O
Governo de Timor Leste vai promover um estudo ambiental para avaliar o impacto
das construções portuárias nos mangais e no mar, disse o ministro timorense dos
Transportes e Comunicações, José Agustinho da Silva
O responsável timorense, que
falava no encontro Oceans Meeting, em Lisboa, salientou o empenho do seu
governo no desenvolvimento portuário para “impulsionar economicamente o país”,
mas garantiu também que estão salvaguardadas as questões ambientais.
“O governo vai fazer um estudo
ambiental para evitar afetar os mangais e o mar em geral. Temos leis muito
rigorosas para o ambiente e também damos muita atenção ao transporte de matérias
perigosas”, sublinhou. O petróleo é o principal produto exportado pelo país.
O plano de desenvolvimento
estratégico do governo timorense prevê a construção de várias infraestruturas
portuárias ao longo de dez anos, através de parcerias público-privadas.
Serão “zonas portuárias
polivalentes” com capacidade para receber até um milhão de toneladas de carga
por ano e adaptadas ao transporte de mercadorias e passageiros, pescas e
turismo.
“Queremos ser um ponto de
entrada para a indústria petrolífera e outros fins, com áreas logísticas e
instalações turísticas”, acrescentou Agustinho da Silva.
O Porto de Tibar, perto da
capital timorense, Dilí é o primeiro grande projeto em modelo de parceria
público-privada e o maior projeto de infraestruturas de sempre em Timor-Leste.
Com uma duração prevista de
construção de três anos, o projeto está atualmente na fase de dragagem, durante
a qual vão ser retirados mais de cinco milhões de metros cúbicos de terra,
antes de serem reclamados ao mar 27 hectares para construir o cais principal.
O projeto tem tido vários
'falsos arranques', tendo uma primeira cerimónia de lançamento de primeira
pedra ocorrido em junho de 2017, com uma cerimónia liderada pelo então ministro
do Planeamento e Investimento Estratégico, Xanana Gusmão, e responsáveis do
consórcio liderado pela francesa Bolloré.
Questões relacionadas quer com
o financiamento, quer com a subcontratação acabaram por afetar o arranque do
projeto.
Uma nova cerimónia de
lançamento da primeira pedra ocorreu a 30 de agosto do ano passado, sendo que
as obras, quase oito meses depois, praticamente não começaram.
Localizado a cerca de 10
quilómetros a oeste de Díli, na baía de Tibar, o projeto contou com a
participação da International Finance Corporation (IFC), do grupo do Banco
Mundial.
A primeira fase do projeto
(construção, equipamento e operação do porto) está avaliada em 278,3 milhões de
dólares, com o Governo timorense a financiar com 129,45 milhões de dólares, e o
parceiro privado os restantes 148,85 milhões.
Na segunda fase, já de
exploração, a Bolloré prevê investir cerca de 211,7 milhões de dólares, em
grande parte provenientes das receitas da atividade portuária.
A Bolloré contratou para a
construção do projeto a empresa pública chinesa China Harbour. In “Sapo
Timor-Leste” com “Lusa”
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