Lisboa
- A diretora do escritório em Portugal da Organização de Estados
Ibero-Americanos, Ana Paula Laborinho, sublinhou que a atribuição de bolsas a
estudantes dos países africanos de expressão portuguesa responde à
"ambição e necessidade de mobilidade ágil da CPLP".
Ana
Paula Laborinho acentuou, em declarações à agência Lusa, que o projeto-piloto,
dinamizado pelo escritório em Lisboa da Organização de Estados Ibero-Americanos
para a Educação, a Ciência e a Cultura (OEI), permite também que, no espaço da
Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), se aprofunde "a
cooperação entre instituições de ensino superior, o que só se tornou possível
através de um esforço colaborativo em que instituições de origem e de
acolhimento se empenharam".
"O
programa, pelas suas características, serve também para estabelecer uma relação
de confiança institucional que permite estender a cooperação à mobilidade de
docentes, à investigação e até à dupla titulação. Importa ainda referir que as
mobilidades se podem fazer nos dois sentidos, embora este projeto-piloto
envolva na sua totalidade estudantes dos PALOP que se encontram em mobilidade
em universidades e politécnicos de Portugal", disse Ana Paula Laborinho.
A
responsável acrescentou que, neste processo, já "várias instituições de origem
pediram que fosse dada prioridade aos seus docentes que preparam doutoramentos,
o que servirá a melhoria da qualidade de ensino".
Atribuindo
21 bolsas neste segundo semestre, o Programa de Mobilidade Académica Paulo
Freire - PALOP, que será apresentado hoje, na sede da CPLP, em Lisboa, visa
"promover a aproximação e a partilha de uma experiência bem sucedida de
mobilidade académica inspirada no modelo europeu".
A
diretora do escritório da OEI em Portugal assinalou que "os beneficiários
são estudantes de licenciatura, mestrado e doutoramento que frequentam um
semestre na instituição de ensino superior de acolhimento, sendo as unidades
curriculares reconhecidas pelas instituições de origem".
O
Programa Paulo Freire, criado em 2014, na Conferência Ibero-Americana de
Ministros da Educação, insere-se na estratégia da OEI de "aproximação aos
países da CPLP, tendo em conta a cooperação já existentes entre países e a proximidade
cultural e linguística".
"A
criação da representação da OEI em Portugal (Estado-Membro desde 2002) teve
também como uma das suas linhas estratégicas incrementar a parceria com a CPLP
e, nesse sentido, a OEI submeteu a sua candidatura a Observador Associado,
tendo sido admitida na Cimeira do Sal, em 2018", referiu.
O
programa de mobilidade académica direcionado para os PALOP permite que
estudantes do Instituto Superior de Educação de Huíla, de Angola, da
Universidade de Cabo Verde, da Escola Nacional Superior Tcho Tê, da
Guiné-Bissau, da Universidade Pedagógica de Moçambique e da Universidade de São
Tomé e Príncipe possam realizar a graduação ou pós-graduação em formações
conducentes à profissão docente.
Os
estudantes frequentam um semestre em regime de mobilidade nas Universidades de
Lisboa (Instituto da Educação e Faculdade de Letras) do Porto, do Minho, de
Aveiro e nos Institutos Politécnicos de Bragança, Leiria e Beja.
A
sessão do programa de mobilidade académica para estudantes de ensino superior
será com a presença do ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos
Silva, do secretário de Estado da Ciência e Ensino Superior, João Sobrinho
Teixeira, do secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero, do secretário executivo
da CPLP, Francisco Ribeiro Teles, e da diretora da OEI Portugal, Ana Paula
Laborinho. In “Sapo” com “Lusa”
Sem comentários:
Enviar um comentário