Sem
dúvidas, o actual momento que estamos a atravessar, obriga a que façamos
algumas reflexões sobre o papel de algumas organizações que se dizem e/ou
apresentam-se como promotoras de “amizade mútua e cooperação entre os povos”.
Não
deixa, aliás, de ser curioso que a CPLP esteja cada vez mais distante dos
(verdadeiros e reais) problemas que afectam a comunidade lusófona, em particular,
nos países onde persistem problemas como: falta de escolarização, desemprego,
ausência de serviços públicos de saúde com dignidade, violência doméstica e,
não menos importante, a velha e habitual impunidade reinante no círculo das
elites governantes.
Nesta
crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), pouco
ou nada se ouviu falar por parte de uma organização que poderia ser decisiva na
elaboração e/ou discussão de um plano estratégico de apoio aos Estados-membros
da referida comunidade. O que aliás, deixa-nos confusos, pois nos últimos anos,
tem-se assistido a uma quase “mercantilização” na concessão do estatuto de
Estados Observadores para alguns países terceiros – cujo verdadeiros interesses
são bastantes questionáveis a longo prazo no espaço lusófono.
Infelizmente,
a CPLP tem vindo a transformar-se numa comunidade ilusória, distante dos
cidadãos comuns e pouco interventiva no combate aos verdadeiros problemas que
afectam os Estados-membros e, por inerência, o tão desejado sonho de construir
uma comunidade coesa, solidária e unida pelos mesmos valores.
Conclusão:
no pós-pandemia, os Estados-membros da CPLP, terão de rever (com seriedade) o
papel que a mesma se propôs a prosseguir em 17 de julho de 1996. Gelson Baía
– São Tomé e Príncipe in “Téla Nón”
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