São
Filipe – A empresa Fogo Coffee Spirit prepara-se para repor duas mil plantas de
cafeeiro numa parte dos terrenos disponibilizados pelo Estado, depois de um ano
de produção quase nula originado pelas secas consecutiva dos últimos três anos.
O
administrador da empresa Fogo Coffee Spirit, Amarildo Baessa, contactado pela
Inforpress, avançou que com a concessão de posse de 11 parcelas de terrenos,
que se estende desde Mosteiros Trás até o limite de perímetro florestal de
Monte Velha, a empresa cogita a reposição de plantas numa parte do terreno,
aguardando a resolução do conflito gerado na outra parte para a reposição das
plantas, com expectativa de um bom ano agrícola.
Neste
momento, a empresa dispõe de cerca de duas mil plantas de cafeeiros disponíveis
que serão afixadas após a queda das chuvas.
Este
ano, a empresa, segundo a mesma fonte, não comprou café porque a “produção foi
baixíssima”, sendo classificada como a pior produção de que há memória nos
Mosteiros, resultante do factor climático, nomeadamente a fraca ou ausência de
precipitação durante três anos consecutivos, sobretudo nas zonas intermédias e
altas dos Mosteiros, áreas de cultivo do café.
O
responsável indicou que a empresa não se envolveu na compra do café devido a
baixa produção e ao facto de os proprietários quererem vendê-lo a um preço mais
elevado, cerca de 150 escudos/quilograma de cerejas, sublinhando que este foi
um ano de manutenção dos equipamentos e preparação para os próximos anos.
“Além
da pouca quantidade, a qualidade é também inferior porque não houve a
pluviosidade suficiente para permitir o desenvolvimento da polpa e do próprio
grão do café que não tem o calibre exigido”, afirmou o administrador.
Por
outro lado, avançou que com a pandemia de novo coronavírus (covid-19) houve um
conjunto de constrangimento, nomeadamente a desistência do comprador na compra
do café, lembrando que a aquisição é pré-negociada e começa, regra geral, em
meados de Janeiro e Fevereiro.
Nessa
altura, lembrou, já havia o cenário da pandemia e com a preocupação do
comprador em adoptar medidas preventivas.
Por
isso, mesmo querendo, não justificava comprar o café por um preço elevado para
vender no mercado interno, tendo em conta que a empresa Fogo Coffee Spirit não
tem a vocação de vender para o consumo interno, referiu o administrador da
empresa, cujo foco é a exportação.
“O
preço/qualidade não dá para competir com outros cafés, como de Etiópia, Brasil,
Jamaica. O preço elevado torna o café do Fogo num café mais caro do mundo,
quando em termos de qualidade ocupa o sétimo lugar”, disse, justificando a
razão da não envolvência, este ano, na compra do café.
Em
2019, a empresa Fogo Coffee Spirit comprou apenas sete toneladas de cereja,
pouco mais de seis por cento das mais de 90 toneladas adquirida no ano de 2015.
Inicialmente
previa adquirir “alguma quantia”, pagando 130 escudos por cada quilograma de
cereja, mais 20 escudos que no ano passado, mas os produtores pediram 150
escudos.
O
café é cultivado principalmente na área montanhosa e fértil dos Mosteiros,
envolta por diversos microclimas e sem presença de produtos químicos. In “Inforpress”
– Cabo Verde
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