
utilização oficial em fóruns internacionais”.
Para
Margarida Correia, quando o português é das línguas mais faladas no mundo não
faz sentido o princípio da “defesa”.
O
que é preciso é difundir e desenvolver o conhecimento da língua portuguesa.
A
criação do IILP foi proposta, em 1989, pelo então Presidente da República do
Brasil, José Sarney, durante a primeira cimeira da CPLP, realizada em São Luís
do Maranhão.
A
CPLP integra Angola, Cabo Verde, Brasil, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial,
Moçambique, Portugal, Timor-Leste e São Tomé e Príncipe. In “Inforpress”
– Cabo Verde com “Lusa”
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