O
presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias, anunciou na passada terça-feira
que o processo do concurso público internacional para a construção do Museu da
Língua Portuguesa está concluído e prestes a ser publicado.
Trata-se
da maior obra dos próximos anos na cidade de Bragança, com um valor de nove
milhões de euros mais IVA, e de um equipamento único em Portugal, sendo este o
segundo museu dedicado à Língua Portuguesa, depois do existente no Brasil, como
destacou o autarca.
Depois
de anos de polémica com o concurso de ideias, e sucessivos atrasos nas
previsões, Hernâni Dias garantiu hoje que “o projecto do Museu da Língua está na
fase de lançamento do concurso”, depois de na reunião de câmara de
segunda-feira ter sido aprovado o programa do procedimento, desde o caderno de
encargos à aprovação do júri.
“O
que significa que vai ser colocado o concurso internacional, com um valor de
cerca de nove milhões e meio de euros sem IVA, e que estará dentro de pouco
tempo devidamente publicado para que os concorrentes possam vir a apresentar as
suas propostas”, concretizou à Lusa.
O
autarca acredita que estão reunidas as condições para se cumprir a expectativa
do município, dono da obra, de iniciar os trabalhos em novembro, com um prazo
de construção de 18 meses, o que significa que o museu deverá estar pronto em
2022.
O
presidente da Câmara reconheceu que este processo, com mais de 10 anos, tem
sido “complexo, desde a fase inicial, em que foi pensado o projecto até à
aquisição do próprio espaço onde vai ficar instalado, nos antigos silos da
EPAC, em Bragança”.
O
município levou “cerca de um ano e meio, dois anos” a negociar a compra dos
silos à Direção Geral do Património, que acabou por se concretizar com um valor
de 613 mil euros.
Seguiram-se
estudos e projectos e pelo meio o polémico concurso de ideias, em 2017,
contestado por uma das empresas concorrentes.
O
presidente da Câmara revelou hoje que a empresa seguiu com o processo para a
via judicial e que, já em 2018, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela
deu razão ao município.
O
concurso que se segue é para a construção do equipamento que o autarca aponta
como “marcante, não só para Bragança, para a região, e também para o país”.
“Porque
estamos a falar de um equipamento único a nível nacional, com um volume
financeiro para suportar a sua construção, relevantíssimo e a temática
subjacente será seguramente algo de muito importante e que atrairá muita gente
quando estiver construído”, afirmou.
Os
estudos realizados estimam, segundo a autarquia, que “em 2025, se verifique um
resultado global anual na ordem dos 3,3 milhões de euros” de impacto na economia
local.
As
expectativas do presidente da Câmara estão agora centradas nas propostas que
irão chegar para construção do equipamento.
“Sabemos
que é um processo exigente, nomeadamente ao nível dos conteúdos e também uma
componente técnica ao nível da construção que obrigará a muitas
especificidades, que estão vertidas já no projecto de construção, mas em obra é
aí que veremos efectivamente aquilo que vai sair e a forma como a empresa que
vier a ficar com o projecto conseguirá dar seguimento ao que está no papel”,
indicou.
A
ideia da criação deste espaço idêntico ao que existe no Brasil surgiu, em 2009,
nos colóquios da Lusofonia organizados em Bragança.
O
projecto contempla a recuperação dos antigos silos de Bragança, um novo corpo
acoplado e conteúdo expositivo com financiamento comunitário assegurado para
“50%” do custo.
O
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu o patrocínio da
Presidência ao projecto, numa visita a Bragança, em 2016. In “Mundo
Lusíada” – Brasil com “Lusa”
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