“Faces of Macau” é o nome do mais recente projecto de
Gonçalo Lobo Pinheiro, que procura retratar várias pessoas de Macau para
alertar para a importância do uso de máscara em tempos de Covid-19. O
fotojornalista radicado em Macau publica diariamente novos retratos no
Instagram, mas o projecto poderá vir a transformar-se mais tarde numa exposição
ou num livro
São,
para já, 10 retratos, mas o objectivo de Gonçalo Lobo Pinheiro é ultrapassar os
100. Em “Faces of Macau”, o fotojornalista português quer destacar a
importância do uso de máscara na actualidade, tendo decidido retratar pessoas
de Macau que vai publicando diariamente na rede social Instagram. Mais tarde, o
projecto poder-se-á desenvolver numa exposição ou na publicação de um livro.
“O
fio condutor é a máscara, quero ter essa mensagem subliminar de que uma das
formas de combater esta pandemia é usando a máscara. Enquanto não houver
tratamento, o grande acessório da nossa vida diária é a máscara”, disse ao Ponto
Final. “Numa altura em que se está sempre a discutir se se deve usar máscara
achei que gostaria de ficar com um registo para memória futura de alguns
retratos também com alguma diversidade, embora nem sempre é fácil”, prosseguiu.
Inicialmente,
e para fazer arrancar o projecto que conta com menos de duas semanas de
existência, Gonçalo Lobo Pinheiro começou por recorrer a pessoas conhecidas,
passando depois para abordagens na rua, um processo que nem sempre é fácil. “Há
pessoas que não estão interessadas em ser fotografadas, é complicado abordar os
chineses na rua para os fotografar, e a ideia é um bocado mostrar esses rostos
com máscara, os rostos da pandemia de Macau. A abordagem na rua tem um
interesse especial, mas tem resultado”, disse.
Apesar
das 10 imagens publicadas, Gonçalo Lobo Pinheiro revela que já conseguiu reunir
perto de 40 retratos, um número que rapidamente se vai aproximando da meta
mínima que pretende atingir. “Tenho que ter 100, depois para a frente logo se
vê. As pessoas têm aderido, tenho recebido mensagens de pessoas que gostariam
de participar no projecto e eu aceito. Faço isto de várias formas, abordo
pessoas na rua e pergunto se querem ser fotografadas. Tenho um papel traduzido
em chinês e mostro aos chineses, é mais difícil porque às vezes ficam meio
assustados, ainda mais com fotografias. A outra forma que tenho é convidar
pessoas”, explicou o fotojornalista.
O
número 100, porém, não é “um número fixo”, mas um valor mínimo para a
iniciativa ter alguma projecção. Relativamente ao período de recolha de
imagens, Gonçalo Lobo Pinheiro não se mostra preocupado. “Acho que o projecto
tem pernas para andar, vamos ter pandemia para os próximos meses, isto não é
uma questão que vai acabar já amanhã. Vamos continuar a andar de máscara por
muito mais tempo, portanto acho que pode continuar. Mas também não tenho
interesse em ter números exorbitantes, com 500 ou 1000 retratos, não faz
sentido”, disse.
Ho Iat Seng na agenda
Ao
longo do projecto, Gonçalo Lobo Pinheiro quer apostar na diversidade, reunindo
rostos de Macau dos mais diversos quadrantes. Já retratou pessoas de várias
nacionalidades, mas há um nome em particular que gostaria de fotografar: Ho Iat
Seng. “O Chefe de Executivo actual faria todo o sentido e não está posto de
parte, vou tentar fazer esse contacto”, contou ao Ponto Final. “Gostaria também
de ter pessoas desconhecidas, gostaria de ter alguém do mercado, gostaria de
ter uma foto de um ‘croupier’, mas são precisas autorizações especiais. Vou tentando”,
acrescentou.
Numa
fase posterior, Gonçalo Lobo Pinheiro conta que gostaria de fazer uma exposição
ou publicar um livro, mas tudo dependerá também da recolha de material que for
fazendo. “A ideia mais tarde era poder fazer um álbum ou um livro disto, ou até
expor. E para ter um livrinho com alguma envergadura teria que ser sempre acima
de 100 fotografias. Em exposição já não funciona tão bem esses valores, já
teria que fazer uma escolha mais criteriosa de alguns retratos. Mas isso é no
futuro, primeiro é focar-me no projecto e tentar perceber para onde posso ir e
que formas de retrato posso fazer. A ideia é tentar fazer qualquer coisa para
ficar marcado que a pandemia também passou por aqui”, concluiu. Pedro Santos
– Macau in “Ponto Final”
pedrosantos.pontofinal@gmail.com
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