A
rede do Ensino de Português no Estrangeiro (EPE), educação pré-escolar e
ensinos básico, secundário e superior, nas modalidades integrado, paralelo e
projetos, poderá abranger 82 países neste ano, uma previsão do Camões -
Instituto da Cooperação e Língua
Relativamente a 2018, com um
universo de 77 países, a rede do EPE no mundo deverá ser alargada a mais cinco
nações até 31 de dezembro de 2019, mantendo a tendência de crescimento dos
últimos três anos.
A presença do EPE tem-se
alargado desde 2016, ano em que a rede se estendeu a 70 países.
Em 2017, mais três países
aderiram à rede na educação pré-escolar e ensinos básico, secundário e superior
do EPE, da responsabilidade do Camões - Instituto da Cooperação e Língua.
Em 20 países, o português
insere-se nos currículos de escolas públicas ao nível do secundário e o
Instituto Camões tem o objetivo de ampliar para o dobro a presença como idioma
estrangeiro, "de forma faseada", num prazo de "quatro ou cinco anos",
como refere o presidente do Instituto Camões, Luís Faro Ramos.
"É uma meta ambiciosa,
mas que é exequível", considera, sublinhando a existência de "avanços
no interesse por parte de outros países em integrar o português nos seus
currículos".
A língua portuguesa está a ter
uma procura crescente e o Instituto Camões regista "interesse de todos os
continentes", estando previsto "iniciar colaboração, em 2019, com
Azerbeijão, Cazaquistão, Camarões e Gana, bem como com Panamá e Peru, ao mesmo
tempo que serão reforçadas colaborações com países" onde a rede EPE está
presente.
Luís Faro assinala que,
"uma vez assumida pelo outro Estado a importância da integração do
português nos currículos das suas escolas públicas, esse passa a ser também um
projeto do país em questão", num "esforço conjunto".
A expansão da rede do EPE a
nível curricular "pressupõe, em termos gerais, um envolvimento muito
direto das autoridades locais, nomeadamente ao nível do investimento que elas
próprias concretizam, dirigido ao ensino da língua portuguesa".
O Instituto Camões tem também
uma "componente financeira que esse alargamento possa implicar", um
esforço "desenvolvido ao nível da negociação com as autoridades educativas
desses países".
O investimento do Instituto
Camões em toda a rede do EPE "representa um investimento de cerca de 28
milhões de euros".
"Um investimento na
perspetiva de que a aposta forte que fazemos na promoção da língua e da cultura
portuguesa proporciona um retorno de grande valor real e simbólico para Portugal,
para as comunidades portuguesas e para todo o espaço de língua
portuguesa", frisa o presidente do Instituto Camões.
Grande parte do montante total
de investimento é relacionado com professores da rede do EPE.
"Cerca de 75% desse valor
corresponde, de facto, a vencimentos de professores dos ensinos básico e
secundário", explica Luís Faro Ramos, que refuta mais despesas com o
aumento da rede do EPE.
A estratégia do Instituto
Camões é "clara", para que se trabalhe "nos países onde está
presente" a rede do EPE, "quer ao nível da formação de professores
quer ao nível do apoio à constituição de departamentos nas universidades em que
o português tenha sustentação".
"Esta via, endógena, é a
mais eficaz para aumentar a rede sem aumentar os custos, apoiando a qualificação
das redes locais e tendo uma presença multiplicadora. Valorizamos, em paralelo,
a colaboração dos nosso docentes, relativamente aos quais procuramos adotar uma
postura construtiva e colaborativa no que diz respeito ao enquadramento (legal,
profissional, etc...) da sua importante ação", sustenta. In “Sapo”
– Portugal com “Lusa”
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