Pintura Arq. Eduardo Moreira Santos, Lx (28.08.1904 - 23.04.1992)

quarta-feira, 13 de maio de 2020

África do Sul - Investigadores admitem ter encontrado a mais antiga civilização do mundo na África Austral

A História dá como certo que foi na Suméria, região da Mesopotâmia, situada entre as bacias dos rios Tigre e Eufrates, no que é conhecido hoje como Iraque, que surgiu a primeira civilização, há cerca de 6000 anos, mas essa certeza está prestes a ser demolida por dois pesquisadores que dizem ter encontrado indícios claros de que entre 160 mil e 200 mil anos atrás existiu uma civilização sólida no sul do continente africano, podendo isso mudar totalmente a forma como é contada a evolução da humanidade



Em vez do continente asiático, no actual Médio Oriente, na antiga Mesopotâmia, dois autores sul-africanos defendem que foi no nordeste da África do Sul, junto à fronteira com Moçambique, que a humanidade ergueu a sua primeira civilização.

Como conta a revista de arqueologia Archaeology world, uma estrutura em pedra, ruínas, datada de há 160 mil a 200 mil anos por métodos modernos, que pode levar a que a História da humanidade seja reescrita, foi "descoberta" em 2007 por Michael Tellinger (na foto), um investigador e escritor sobre as origens do Homem, e Johan Heine, piloto, tendo levado à produção de um livro com o título "Templos dos Deuses Africanos - Temples Of The African Gods".

Citado pela Archaeology world, Tellinger defende que se tratam de evidências que sugerem fortemente que a história da humanidade é muito diferente daquilo que hoje é dado como adquirido.

Esta estrutura organizada de 1500 quilómetros quadrados, datada pelas modernas técnicas como tendo até 200 mil anos, é parte, conta a revista, de uma organização social mais vasta, com mais de 10 mil quilómetros quadrados, consistindo em gigantescos círculos de perda, enterrados na areia, podendo ser vistas apenas de avião ou por imagens de satélite.

Do ar pode-se ver que entre os diversos círculos existem redes de estradas, com diversas minas de ouro nas proximidades, e ainda uma área agrícola, sendo uma forte sugestão para a existência de uma "muito avançada civilização" que pode, para além da agricultura, ter praticado a mineração de metais, incluindo ouro, com base numa estrutura social bem definida.

A revista admite ser "muito curioso" que até então, ninguém tenha prestado atenção a este complexo conjunto de círculos e de ruínas, à sua origem e antiguidade, apesar de as populações locais falarem deles há muito tempo e com eles conviverem desde sempre.

As civilizações mesopotâmicas são de forma consistente apontadas hoje como berço da civilização, tendo dado origens a invenções fundamentais que mudaram o mundo, como a noção de tempo, matemática, a roda, barcos à vela, mapas e, provavelmente a mais destacada de todas, a escrita.

A ideia de civilização corresponde a um conjunto alargado de noções de antropologia e história, onde grupos humanos se fixam numa determinada geografia, erguendo comunidades cidades complexas, como cidades, com rituais organizados e onde a barbárie dá lugar à construção de um modelo sujeito a regras sociais definidas, desde o ensino aos primeiros cuidados de saúde, entre outros, como o estudo da matemática, tendo marcado a passagem do estádio de caçadores/recolectores para a produção agrícola e técnicas rudimentares de produção de utensílios.

E é isso que os investigadores admitem ter encontrado nesta "cidade" do nordeste sul-africano que estava claramente "perdida no tempo", como o demonstram os artefactos ali encontrados, nomeadamente o facto de esta "urbe" ter, extraordinariamente, precedido todas as outras por muitas dezenas de milhares de anos.

Michael Tellinger acredita mesmo que esta antiga cidade é a "mais antiga estrutura erguida por humanos na Terra", colocando mesmo como forte possibilidade que tanto os sumérios como os egípcios terem adquirido conhecimentos a partir desta avançada civilização austral.

E uma das observações que Tellinger produz é que no local encontram-se imagens semelhantes a deuses egípcios com muitos milhares de anos a mais que aqueles que tem a emergência da civilização egípcia.

Este investigador admite que estas descobertas "são tão desconcertantes" que os historiadores, arqueólogos e outros académicos "mainstream" vão ter "muitas dificuldades em digerir" o que têm pela frente, porque exige uma " volta completa aos paradigmas actuais" sobre a forma como olhamos para a história da humanidade.

Para a revista Archaeology world, que desde 1969 conta histórias sobre descobertas arqueológicas em todo o mundo, o importante agora é que esta descoberta possa atrair mais investigadores de forma a que esta cidade antiga possa ser estudada e que se faça luz sobre esta civilização perdida nas brumas do tempo. Ricardo Bordalo - Angola In “Novo Jornal”

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