Cinco especialistas de Macau integrados num grupo de
peritos da China partem hoje para a Argélia com a missão de ajudar no combate à
pandemia despoletada pela Covid-19. Os Serviços de Saúde ainda não têm data
para a reabertura das creches, numa altura em que o território conta com 34
dias consecutivos sem novos casos de infecção e apenas três pacientes em
tratamento
Um
grupo de especialistas de Macau parte hoje para a Argélia, integrado na Equipa
de Resgate Médico de Emergência da China, para participar nos trabalhos de
combate à Covid-19 em África, anunciou ontem Mio Chi Fong, chefe da delegação
de Macau, em conferência de imprensa, acrescentando que o objectivo da missão é
prestar apoio e auxílio às equipas médicas locais que estão, neste momento,
“sob grande pressão”. O grupo de Macau é composto por dois médicos, uma
enfermeira, uma técnica de saúde pública e um representante dos Serviços de Saúde.
“Partimos
para esta missão com o objectivo de partilhar experiências no âmbito do
intercâmbio académico e plano de prevenção e controlo junto de instituições
médicas locais e de outros locais indicados pelas autoridades da Argélia, como
centros de investigação e estudo, instituições públicas locais”, afirmou Mio
Chi Fong, acrescentando que o grupo de Macau irá colaborar na Argélia com 15
especialistas e peritos clínicos de prevenção de epidemia da província de
Chongqing, e que a China já tem um total de sete equipas deste género em países
africanos.
Mio
Chi Fong explicou ainda que a Argélia é um país “considerado de zona de alta
incidência”, com cerca de seis mil infectados, quase 600 mortos e 18 casos
graves. “As equipas médicas estão sob grande pressão e pretendemos ajudar a
comunidade na Argélia e as instituições médicas locais no combate à Covid-19,
assim como partilhar a nossa experiência”, frisou o médico de Serviço de
Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário, que será acompanhado pela
médica do Serviço de Urgência Ieong Pui I, a enfermeira do Centro Hospitalar do
Conde São Januário, Wong Kun Man, a técnica de saúde pública, Chan Soi Fan, e o
técnico superior do gabinete do director dos Serviços de Saúde, O Leong.
Em
comunicado, o Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus
assinalou que todos os elementos possuem experiência na participação directa
nos trabalhos de prevenção e controlo da epidemia de pneumonia do novo tipo de
coronavírus de Macau e que têm a “capacidade suficiente para lidar com
diferentes situações de risco”. Citada no comunicado, a secretária para os
Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, referiu a importância desta missão
para aumentar “a capacidade prática da Equipa de Emergência Médica de Macau” e
permitir uma “acumulação de experiência internacional na luta contra a epidemia
de Covid-19”, tendo em vista o aumento do “nível de resposta de emergência na
saúde pública de Macau”.
Reabertura de creches ainda sem data marcada
Na
habitual conferência de imprensa de actualização dos números da pandemia, Lo
Iek Long, médico adjunto da direcção do Centro Hospitalar Conde de São
Januário, foi questionado sobre a reabertura das creches e dos lares de
terceira idade. O representante dos Serviços de Saúde revelou que o Instituto
para os Assuntos Sociais ainda não tem uma data para a reabertura das creches.
Em relação aos centros de cuidados de idosos, o IAS está a realizar trabalhos
preparatórios nesse sentido.
“A
decisão da reabertura dos lares e das creches é das funções do IAS, mas posso
passar a mensagem que me passaram. O IAS tem-se mostrado preocupado com a
situação epidémica e, tendo em conta a fragilidade das crianças, e no sentido
de garantir a sua segurança, ainda não há um plano para a reabertura das
creches. Sobre os lares, tem havido uma comunicação com as instituições cívicas
para fazer os trabalhos preparatórios para a reabertura. Já agendaram a
realização de testes de ácido de nucleico para os trabalhadores dos serviços
sociais, duas semanas antes da reabertura das instituições, mas o IAS irá
divulgar as informações depois”, explicou Lo Iek Long.
Autoridades montam tendas no parque de estacionamento do
Pac On
Sobre
o elevado número de pessoas que aguardam no Terminal Marítimo do Pac On para
realizar os testes de ácido nucleico, o chefe da Divisão de Relações Públicas
do CPSP, Lei Tak Fai, anunciou algumas mudanças no local para atenuar o
desconforto da espera, mas reiterou também o apelo para que as pessoas se
apresentem apenas à hora marcada, ou apenas 10 minutos antes.
“O
número de pessoas que já fizeram marcação é muito elevado e chegam sempre com
antecedência, por isso verificam-se as filas”, começou por dizer o porta-voz do
CPSP, adiantando, depois, que vários representantes do Governo deram indicações
para que se abrissem mais espaços no parque de estacionamento com a instalação
de tendas. “Vários elementos do Governo foram ao Terminal Marítimo do Pac On e,
depois de constatar a situação, deram informações para optimizar o trabalho,
incluindo a abertura de espaços no parque de estacionamento e a instalação de
tendas de forma a melhorar o ambiente de espera pelos testes. Para além disso,
foram instaladas mais paragens de transportes públicos e táxis”, referiu. Eduardo
Santiago – Macau in “Ponto Final”
eduardosantiago.pontofinal@gmail.com
Sem comentários:
Enviar um comentário