A
expansão da EPM, anunciada pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo
Rebelo de Sousa, vai ser feita na Zona A dos Novos Aterros, adiantou ontem o Secretário
para os Assuntos Sociais e Cultura. Apesar de ter afirmado que o Governo
avançará com o plano “muito em breve”, ressalvou que é uma obra que levará
“alguns anos”
O novo pólo da Escola
Portuguesa de Macau (EPM) vai ser construído na Zona A dos Novos Aterros,
adiantou ontem o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. “Penso que
vamos avançar com este plano de construção muito em breve (…) Será no aterro A
porque ali tem mais condições”, explicou Alexis Tam. A ampliação da EPM foi
anunciada pelo Presidente da República Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa,
durante a sua visita a Macau.
Contudo, a construção deste
novo edifício levará o seu tempo. “O terreno é a primeira fase e vamos estudar.
A segunda fase é a construção, mas claro que para fazer uma nova Escola
Portuguesa leva alguns anos”, sublinhou Alexis Tam, que afirmou também já ter
dado “indicações” à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) “para
fazer a análise o mais rápido possível”.
Quanto ao espaço, a Zona A dos
Novos Aterros, disse ainda que “o Governo da RAEM tem um plano para fazer
algumas escolas. Penso que há condições para fazer uma Escola Portuguesa ali.
Aliás, aquela zona é muito boa, e sei que mais ou menos 100 mil pessoas vão
viver ali, por isso, acho que é uma boa opção”.
Sobre o financiamento desta
obra nada está ainda acertado. “Ainda não entrámos em pormenores sobre se o
Governo da RAEM vai financiar totalmente ou apenas uma parte. Mas, penso que o
Governo tem condições para financiar a maior parte ou o total, vamos ver”,
afirmou o Secretário.
Para Carlos Marreiros, até que
o novo pólo esteja pronto – algo que “vai demorar algum tempo” ainda que os
aterros “estejam a consolidar-se” – será necessária uma intervenção no actual
edifício da EPM. “Até lá, parece-me que a estrutura actual da escola precisará
sempre de obras, eventualmente a adaptação de alguns espaços”, explicou o
arquitecto, acrescentando que as últimas obras foram já feitas há muito tempo.
O arquitecto, que em 2017
apresentou um anteprojecto para ampliação da EPM – que incluía, além de um novo
bloco, salas de aulas, instalações desportivas, uma cantina e laboratórios -,
que depois não avançou, disse ter ficado “naturalmente feliz” com a notícia.
“Porque quem ganha são os actuais e futuros alunos da Escola Portuguesa e
porque todos nós desejamos a melhor estrutura arquitectónica com as valências
que um novo edifício pode permitir e que o presente não permite”, acrescentou.
Questionado sobre se estaria
interessado em fazer parte do novo projecto, Carlos Marreiros foi peremptório:
“Naturalmente que estou e também julgo que é natural que me vão dirigir este
convite. Porquanto em equipa que se trabalha bem não se muda, um bocado
utilizando o futebolês… Formalmente ainda não sei, não sei o que as pessoas
pensam, mas naturalmente que terei muito gosto em poder vir a fazer este novo
edifício”, concluiu.
O Secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura, Alexis Tam, e o arquitecto Carlos Marreiros falavam à margem
da exposição de pintura de Ieong Tai Meng “Lótus Eterno”, que se encontra
patente no Instituto Português do Oriente (IPOR), estando integrada no Festival
Arte Macau. Na cerimónia de inauguração, estiveram também presentes o
Cônsul-Geral de Portugal, Paulo Cunha Alves, que destacou a vertente artística
“que pretende colocar Macau num roteiro cultural muito importante na Ásia e no
mundo”, bem como o presidente do IPOR, Joaquim Coelho Ramos.
As escolas portuguesas no
estrangeiro, onde estudam 6.000 alunos de várias nacionalidades e leccionam 500
professores, vão reunir-se entre amanhã e terça-feira na capital de Cabo Verde,
com o futuro do ensino da língua e cultura portuguesas na agenda. Com o tema
“Língua Portuguesa e os Desafios do Futuro”, o encontro é uma iniciativa da
Direcção-Geral da Administração Escolar e da Escola Portuguesa de Cabo
Verde-Centro de Ensino e da Língua Portuguesa, estando prevista a presença de
escolas portuguesas na CPLP e de Macau. Segundo os organizadores, trata-se de
“uma oportunidade para conhecer e divulgar as escolas portuguesas no
estrangeiro, os seus projectos e as suas áreas de intervenção, quer nos
domínios do ensino e da formação quer ainda no sector da cooperação com os
países onde estão sediadas”. O Ministro da Educação português, Tiago Brandão
Rodrigues, que estará presente no encerramento do encontro, destacou o “ensino
de qualidade” que estas escolas proporcionam, mantendo as “mesmas orientações
educativas, pedagógicas, didácticas, científicas que as escolas no território
nacional”. Catarina Pereira – Macau in “Jornal
Tribuna de Macau” com “Lusa”
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