A
South African Breweries, um dos maiores fabricantes de cerveja do mundo,
anunciou que poderá ter de despejar 400 milhões de garrafas devido à proibição
da venda de álcool na África do Sul no âmbito das medidas de contenção da
propagação da covid-19.
A
África do Sul suspendeu todas as vendas de álcool quando o confinamento no país
entrou em vigor, em 27 de Março, e a empresa viu a cerveja amontoar-se nas suas
instalações.
A
cervejeira está a tentar obter do Governo uma autorização especial para transferir
a cerveja para outras instalações de armazenamento, uma vez que o transporte de
álcool também foi proibido.
A
South African Breweries disse à estação noticiosa eNCA que, se não for capaz de
transportar a cerveja, que ascende a cerca de 130 milhões de litros (34 milhões
de galões), será forçada a “descartá-la”, o que representa um prejuízo de cerca
de oito milhões de dólares (7,3 milhões de euros), uma perda que colocaria em
risco dois mil postos de trabalho, adiantou a empresa.
A
África do Sul é um dos poucos países que proibiram a venda de álcool como parte
da sua estratégia de luta contra o novo coronavírus. A Índia e a Tailândia
também tinham banido a venda de álcool, mas levantaram recentemente as suas
restrições. O Panamá e o Sri Lanka ainda têm proibições em vigor.
O
Governo sul-africano também proibiu a venda de cigarros durante o confinamento
e tem sido criticado pela sua abordagem restritiva.
Um
dos principais conselheiros de Saúde do Governo sobre a pandemia da covid-19,
Salim Abdool Karim, defendeu na quarta-feira a proibição do álcool, durante um
encontro com jornalistas.
O
especialista explica que o álcool é um factor que contribui significativamente
para a criminalidade violenta e os acidentes rodoviários na África do Sul, e a
proibição da sua venda tem reduzido a pressão sobre os serviços de saúde.
A
nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de
covid-19 já provocou mais de 278 mil mortos e infectou mais de 4 milhões de
pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1,4 milhões de doentes foram
considerados curados.
O
“Grande Confinamento” levou o Fundo Monetário Internacional a fazer previsões
sem precedentes nos seus quase 75 anos: a economia mundial poderá cair 3% em
2020, arrastada por uma contracção de 5,9% nos Estados Unidos, de 7,5% na zona
euro e de 5,2% no Japão. In “ O Século de Joanesburgo” – África do Sul
Sem comentários:
Enviar um comentário