A História dá como certo que foi na Suméria, região da
Mesopotâmia, situada entre as bacias dos rios Tigre e Eufrates, no que é
conhecido hoje como Iraque, que surgiu a primeira civilização, há cerca de 6000
anos, mas essa certeza está prestes a ser demolida por dois pesquisadores que
dizem ter encontrado indícios claros de que entre 160 mil e 200 mil anos atrás
existiu uma civilização sólida no sul do continente africano, podendo isso
mudar totalmente a forma como é contada a evolução da humanidade
Em
vez do continente asiático, no actual Médio Oriente, na antiga Mesopotâmia,
dois autores sul-africanos defendem que foi no nordeste da África do Sul, junto
à fronteira com Moçambique, que a humanidade ergueu a sua primeira civilização.
Como
conta a revista de arqueologia Archaeology world, uma estrutura em
pedra, ruínas, datada de há 160 mil a 200 mil anos por métodos modernos, que
pode levar a que a História da humanidade seja reescrita, foi
"descoberta" em 2007 por Michael Tellinger (na foto), um investigador
e escritor sobre as origens do Homem, e Johan Heine, piloto, tendo levado à
produção de um livro com o título "Templos dos Deuses Africanos - Temples
Of The African Gods".
Citado
pela Archaeology world, Tellinger defende que se tratam de evidências
que sugerem fortemente que a história da humanidade é muito diferente daquilo
que hoje é dado como adquirido.
Esta
estrutura organizada de 1500 quilómetros quadrados, datada pelas modernas
técnicas como tendo até 200 mil anos, é parte, conta a revista, de uma
organização social mais vasta, com mais de 10 mil quilómetros quadrados,
consistindo em gigantescos círculos de perda, enterrados na areia, podendo ser
vistas apenas de avião ou por imagens de satélite.
Do
ar pode-se ver que entre os diversos círculos existem redes de estradas, com
diversas minas de ouro nas proximidades, e ainda uma área agrícola, sendo uma
forte sugestão para a existência de uma "muito avançada civilização"
que pode, para além da agricultura, ter praticado a mineração de metais,
incluindo ouro, com base numa estrutura social bem definida.
A
revista admite ser "muito curioso" que até então, ninguém tenha
prestado atenção a este complexo conjunto de círculos e de ruínas, à sua origem
e antiguidade, apesar de as populações locais falarem deles há muito tempo e
com eles conviverem desde sempre.
As
civilizações mesopotâmicas são de forma consistente apontadas hoje como berço
da civilização, tendo dado origens a invenções fundamentais que mudaram o
mundo, como a noção de tempo, matemática, a roda, barcos à vela, mapas e,
provavelmente a mais destacada de todas, a escrita.
A
ideia de civilização corresponde a um conjunto alargado de noções de
antropologia e história, onde grupos humanos se fixam numa determinada geografia,
erguendo comunidades cidades complexas, como cidades, com rituais organizados e
onde a barbárie dá lugar à construção de um modelo sujeito a regras sociais definidas,
desde o ensino aos primeiros cuidados de saúde, entre outros, como o estudo da
matemática, tendo marcado a passagem do estádio de caçadores/recolectores para
a produção agrícola e técnicas rudimentares de produção de utensílios.
E
é isso que os investigadores admitem ter encontrado nesta "cidade" do
nordeste sul-africano que estava claramente "perdida no tempo", como
o demonstram os artefactos ali encontrados, nomeadamente o facto de esta
"urbe" ter, extraordinariamente, precedido todas as outras por muitas
dezenas de milhares de anos.
Michael
Tellinger acredita mesmo que esta antiga cidade é a "mais antiga estrutura
erguida por humanos na Terra", colocando mesmo como forte possibilidade
que tanto os sumérios como os egípcios terem adquirido conhecimentos a partir
desta avançada civilização austral.
E
uma das observações que Tellinger produz é que no local encontram-se imagens
semelhantes a deuses egípcios com muitos milhares de anos a mais que aqueles
que tem a emergência da civilização egípcia.
Este
investigador admite que estas descobertas "são tão desconcertantes"
que os historiadores, arqueólogos e outros académicos "mainstream"
vão ter "muitas dificuldades em digerir" o que têm pela frente,
porque exige uma " volta completa aos paradigmas actuais" sobre a
forma como olhamos para a história da humanidade.
Para
a revista Archaeology world, que desde 1969 conta histórias sobre
descobertas arqueológicas em todo o mundo, o importante agora é que esta
descoberta possa atrair mais investigadores de forma a que esta cidade antiga
possa ser estudada e que se faça luz sobre esta civilização perdida nas brumas
do tempo. Ricardo Bordalo - Angola In “Novo
Jornal”
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