O ensino de línguas moçambicanas cresce após oferta nas
escolas, macua e xangana estão entre os idiomas locais mais falados. O país adoptou
o português como língua oficial após a independência em 1975
A
Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, está a
apoiar um novo programa educativo de promoção do bilinguismo e do ensino das
línguas nacionais moçambicanas.
Desde
a independência de Portugal, em 1975, e face à variedade linguística do país,
Moçambique decidiu adoptar o português como língua oficial e de comunicação
nacional.
Serviços
Mas
em todo o território, existem mais de 20 línguas e muitas crianças só aprendem
o português quando chegam à idade escolar. Dentre as mais faladas estão as
línguas macua e xangana.
Num
artigo na sua página na internet, a Unesco explica que o conhecimento da língua
portuguesa é vital para aceder aos serviços públicos, mas a proficiência em
línguas locais é crucial para a inclusão comunitária.
Segundo
a Unesco, apenas 17% dos moçambicanos falam português como primeira língua. Por
isso, torna-se necessário incorporar o ensino das línguas nacionais em programa
de educação de adultos, num país onde os índices de analfabetismo permanecem
altos.
Jovens e adultos
Em
2017, o país do sul da África desenvolveu o novo currículo de educação primária
para adultos e jovens.
O
projecto foi preparado pelo Directório Nacional de Educação de Adultos com o
apoio do Programa de Desenvolvimento de Capacitação para Educação.
A
nova grelha cobre seis disciplinas: português, línguas moçambicanas, ciências
naturais, ciências sociais, matemática e competências para a vida.
No
ano passado, cinco distritos receberam o currículo num programa piloto em
quatro províncias: Gaza, Maputo, Nampula e Sofala. Professores e formadores de
educação para adultos estão a utilizar o programa pelo segundo ano.
Compromisso
Um
dos benefícios do ensino bilíngue é um maior compromisso e retenção da educação
entre os alunos.
O
especialista do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humanos, Alcido Timba,
disse que as pessoas envolvem-se mais com o que têm familiaridade.
Padronização
Já
a professora bilíngue de português e xangana, Zenalda Silvestre Machonga,
explica que utiliza a língua local para descrever aspectos que os alunos não
entendem bem porque alguns temas são melhor explorados na língua materna. E
somente a partir daí, ela passa a discussão ao português.
O
programa está a implementar material didáctico em cinco línguas nacionais assim
como em português. A iniciativa também apoia a padronização da escrita em 19
línguas.
Atualmente,
Moçambique tem 370 mil adultos matriculados no programa. ONU News – Nações Unidas
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